Bolsa de Lisboa com o maior ciclo de perdas do ano
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Bolsa de Lisboa cai pelo sexto dia consecutivo, o que não acontecia desde dezembro de 2014.

Nesta quinta-feira, 12 de novembro, a bolsa de Lisboa registou o maior ciclo de perdas do ano, caindo pelo sexto dia consecutivo, com a incerteza política a estar no centro das atenções e a espantar os investidores. De manhã o índice de referência PSI 20 estava a cair 0,45%, para os 5225,56 pontos.

O panorama no país continua a ser marcado pelas atuais condições políticas. Empresários e investidores suspendem investimentos e cortam despesas, principalmente por causa da incerteza em relação ao futuro político de Portugal. Espera-se uma decisão rápida do Presidente da República Cavaco Silva para restabelecer a confiança dos agentes económicos, de acordo com Pedro Ricardo Santos, gestor da XTB Portugal.

A última sequência de prejuízos de seis dias consecutivos do PSI 20 tinha sido observada a 15 de dezembro do ano passado. A bolsa de Lisboa está a sentir pressão especialmente por parte das energéticas e da banca. De manhã a Galp desvalorizava 1,56%, a EDP 0,67% e a EDP Renováveis 0,96%.

Os especialistas do Banco Português de Investimento (BPI) salientam que o programa do eventual novo Governo liderado pelos socialistas poderá causar riscos para a EDP, embora não seja bastante claro para se poder adivinhar o impacto nos participantes principais do setor da energia. O HSBC também baixou a classificação da empresa para 'Manter' quando antes estava em 'Comprar' e diminuiu o preço-alvo das ações de 3,8 euros para 3,5.

Na banca, o BCP estava a perder 1,08% e o BPI 0,78%. As ações do banco privado Banif, que passou de perdas a ganhos ao anunciar ontem, na quarta-feira, um lucro líquido de 6,2 milhões de euros, nos nove primeiros meses do ano, estavam inalteradas.

No entanto, nem todas as empresas estão a sofrer danos hoje. O grupo empresarial Jerónimos Martins estava a subir 1,29%. Por sua vez, a Teixeira Duarte também consegue escapar aos prejuízos.

Os investidores aguardam a decisão que deverá ser tomada amanhã pela agência de ranking DBRS sobre a classificação de Portugal, depois da Fitch ter afirmado ontem que a situação política acrescenta riscos para a estabilização fiscal e as reformas, prevendo que o impacto dos riscos dependa da coerência e do programa do novo governo liderado pelo PS. A única agência de classificação que coloca Portugal acima de "lixo" é a DBRS.

Outras bolsas europeias também estão no vermelho, com o Euro Stoxx 600 que de manhã perdia 0,39%. Resultados de relatórios dececionantes das cotadas fizeram com que as ações da Rolls-Roys caíssem 20%, depois da empresa ter reduzido a estimativa dos lucros para o próximo ano

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