Apostas sobre a bolha tecnológica
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Investidor aposta 100 mil dólares em que existe uma bolha de tecnologia, sem crer que de facto assim seja. A ideia é criar um debate sobre o fenómeno de forma mais objetiva. E você, em que é que apostaria?

Muitas personalidades da indústria têm vindo a soar o alarme acerca de uma possível bolha, referindo algumas empresas startup em início de vida que têm atraído milhões em investimento, apesar de gerarem lucros muito baixos ou mesmo inexistentes.

A semana passada, o investidor em tecnologia Sam Altman desafiou os “defensores da bolha” a deixarem as palavras e passarem aos atos. Altman, que investe em jovens empresas de tecnologia através da Y Combinator, afirmou que, apesar de existirem algumas avaliações pouco razoáveis, ele está confiante no futuro da tecnologia. O investidor fez três previsões acerca de três novas empresas e das suas evoluções nos próximos cinco anos, e desafiou qualquer pessoa a apostar contra ele. O valor da aposta: 100 mil dólares que seriam doados a uma instituição de caridade.

Agora, o investidor Michael de la Maza, proveniente de Boston, aceitou o desafio. Para Maza poder vencer a aposta, Altman tem de estar errado numa das três afirmações seguintes:

  • Estes seis “unicórnios” (empresas avaliadas em mais de mil milhões de dólares) – Uber, Palantir, Airbnb, Dropbox, Pinterest, e SpaceX – vão ter um valor combinado de 200 mil milhões de dólares em 1 de janeiro de 2020. Segundo Altman, esse valor será o dobro da sua avaliação atual.
  • Nove empresas de nível intermédio da Y Combinator – incluindo a companhia de pagamentos Stripe e a casa de câmbio de bitcoin Coinbase – vão possuir um valor combinado de 27 mil milhões de dólares (em contraste com o seu valor atual de 9 mil milhões.
  • O leque atual de 114 empresas startup da Y Combinator (“que atualmente vale algo muito próximo de zero dólares”) vai valer 3 mil milhões de dólares em 2020.

Curiosamente, Michael de la Maza, que dirige um fundo de 500 mil dólares, não tem fortes convicções acerca da possibilidade de estarmos, ou não, no meio de uma bolha.

“As pessoas usam o termo bolha quando as avaliações são 50% superiores em relação aos valores de há um ano atrás. Eu acho que isso é muito desinteressante”, afirma, considerando que se trata de “um diálogo com uma informação muito superficial”.

De la Maza afirmou que aceitou a aposta porque queria a oportunidade de trabalhar com o guru empresarial, e que ele acredita na missão de Altman.

“Eu estou relativamente indiferente ao conteúdo da aposta”, afirmou o investidor. “Eu acho que o que [Altman] estava a tentar fazer era transformar [a bolha] numa hipótese que pode ser seguida – para torná-la em algo muito claro, e permitir que as pessoas a discutam em fatos concretos”.

Altman confirmou a aposta através do Twitter. E também abriu o desafio a outro investidor com um portfólio mais alargado.

Danielle Morrill, presidente da empresa Mattermark, que é apoiada pela Y Combinator, vai seguir as empresas em questão utilizando o software da sua companhia.

De la Maza, que costumava jogar xadrez e póquer, afirma que está preparado para doar este valor, caso perca a aposta. O investidor até já escolheu o potencial recipiente da doação: a plataforma de saúde Watsi, que também é apoiada pela Y Combinator.

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