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Bill Maurer, colaborador da Seeking Alpha, explora a possibilidade de a Google vir a comprar o Twitter.

No início desta semana li um artigo interessante que sugeria que a Google se poderia estar a preparar para comprar o Twitter. Embora no passado tenha duvidado dos resultados de um possível acordo agora, de repente, não me parece um plano tão louco.

A Google (NASDAQ: GOOG) poderá, por exemplo, recorrer ao Twitter (NYSE: TWTR) para reforçar a sua presença no mundo social, entrando num mercado que se prevê que tenha quase 2,5 mil milhões de utilizadores até 2018. O Twitter, por sua vez, poderá ser mais bem sucedido na área da publicidade.

A Google precisa de olhar mais para o futuro e o social é a área onde pode introduzir algumas melhorias (pense no Google +). Assim, porque não comprar uma das mais estabelecidas empresas nessa área? É provavelmente melhor ideia do que tentar construir a sua própria plataforma do zero, ou tentar fazer um trabalho menor e em seguida falhar, como o Yahoo fez com o Tumblr.

No entanto, o aspeto mais interessante do acordo poderá recair sobre o Periscope – apesar de o Google ter uma plataforma de vídeo bem estabelecida, o YouTube. Apesar do número de utilizadores mensais ativos do Twitter ter estagnado, os utilizadores do Periscope continuam a aumentar. Considerado o crescimento da plataforma de vídeo ao vivo poderá dar-se o caso de o Periscope se vir a tornar valioso ao longo dos próximos anos.

Financeiramente o acordo faz sentido em várias frentes: a Google tem procurado fazer aquisições e tem dinheiro para fazê-lo; o Twitter fechou esta terça-feira com uma capitalização de mercado de mais de 11 mil milhões de dólares; um preço de compra de 15 mil milhões de dólares apenas levaria cerca de metade do capital que a Google reportou ter nos EUA.

Em termos de crescimento, o muito menor Twitter está a crescer muito mais rapidamente. Projeta-se que o aumento da receita do Twitter seja mais do dobro da receita da Google. O Twitter poderá ajudar a aliviar os temores de que a receita da Google desacelere.

O acordo encaixaria perfeitamente na estrutura da Google. Todos se focam nos ganhos não-GAAP por ação da Google, que exclui itens como a remuneração baseada em ações. Apesar de o Twitter ter registado um prejuízo GAAP de mais de 521 milhões no ano passado, a remuneração baseada em ações foi de mais de 682 milhões.

O lucro líquido não-GAAP do Twitter correspondeu na realidade a uns positivos 276 milhões de dólares. Tal como detalhei no passado, os números GAAP do Google não mostraram muito progresso em anos recentes e este acordo iria dar continuidade a essa tendência. No entanto, considerando que estão todos focados nos números não-GAAP, a adição do Twitter a ambas as receitas e EPS não-GAAP poderia ajudar a situação.

Por outro lado, este acordo faz sentido para o Twitter. Se a Google oferecer cerca de 25 dólares por ação (os 15 mil milhões discutidos acima), os acionistas do Twitter poderão vender a um preço não visto desde dezembro.

Adicionalmente, avança-se que as ações valem cerca de 20 dólares neste momento, logo o Twitter realizaria um bom acordo. Jack Dorsey, CEO do Twitter, poderia finalmente voltar a gerir a Square a tempo inteiro, em vez de ter de se dividir entre as duas empresas.

Talvez seja altura de explorar a opção de venda do Twitter. A Google tem o capital para fazer acontecer e poderia certamente beneficiar de um impulso na área das redes sociais. O Twitter também sairia beneficiado, graças às proezas da publicidade do Google. Financeiramente, o acordo iria ajudar o Google a todos os níveis, especialmente porque a maioria das perdas GAAP do Twitter seriam excluídas em resultados não-GAAP.

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