Perceba porque é que o mercado secundário de ações se está a tornar cada vez mais popular.
As empresas jovens e bem-sucedidas não querem mais entrar na bolsa de valores — umas preferem evitar tornar-se empresas de capital aberto, outras simplesmente não estão preparadas no sentido de finanças e gestão; nestas condições torna-se mais difícil para os acionistas ter acesso aos lucros. Tudo isto provocou um ‘boom’ nos mercados de ações secundários que permitem às empresas, aos funcionários e aos investidores comprarem e venderem as suas próprias ações.
A 22 de Outubro, a bolsa de valores NASDAQ informou sobre a aquisição da SecondMarket, um dos líderes no mercado de ações secundário. O tamanho do negócio não foi revelado.
Claro que o facto de as empresas permanecerem privadas por mais tempo já não parece bom para tais mercados de ações como o NASDAQ que cobram taxas altas e gostam de se gabar ao listar mair uma empresa importante. Por isso, ainda em 2013, o NASDAQ lançou a sua própria plataforma de vendas das ações privadas. A equipa da SecondMarket irá juntar-se a esta subdivisão e o seu CEO Bill Siegel vai liderar o grupo.
A SecondMarket ficou famosa antes de o Facebook (NASDAQ: FB) ter aberto o seu capital, com os investidores institucionais e os ex-funcionários do Facebook a vender e comprar as ações da empresa dos média sociais em face da sua oferta pública inicial. Em 2014, o volume geral dos negócios na plataforma da SecondMarket atingiu 1,4 mil milhões de dólares, o que é quatro vezes mais do que no ano anterior.
Pelo visto, neste ano, a atividade do mercado secundário vai crescer. Durante os últimos meses o ritmo das IPO do setor tecnológico caiu para o nível minimo em 7 anos devido a uma série de fatores. Em primeiro lugar, as startups obtiveram acesso as capitais baratos e abundante graças às taxas de juros baixas e à ansiedade entre os capitalistas de risco para encontrar a próxima empresa tão grande como o Facebook. Além disso, muitas empresas tecnológicas que tiveram IPO há pouco tempo, tais como a Twitter, e passaram por tempos difíceis por causa das expectativas exageradas de Wall Street, tornaram-se numa oportunidade menos atraentes para os outros.
Mesmo assim, alguns investidores, como Bill Gurley da Benchmark Capital, acham que as empresas estão a esperar por muito tempo para abrir o capital. Tais investidores querem ter a oportunidade de levantar alguns dos seus ativos. É de notar que a Uber, um dos investimentos mais valiosos de Gurley, é um exemplo típico de uma empresa que permanece privada por demasiado tempo. A startup de táxis atraiu 8 mil milhões de dólares dos investidores privados, tendo realizado algumas rodadas de captação de recursos de mil milhões de dólares.
A falta de IPOs também afeta os funcionários que geralmente recebem um salário maior quando a sua empresa passa a ser de capital aberto. Muitas vezes, as ações da SecondMarket são negociadas pelos funcionários das startups que estão a tentar converter os seus ativos em dinheiro. Além disso, o mercado de ações secundário dá aos investidores a possibilidade de adquirir as ações das empresas populares antes, e às vezes, por um preço mais baixo, em relação a uma oferta pública inicial.