Como escolher o seu corretor
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Projeto especial em colaboração com o Corretor Prime EXANTE

No ciclo de artigos de Viktor Argonov “O investidor é o cidadão do futuro?” sobre as tendências dos investimentos privados, relatamos como o desenvolvimento dos meios de comunicação influenciaram a civilização em geral e a economia, bem como os investimentos em particular. Estamos a tentar entender se o capitalismo habitual será sucedido pela democracia direta dos investidores comuns, a analisar a história de corretores e aprender a orientar-nos pelo mundo do grande mercado.

Na conlusão do nosso ciclo sobre as tendências dos investimentos privados vamos discutir a questão mais simples e prática: como um investidor deve escolher adequadamente um corretor online no mundo do grande mercado.

Claro que cada investidor tem as suas prioridades específicas e, neste texto, é impossível dar bons conselhos para todos. Um investidor pode querere investir temporariamente na revenda de instrumentos, outro, pelo contrário, prefere apoiar um projeto que pode ter grande repercursão no futuro através do financiamente coletivo. Por isso vamos limitar-nos às questões de investimento clássico - ou seja, investimento nas ações de empresas reais comerciais. Esse mesmo tipo de investimento, até hoje, é o mais responsável - por um lado, é um investimento de longo prazo e, por outro, não visa beneficiência ou satisfação moral, mas recebimento de lucros.

O mercado de corretoras online atualmente passa por um boom de startups que almejam conquistar a confiaça do mercado com todos os esforços.As startups tentam crescer o mais rápido possível, sugerindo aos traders as condições mais proveitosas: registo simples com burocracia mínima, baixa comissão, baixos depósitos mínimos, alta alavancagem financeira, um grande conjunto de ferramentas acessíveis. Contudo, nem todas as companhias são igualmente seguras, além de que cada uma tem o seu público-alvo. Para os investidores clássicos, há dois fatores importantes: um corretor deve providenciar o acesso a ações reais (e não só a obrigações do tipo CFD) e deve ser de confiança. Se no primeiro (com exceções raras de fraude direta) o corretor informa o cliente, a princípio abertamente, então o segundo é uma questão que exige maior atenção.

Adrian Kenyon. Quadro "Traders in NASDAQ" (2012). Pintura a óleo sobre o tema "Mercado"

O primeiro sinal de segurança é a licença

O sinal mais importante de confiabilidade do corretor é a creditação de licença por um regulador financeiro de renome. Levando em conta o volume de finanças com as quais as grandes corretoras operam, não podemos contar apenas com a palavra de honra. A fraude no mercado de bolsas sempre existiu e sempre existirá. É possível proteger-se dela por meio de elaborados sistemas e órgãos de supervisão situados em países que se preocupam com a sua reputação comercial. Em particular, os reguladores da União Europeia, da Austrália, da Suíça e do Japão são muito respeitados.

O regulador norte-americano de maior renome é a Comissão de Títulos e Câmbios dos Estados Unidos (Securities and Exchange Commission, SEC), fundada ainda em 1934 com o objetivo de reestabelecer a confiança dos investidores nas empresas após a Grande Depressão. Os Interactive Brokers mencionados anteriormente possuem licença creditada por esse mesmo regulador.

Na União Europeia cada país tem o seu próprio regulador de bolsas de valores, porém todas estão subordinadas à Diretriz para Mercados de Instrumentos Financeiros (Markets Financial Instruments Directive, MiFID). Em comparação com a SEC norte-americana, o sistema unificado europeu de regulação é relativamente novo. A próprio Diretriz MiFID entrou em vigor em 2007 e foi antecedida por uma longa experiência de erros e provas na área de regulação em alguns países europeus (sobretudo na Grã-Bretanha). As exigências europeias aos participantes do mercado são mais rígidas do que as norte-americanas, e muitos economistas consideram-nas exageradas. Mas se um corretor online pôde receber a licença num país da UE depois de 2007, significa que tem um alto nível de fiabilidade. Um exemplo de um corretor licenciado pela UE é a Exante.

São também altamente reputadas as licenças dos reguladores suíço FinMa, japonês FSA e australiano ASIC. A presença de licenças de outros países é bem-vinda. O corretor deve ter, no mínimo, alguma licença. O investidor novato tem que evitar não só corretores sem licença, mas também "representantes" sem licença dos corretores com licença de outro país. A licença do regulador de um país seguro tem que pertencer diretamente àquele corretor com que o contrato vai ser fechado.

O segundo sinal de confiabilidade é a infraestrutura

Outro sinal pelo qual podemos diferenciar um corretor seguro de um "corretor fantasma" é a presença de uma infraestrutura elaborada.

Uma infraestrutura de quadros de funcionários tem uma importância especial: a quantidade de servidores, a sua apresentação em centros de dados mundiais, a proximidade física aos servidores das bolsas. A presença de uma rede de servidores certifica grandes investimentos e, portanto, a visão de longo prazo do corretor. Mas nessa questão o cliente normalmente tem que acreditar nas companhias contando só com a “palavra de honra”. É muito mais fácil verificar outros aspectos da infraestrutura do corretor como, por exemplo, a presença do seu próprio programa comercial (e não uma versão adaptada do QUIK ou MetaTrader) e de um bom serviço de apoio em vários idiomas.

