Bogle e Buffett concordam: não siga as ações
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Toda uma nova perspetiva: Bogle e Buffett defendem que o investidor que acompanha menos os mercados - e que não reage sob pressão - pode alcançar melhores resultados.

Não irá encontrar duas pessoas com abordagens tão diferentes quanto ao investimento de longo prazo como Warren Buffett e John Bogle.

Buffett fez milhões a selecionar ações. John Bogle, fundador do Vanguard Group, construiu o seu nome a não selecionar ações.

Então, em que é que estes dois concordam e como pode tirar proveito da sua opinião?

É simples. Desligue a televisão. Não leia a secção de Finanças do jornal. Evite seguir informação quanto aos mercados por completo. Não procure informação e ficará bem.

“Não siga o mercado de perto.” – Avançou Buffett numa entrevista ao CNBC. “O dinheiro alcança-se através de investimentos e da posse de boas empresas durante longos períodos de tempo. Compre ao longo do tempo – irá dar bons resultados daqui a 10, 20, 30 anos.”

Não espreite

É o que John Bogle aconselha quanto ao que fazer quando os mercados caem. Não fique obcecado e não procure informação.

“Uma das minhas regras preferidas é ‘Não espreite’. Não deixe que todo o ruído abafe o seu bom senso e sabedoria. Tente não prestar muita atenção ao que é dito pois não terá qualquer efeito nos retornos dos seus investimentos de longo prazo.” – Afirmou Bogle.

Nem todos os investimentos dão bons resultados ao longo do tempo. Mas aqueles que dão bons resultados, dão muito muito bons resultados.

A J. P. Morgan Asset Management resumiu tudo num gráfico. O gráfico mostra os retornos de uma variedade de tipos de investimento ao longo das últimas duas décadas – fundos de investimento imobiliário, ações, carteiras de ações e títulos, títulos, ouro, ações estrangeiras e por aí fora.

Deixando a volatilidade de lado por um momento: os fundos de investimento imobiliário mostraram grandes resultados, com um retorno de 11,5%. O mercado de ações alcançou os 9,9% enquanto uma carteira diversificada retornou 8,7%.

No canto inferior direito do gráfico encontra o “investidor médio”. A experiência de retorno do mesmo foi de 2,5%, apenas um pouco acima da inflação.

Adivinhar erradamente

Engraçado, certo? Não se trata certamente da experiência típica – mas é, com base na análise detalhada da Dalbar Inc.

As razões por detrás variam. Podem ser as taxas excessivas cobradas pelos gestores dos fundos de investimento e por consultores financeiros mas uma grande parte será o “adivinhar erradamente” do investidor quanto à direção das ações no curto prazo.

É o comprar alto e vender baixo, o contrário do que é suposto fazer. É entrar em pânico com as ações em vez de comprar e manter. É em acompanhar e reagir que está o problema – o pecado contra a sua carteira para o qual Bogle e Buffett alertam.

O problema não está nos investimentos mas sim no investidor. O problema é o nosso comportamento, as nossas más decisões sob pressão e baseadas em informação limitada.

A resposta – e sei que soa contraintuitivo – passa por fazer menos. Não procure informação e irá reformar-se com mais.

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