Rio Tinto. David Gray/Reuters
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A holding bancária Morgan Stanley aconselha a compra de ações das gigantes mineiras BHP (ASX: BHP) e Rio Tinto (LSE: RIO). Descubra porquê.

Até agora, 2015 deveria tornar-se ‘um ano para esquecer’ para a indústria mineira, por causa da queda dos preços de matérias-primas e preocupações sobre a situação na China.

Em resposta, as ações da BHP e da Rio caíram 9% e 10% respetivamente. Mas a Morgan Stanley creia que comprar estes ativos é uma ótima escolha.

A sua previsão é baseada na procura cíclica, avaliações historicamente altas, dados do desempenho da empresa durante os últimos 40 anos e a regulação contínua das taxas de juros.

Numa noite os analistas da Morgan Stanley atualizaram o seu ponto de vista sobre as duas maiores empresas mineiras de “acima do mercado” para “igual ao mercado”, supondo que a “alteração tática da classificação” das empresas da indústria mineira possa antecipar o crescimento dos preços de matérias-primas.

O argumento-chave é o crescimento da procura em breve. Numa carta aos clientes, os analistas informaram:

“Os mercados emergentes, em particular o da China, ainda desempenham o papel principal na criação de procura por matérias-primas. Durante alguns próximos meses, contamos com as mudanças de percepção desta procura. Em particular, o fortalecimento das políticas de estímulo financeiro e administrativo, que estão a ser realizadas na China durante as últimas semanas, deve passar a surtir efeito tanto ao nível real de atividade, como nas esperanças dos participantes de mercado.”

Em 2014, a China consumiu cerca da metade da produção de petróleo, alumínio, zinco e minério de ferro.

Segundo a previsão da Morgan Stanley, em 2016 o crescimento da procura liderado pela China levará a um crescimento dos preços das mercadorias de 14%, com uma aceleração futura para 19% em 2017. Os analistas afirmam:

“Com base nas nossas previsões, podemos supor que as ações cujo ranking no momento está “acima do mercado” vão crescer 19%. Será uma mudança brusca face à situação dos últimos 18 meses.”

Além da perspectiva do crescimento da procura, sobre a qual pode evidenciar o recente aumento das despesas orçamentárias na China, o banco também acha que estes ativos estão atraentes do ponto de vista histórico. Os analistas da Morgan escrevem:

“A alteração na percepção dos preços de matérias-primas pode ter um impacto significativo sobre as ações que estamos a analisar.”

Os representantes do banco destacam que agora as ações das empresas do setor estão a ser negociadas pelo preço historicamente mais baixo desde a crise mundial de 1982, tanto em termos absolutos como relativos, se levarmos em conta o PBV (Price-to-Book Value) e o Retorno sobre o Patrimônio (RoE).

“Tanto o coeficiente PBV de 0,85 durante os últimos 12 meses, como o RoE de 7,9%¨estão no nível mais baixo desde 1982.”

Os analistas da Morgan Stanley supõem: com o Rendimento sobre o Patrimônio e a rentabilidade das ações mais baixos em 40 anos, há uma grande probabilidade que a regualação de abastecimento continue:

“Junto com a diminuição dos lucros dos projetos, isso leva a uma redução maciça de novos projetos, mesmo entre as empresas que estão a manter os preços mais baixos. Além disso,

o corte das despesas das companhias, ao nosso ver, pode tornar-se instável. Com a alteração do preço isso leva a mais uma queda de produtividade.”

Na sequência de fortes ganhos na licitação de noite em Londres, na quinta-feira as ações da BHP e da Rio continuaram a crescer.

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