Mapa dos principais centros de dados com servidores do corretor online Exante

O lançamento do seu próprio programa comercial é uma tarefa difícil em si. Se o programa é atualizado regularmente e adaptado para as tendências modernas do trading, significa que a empresa tem um bom quadro de programadores. O mesmo princípio se aplica se a companhia tem um bom serviço de apoio, que sempre funcione bem (e, ao mesmo tempo, tem muito clientes) – um indicador de que há muitos funcionários. Se o serviço de apoio responde atentamente e rapidamente, inclusive às perguntas "ridículas" e se não se limita a replicar citações clichês dos manuais, mas resolve problemas do cliente com uma proximidade pessoal, significa que a companhia não poupa investimentos nessa área.

Podemos obter alguns traços complementares ao retrato da confiabilidade da companhia corretora ao analisar a sua atividade social na internet. Serviços de publicidade de muitas companhias têm blogs e comunicam com pessoas comuns. O grau de abertura e de prontidão dos funcionários à comunicação é mais um indicador de confiabilidade da empresa (ou seja, não faltam recursos à companhia) É necessário prestar atenção até a esses detalhes.

O terceiro sinal de confiabilidade é a reputação

O terceiro indicador da confiabilidade da companhia é a sua reputação informal na internet. Muitas vezes, um único caso de fraude ou apenas uma situação conflituosa (em que não dá para saber quem tem razão) é o suficiente para arruinar a reputação do corretor. Qualquer mensagem de que um corretor roubou tantos milhares de dólares de algum cliente torna-se objeto da atenção dos traders que não querem passar pelo mesmo. Tais casos são bem lembrados e emergem nas discussões sobre o corretor em várias plataformas. Por exemplo, a companhia Broca adquiriu uma péssima fama na internet só com dois clientes enganados e a companhia Ikon Group - apenas com um.

Claro que às vezes as mensagens sobre fraude podem ser uma manobra suja por parte dos concorrentes. Mas nesse caso devem haver várias publicações oficiais por parte da empresa a desmentir os rumores (isso também mostra que o corretor se preocupa com a sua reputação - não foge dos problemas, mas encara-os). Naturalmente, em condições de igualdade entre outros factores é melhor optar por um corretor que não esteja envolvido em nenhum escândalo.

É evidente que cada sinal mencionado acima separadamente não garante a segurança em 100%. Em teoria, até mesmo um corretor com a mais bem reputada licença pode envolver-se em fraudes. Contudo, levando em consideração todos esses indicadores, podemos minimizar os riscos o máximo possível.

Não só de segurança vive o homem

A confiança e o acesso do corretor aos mercados reais são importantes em princípio, mas isso é só a base para manter negócios. Quando o básico está garantido, novos factores começam a adquirir importância para o trader, principalmente o espectro de possibilidades que o corretor dá - por exemplo, um conjunto de instrumentos financeiros acessíveis.

Nick Baker. Quadro "Stock Market" (2012). Pintura com tinta acrílica num jornal

Até mesmo se o investidor pretende comprar inicialmente ações somente de duas ou três empresas numa bolsa de valores local e não pensa nas bolsas de Nova York ou Londres, ele não deve escolher o primeiro corretor que aparecer na sua frente. Também não pode limitar-se aos tipos de instrumentos mais populares. Com o crescimento da experiência de trading, normalmente o círculo de interesses do investidor amplia-se.

Por exemplo, muitas pessoas no início vendem moedas, contratos de futuro e ações, e com o crescimento da experiência e do capital comercial, passam a interessar-se por opções e obrigações, começam a cobrir os riscos com diversos tipos de ferramentas (por exemplo, ocupando uma posição de ações, cobrem-na com opções por esses mesmos títulos) e etc. Essa ampliação de interesses existe não só entre os «jogadores» do mercado, mas também entre investidores de longo prazo. E para satisfazer os seus interesses, é preciso novas ferramentas. É muito melhor quando o corretor escolhido reúne todas elas. Caso contrário, o investidor terá que abrir a conta em outra companhia, fazer nela outro depósito e sofrer perdas ao transferir dinheiro de uma conta para outra. Como a experiência mostra, os profissionais conhecidos no mercado - traders e gestores de ativos conhecidos - são inclinados a escolher companhias com um amplo leque de acesso a mercados e ferramentas.

Em geral, é impossível cobrir todas as particularidades com que o investidor se pode deparar. O caminho do investidor é quase sempre, de uma maneira ou de outra, um caminho de provas e erros. Para conhecer a realidade económica moderna não basta saber as fórmulas e os métodos de análise de gráficos de bolsa. É necessário também entender sobre política, desenvolvimento de tecnologias e psicologia humana. Resumindo, é necessário ter um verdadeiro conhecimento de vida. Não temos um algoritmo que especifique um comportamento ideal para cada situação da vida. Para o bem ou para o mal, não vivemos mais numa sociedade tradicional, em que havia uma forma claramente acertada de reagir a cada evento da vida. A economia online é o ramo onde essa mudança é mais visível.

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