Como as empresas do S&P 500 gastarão dinheiro em 2016
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O gasto com os acionistas está a crescer mais que o reinvestimento corporativo, de acordo com o Goldman Sachs.

As empresas do índice S&P 500 irão gastar $2,2 biliões no próximo ano, de acordo com o Goldman Sachs.

O chefe estrategista do Goldman Sachs David Kostin e a sua equipa descobriram que 54% desses gastos irão para atividades de crescimento, tais como gastos em capital, investigação e desenvolvimento e fusões e aquisições (mais 3% do que em 2015). Entretanto, cerca de 46% será gasto devolvendo dinheiro aos acionistas sob várias formas. Essa é uma percentagem 7% superior ao presente ano.

Aqui está uma visão mais profunda de algumas das áreas que o Goldman espera que sejam mais financiadas:

1. Gastos em capital, investigação e desenvolvimento

O Goldman prevê que haja um investimento de $650 mil milhões em capital e $256 mil milhões em investigação e desenvolvimento, refletindo um crescimento de 1% e 5% respetivamente.

A firma aponta para o facto de que o setor energético representa cerca de 30% dos gastos em capital do S&P 500, o que significa que os preços do petróleo estão a ter efeito nos gastos em capital.

“As nossas previsões são de aproximadamente um preço de $50 por barril de crude Brent em 2016 e recentemente um corte dos orçamentos da Chevron e da Exxon sugere um declínio de 20% em investimento de capital durante 2016”, diz a equipa do Goldman.

Já as despesas de investigação e desenvolvimento são um caso diferente, com o setor energético a contar apenas para 2% dos gastos.

2. Fusões e aquisições

Depois do espetáculo de 2015, o Goldman espera que os gastos em fusões e aquisições seja de $300 mil milhões em 2016, o que consiste num aumento de 8% face ao ano anterior, mas representa um crescimento mais lento do que o recentemente registado.

“A velocidade de crescimento dos gastos das empresas do S&P 500 em fusões e aquisições irá diminuir em comparação com o aumento de 50% registado em 2015. Apesar de restarem ainda dois meses no ano, os gastos em fusões e aquisições totalizaram $191 mil milhões até à data, mais do que os $185 mil milhões do ano completo de 2014. O setor da saúde represente quase 50% dos negócios deste ano. Esperamos que o dinheiro gasto em fusões e aquisições durante a segunda metade desacelere consideravelmente relativamente à atividade na primeira metade” afirmam Kostin e a sua equipa.

3. Recompras, recompras e mais recompras

O Goldman diz que as empresas irão gastar $608 mil milhões em recompras em 2016, mesmo face às valorizações crescentes.

“Apesar da fraca atividade durante a primeira metade de 2015, a recompra permanece robusta. Na sequência de um crescimento de 9% em 2014 e de um crescimento estimado de 10% em 2015, espera-se que as recompras no S&P aumentem mais 7% para $608 mil milhões em 2016. Mais de 80% das empresas do S&P 500 estão a recomprar ações, aproximadamente o dobro das empresas que o fizeram há 20 anos atrás.”

4. Dividendos para todos

Numa tendência liderada pelos setores financeiro e tecnológico, o Goldman espera que os dividendos aumentam 7% para $432 mil milhões. “A previsão consensual implica que o setor financeiro aumentará os dividendos em 10% em 2016, o crescimento mais alto de qualquer setor, enquanto os dividendos energéticos deverão estar sob pressão. “O crescimento global lento tem pesado sobre a perspetiva de dividendos a longo prazo” afirma o Goldman Sachs.

O Goldman tem algumas recomendações para investidores que procurem capitalizar as suas previsões de gastos. Apesar de o banco ter afirmado opor-se a recompras, os analistas recomendam empresas que tem altas recuperações de capital em comparação com as que investem em crescimento, já que o primeiro grupo é tipicamente mais recompensado pelos mercados.

Esperamos que estratégias de alto retorno de dinheiro tenham uma melhor performance devido ao baixo crescimento do PIB, baixas taxas de juro, e magros retornos de equidade. Um ambiente macroeconómico similar em 2015 compensou ações com altos retornos de dinheiro para acionistas enquanto firmas que investiram em capital ficaram para trás.

Eis um olhar sobre a performance em comparação com o S&P 500 desde 1991.

O Goldman Sachs tem um cabaz de Retorno Total de Dinheiro e um cabaz de Recompra que inclui empresas com os maiores planos de retorno do S&P 500. Esses dois cabazes incluem muitas das mesmas empresas, tais como a Bed Bath & Beyond (NASDAQ: BBBY), a Macy’s (NYSE: M), a Coca-Cola Enterprises (NYSE: CCE), a Marathon Petroleum (NYSE: MPC), a Ameriprise Financial (NYSE: AMP), a AbbVie (NYSE: ABBV), a Deere & Co. (NYSE: DE), a Motorola Solutions (NYSE: MSI) e a Monsanto (NYSE: MON) entre outros nomes na lista.

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