Johnson & Johnson
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As ações de crescimento lento com dividendos fortes são uma grande adição a qualquer carteira de investimentos

Quando os mercados enlouquecem – Brexit? – muitos investidores começam a procurar ações mais seguras com modelos de negócio sustentáveis e dividendos crescentes. É essa a ideia de ações defensivas: estão lá para ancorar uma carteira, com menor volatilidade, para que investidores avessos ao risco e investidores de rendimento possam ver a sua riqueza aumentar sem o stress das oscilações do mercado.

Seguem-se cinco ações defensivas para 2016. Estas ações têm três coisas importantes em comum.

Dividendos grandes e estáveis

Como o gráfico apresentado mostra, a menor ação neste grupo é a Realty Income Group, com uma capitalização de mercado de cerca de 17 mil milhões de dólares. Não é pequena – mas é ofuscada pela maior, a Johnson & Johnson (NYSE: JNJ), em mais de 300 mil milhões de dólares.

Todas possuem dividendos bem cobertos por um fluxo de caixa livre, como evidenciado pela proporção de reembolso de dividendos – como é possível ver no gráfico apresentado. Na realidade, três – Coca-Cola (NYSE: KO), Proctor & Gamble (NYSE: PG) e Johnson & Johnson – foram designadas como “aristocratas dos dividendos” ou ações que pagaram dividendos que aumentaram pelo menos uma vez por ano ao longo de 25 anos consecutivos. (Defesa do Realty Income Group: a empresa não foi listada na bolsa há tempo suficiente para deter a designação – e aumentou os dividendos 85 vezes desde 1994).

Tratam-se de empresas suscetíveis a manterem-se por muito, muito tempo – e a pagar dividendos crescentes enquanto se mantiverem.

Foco no consumo, com alguma diversificação

Todas estas cinco ações têm pelo menos um foco parcial em bens de consumo. O Realty Income Group, um fundo de investimento imobiliário (ou REIT na sigla inglesa) compra edifícios que arrenda – principalmente edifícios comerciais que se tornam ginásios, restaurantes de fast-food, farmácias e semelhantes. A Coca-Cola e a Proctor & Gamble definem, em muitos aspetos, uma marca poderosa. A Coca-Cola tem liderado campanhas de branding fantásticas ao redor da Coke e Diet Coke durante anos. A Proctor & Gamble não é tão conhecida mas os seus materiais de limpeza e de higiene são omnipresentes, como nomes como Gillette e Tide.

A Johnson & Johnson é bem conhecida pelo seu champô para bebés e medicamento para a dor Tylenol, embora mais de 80% das suas vendas sejam provenientes das suas menos conhecidas divisões de dispositivos médicos e farmacêuticos. A CVS é mais conhecida pelos produtos farmacêuticos, embora obtenha a maioria da sua receita de um negócio de gestão menos conhecido.

Com esta carteira de cinco ações, um investidor tem duas grandes empresas de cuidados de saúde – a Johnson & Johnson e a CVS –, duas grandes marcas de consumo – Proctor & Gamble e Coca-Cola – e uma grande operadora imobiliária – Realty Income Group.

Até mesmo as ações defensivas têm as suas ameaças

Cada uma destas ações enfrenta ameaças de uma forma ou de outra. O crescimento da Coca-Cola poderia ter sido prejudicado pela mudança de atitudes quanto ao controlo de calorias; para a P&G, recentes empresas como a Dollar Shave Club ameaçam a sua quota de mercado.

As empresas de cuidados de saúde são ameaçadas pela consolidação por todo o setor – e a J&J em particular poderá ver os seus medicamentos “atacados” com as patentes a expirarem e os seus principais medicamentos a encararem crescente concorrência de novas terapias. Para o Realty Income Group, o aumento das taxas de juro irá tornar os empréstimos mais elevados e poderá dificultar a sua capacidade para comprar mais imóveis – abrandando o seu crescimento.

No entanto, cada empresa tem uma estratégia sólida para combater esses problemas. A Coca-Cola, por exemplo, está a diminuir a sua força de trabalho a nível global e a focar a sua atenção nas suas principais competências ao redor do desenvolvimento de bebidas e venda de marcas. Ao criar e promover opções menores, em termos de dimensão de bebidas, a Coca-Cola parece estar no bom caminho para estabilizar o seu core business.

A P&G está também a focar-se nas suas competências centrais, vendendo a terciarização de produtos de beleza à Coty (NYSE: COTY) por 13 mil milhões de dólares. Tal deverá permitir à gestão renovar o foco em áreas fundamentais – cuidados com bebés e cuidados com o cabelo, ancorada em cerca de 65 marcas. Estas áreas têm impulsionado melhor crescimento para a Proctor & Gamble e a administração espera continuar a estimular crescimento e redução de custos nos próximos anos.

A Johnson & Johnson e a CVS (NYSE: CVS) estão também a responder bem às suas ameaças. A CVS comprou a rede de farmácias Target no ano passado e continua a criar lojas adicionais (estimando-se 100 novas farmácias apenas em 2016) para continuar a lutar pela quota de mercado com a cadeia de farmácias número 1 nos EUA, Walgreens. A sua contínua ênfase para se tornar uma loja de cuidados de saúde one-stop poderá ser um diferenciador importante aos olhos dos consumidores.

A Johnson & Johnson está a planear apresentar dez novos medicamentos para aprovação em 2019, cada qual com o potencial de gerar mil milhões de dólares em vendas anuais. Se a J&J for capaz de o executar, tal poderá representar um crescimento impressionante.

Com as taxas de juro a arrastarem-se nos próximos meses e anos, o Realty Income Group encontra-se numa posição única devido à sua escala e forte rating de crédito. Dado que a empresa tem espaço suficiente para se envolver em mais dívida e tem um excelente rating de crédito, deverá encontrar-se numa melhor posição do que a maioria das restantes REIT quando as taxas de juro começarem a subir a sério.

As melhores ações defensivas são grandes âncoras

Grandes ações como estas cinco fazem sentido para estabilizar uma carteira de investimento quando a volatilidade do mercado dispara. Embora não venham a ser as suas grandes vencedoras num dado ano ou noutro (consegue imaginar uma empresa da dimensão da J&J a triplicar num ano?) são uma excelente forma de alcançar ganhos sólidos e consistentes ao longo de um longo período de tempo. E no final do dia, se estiver a investir no longo prazo, é essa a ideia.

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