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O gigante chinês do comércio online juntou-se à Foxconn, a empresa fabricante de iPhones, para uma megaoperação na Índia. Qual será a estratégia destas empresas chineses para o mercado indiano?

A empresa chinesa de comércio online Alibaba Group Holding Ltd. (NYSE: BABA) e a fabricante de iPhones Foxconn Technology Group estão em conversações para investir 500 milhões de dólares na Snapdeal.com. A acontecer, este investimento conjunto iria aumentar a valorização da startup indiana, formada há cinco anos, para cerca de cinco mil milhões de dólares.

A Snapdeal, que é propriedade da Jasper Infotech Pvt., faz a ligação entre comerciantes e consumidores, vendendo tudo desde telemóveis a carros e casas. O ano passado, a empresa recebeu um investimento de quase mil milhões de dólares da eBay Inc. (NASDAQ: EBAY) e da empresa de telecomuncações japonesa SoftBank Corp., o que impulsionou o seu valor para dois mil milhões de dólares.

Uma fonte próxima do processo afirma que a Alibaba e a Foxconn decidiram, entre as duas, comprar 10% da Snapdeal, embora o negócio ainda tenha de ser aprovado pela entidade reguladora indiana. A mesma fonte revelou que o presidente da Foxconn, Terry Gou, convenceu o fundador da Alibaba, Jack Ma, a avançarem para o investimento em conjunto.

Este ano a Alibaba e a Snapdeal já tinham encetado conversações, que entretanto chegaram a um impasse porque o investimento não garantia uma participação suficientemente grande para agradar à empresa chinesa, segundo a fonte.

Para a Alibaba, um investimento na Snapdeal poderia acelerar a expansão da companhia chinesa no crescente mercado de comércio eletrónico da Índia, à medida que cada vez mais indianos se viram para o mercado online para comprarem roupas, acessórios, livros e produtos eletrónicos.

E este não seria o primeiro investimento da Alibaba naquele país. Em fevereiro, a Ant Financial, uma afiliada da Alibaba, comprou 25% da empresa indiana de pagamentos online One97 Communication Ltd.

Para a Foxconn, um investimento na Snapdeal iria proporcionar à fabricante de produtos eletrónicos uma porta de entrada para o mercado indiano, onde a procura por smartphones tem vindo a aumentar significativamente.

A Índia é o terceiro maior mercado de smartphones a nível mundial, após a China e os Estados Unidos, com uma taxa de penetração de cerca de 25%. No primeiro trimestre deste ano, foram enviados para distribuição um total de 20 milhões de unidades, um aumento de 21% em relação ao mesmo período de 2014, segundo a empresa de estudos de mercado Counterpoint Research.

Baseada em Taiwan, a Foxconn, formalmente denominada Hon Hai Precision Industry Co. e conhecida pela montagem dos iPhones da Apple (NASDAQ: AAPL), tem procurado uma oportunidade para investir no comércio eletrónico e expandir as suas operações de fabrico na Índia, à medida que os salários na China continuam a aumentar e se intensifica a competição pelas encomendas da Apple.

Recentemente, a Índia aumentou os impostos às importações de telemóveis de 6% para 12,5%, levando as marcas globais a procurarem uma forma de fabricarem os seus produtos no país. Ao investir na Snapdeal, uma das maiores plataformas para a venda de telemóveis na Índia, a Foxconn poderia ajudar os seus clientes, incluindo a Xiaomi Corp. e a Micromax Informatics Ltd., a assegurarem um canal de vendas crucial neste mercado.

O fabricante está também a tentar formar uma plataforma de logística e de financiamento para apoiar startups na Índia, como parte da sua estratégia de diversificar a sua atividade para além da montagem de equipamentos.

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