Recompra de ações – a manter o mercado de ações à tona
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Recompra de ações: empresas compram as suas próprias ações e reduzem o número de ações disponíveis no mercado.

A maioria das pessoas assumiu que o que tem mantido o mercado à tona este ano – após a queda de 11% no início do ano – é a junção de melhores notícias da China com a estabilização dos preços do petróleo e indicações de que o Fed não irá aumentar tanto as taxas como pensado. Mas o que está a manter o mercado poderá ser outra coisa: a recompra de ações.

“As recompras corporativas são a principal fonte de procura líquida de ações dos EUA.” – notou uma equipa de analistas da Goldman Sachs liderada por David Kostin. A recompra de ações irá ajudar a levantar o preço das mesmas.

A recompra de ações – através da qual as empresas compram as suas próprias ações e reduzem o número de ações no mercado – subiu para 561 mil milhões de dólares em 2015 – um aumento de 40% face ao ano anterior e o maior desde os 721 mil milhões de dólares de 2007. Estima-se que esse número volte a subir mais 7% em 2016, para 600 mil milhões de dólares, de acordo com a Goldman Sachs.

As empresas podem comprar as suas ações quando as mesmas são negociadas ao que parece ser um desconto – ou para utilizarem dinheiro. E os investidores gostam dessa medida pois as recompras elevam o preço das ações das empresas.

No entanto, as empresas também se podem envolver na recompra de ações por outra razão: para aumentar o valor – no papel – dos seus ganhos por ação – um movimento que poderá tornar difícil (para investidores incautos) determinar quanto das atuais operações da empresa conduziu a crescimento real.

Parece ser esse o caso para cerca de ¼ das empresas do S&P 500. A percentagem de empresas do S&P 500 que comprou ações suficientes para alterar o seu lucro por ação – para, pelo menos, um aumento de 4% ano após ano – aumentou 25,8% no quarto trimestre de 2015 e oscilou em torno desse nível ao longo do primeiro trimestre de 2016, de acordo com Howard Silverblatt, analista sénior. De acordo com a Goldman, o valor em dólares atingiu cerca de 122 mil milhões de dólares – dados de 18 de abril.

É um aumento de 20% para 23% das empresas do S&P 500 que compraram ações suficientes – nos sete trimestres que terminaram no T3 de 2015 – para aumentar o seu lucro por ação em pelo menos 4%.

“À medida que o nível do preço-lucro aumenta, os investidores precisam de rever os dados e diferenciar entre os dois, determinando o múltiplo adequado para pagar o crescimento (através de vendas, cortes em despesas e ganhos de eficiência) e o nível adequado para o crescimento da recompra.” – Escreveu Silverblatt.

A recompra de ações surge num momento em que os grandes investidores – incluindo investidores individuais estrangeiros – e os fundos de pensões têm vendido as suas ações no meio da volatilidade do mercado e dos fracos preços do petróleo. O S&P 500, no entanto, ganhou cerca de 2% este ano até à data.

Tanto a Apple (NASDAQ: AAPL) como a GE (NYSE: GE) anunciaram programas multianuais de recompra de 50 mil milhões de dólares em 2015 – 60% e 93% por completar, respetivamente – enquanto a Walmart Stores (NYSE: WMT) autorizou um programa de recompra de 20 mil milhões de dólares – com 88% por completar.

De acordo com a Goldman Sachs tal deixa cerca de 210 mil milhões de dólares de ações não utilizadas para recompra no futuro.

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