4 Ações a acompanhar em julho
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Apple, Intel, IBM e Netflix — as ações às quais os investidores devem estar atentos

Muitas grandes empresas preparam-se para anunciar resultados trimestrais ao longo das próximas semanas. Os investidores terão bastante informação para digerir e são possíveis grandes movimentos se os números não se alinharem com as expetativas. Segue-se uma olhadela quanto a quatro ações às quais os investidores devem prestar atenção em julho.

Apple

A Apple (NASDAQ: AAPL) sofreu o seu primeiro declínio em vendas do iPhone durante o trimestre anterior (em relação ao ano anterior), desencadeando preocupações quanto à possibilidade do negócio lucrativo ter atingido o seu pico. Este trimestre, cujos resultados serão anunciados depois do fecho do mercado a 26 de julho, não deverá ser muito melhor. A Apple prevê que a receita tenha caído cerca de 17% face ao mesmo período do ano anterior.

Prevê-se a chegada de um novo iPhone no final deste ano, o que poderá ajudar a mudar as coisas. No entanto, são diversas as tendências a trabalhar contra a Apple. O mercado de smartphones desacelerou, com estimativas de crescimento de um só dígito para este ano. O fim de contratos e subsídios nos EUA alterou os incentivos relativos à compra e modernização de smartphones. E os telemóveis de gama média, muito inferiores ao iPhone, estão a superar a lacuna em termos de qualidade.

Tendo em conta estes ventos contrários a Apple está a aumentar o foco no seu segmento de serviços, impulsionado por uma enorme base de utilizadores. Os serviços representaram cerca de 12% da receita total durante o anterior trimestre, o suficiente para ter significado – no entanto, não o suficiente para compensar o declínio das vendas de iPhones. As ações da Apple têm estado voláteis até agora e qualquer surpresa – positiva ou negativa – deverá causar um grande balanço no preço das mesmas.

Intel

Apesar do mercado de PC se encontrar em queda, a Intel (NASDAQ: INTL) ainda espera aumentar a receita este ano, impulsionada pelo seu segmento rentável de centros de dados. A empresa irá relatar resultados quanto ao segundo trimestre depois do mercado fechar a 20 de julho e os investidores quererão ver a Intel a atingir a sua meta de crescimento (quanto aos seus centros de dados) de cerca de 15%.

A Intel viu o volume de unidades de computador para cliente cair 15% durante o primeiro trimestre, face ao mesmo período do ano anterior. Este segmento inclui PC, tablets e telemóveis e muito do declínio foi impulsionado por uma queda de 44% das vendas de tablets (por unidade). A empresa passou 2014 a subsidiar os seus chips para tablet numa tentativa de ganhar quota de mercado, mas a estratégia mostrou-se um erro, com a empresa a gastar milhares de milhões de dólares acabando com pouco para mostrar.

A nova estratégia da Intel visa a nuvem. A Intel desistiu do mercado de smartphones e está a tentar manter o domínio no mercado de chips para servidores enquanto expande para aceleradores e memória. A Intel comprou a Altera no ano passado e começou a vender o seu chip acelerador Knights Landing. O 3D XPoint, um novo tipo de memória, estará disponível a partir da Intel em forma de drives em estado sólido no final deste ano. A Intel espera que o segmento de centros de dados seja o seu principal motor de crescimento daqui para a frente.

International Business Machines (IBM)

Após 16 trimestres de quedas em termos de receita, a International Business Machines (IBM) irá provavelmente alcançar o 17º quando anunciar os resultados do segundo trimestre depois do mercado fechar a 18 de julho. Muitos dos seus segmentos de negócio estão em declínio com a IBM (NYSE: IBM) a transferir recursos para áreas como a computação na nuvem e análise, com um dólar forte a não ajudar.

As ações da IBM recuperaram nos últimos meses mas a empresa irá continuar a precisar de se transformar para que os ganhos se mantenham. Os imperativos estratégicos da IBM – aquilo a que chama os seus negócios de crescimento – representaram 37% da receita da empresa nos últimos 12 meses. Durante o primeiro trimestre, este conjunto de negócios aumentou a receita em 17%, ano sobre ano, ajustado ao câmbio. No entanto, o crescimento não foi suficiente para compensar a fraqueza noutros segmentos, levando a um declínio de 2% da receita total ajustada ao câmbio.

Com o Brexit e a força do dólar poderão prever-se mais infortúnios para a IBM. Os investidores deverão ouvir a teleconferência da empresa para uma atualização quanto ao efeito esperado das taxas de câmbio este ano. As perspetivas da empresa também serão acompanhadas de perto. A IBM reiterou a sua orientação de ganhos para o ano no trimestre passado, e um corte dessa orientação poderá levar à queda das ações.

Netflix

A Netflix (NASDAQ: NFLX) surpreendeu os analistas com uma fraca orientação em termos de crescimento de subscrições quando relatou os resultados do primeiro trimestre – e as preocupações quanto às perspetivas de crescimento da empresa e respetivo lucro levaram à queda das ações. As ações da Netflix caíram cerca de 17% este ano, até à data, e é possível uma grande movimentação quando a empresa relatar os resultados do seu segundo trimestre depois do mercado fechar a 18 de julho.

A Netflix estima ter acrescentado mais 2,5 milhões de subscritores durante o segundo trimestre, abaixo dos 3,38 milhões que a empresa acrescentou no mesmo período do ano passado. O segmento de streaming nos EUA deverá crescer em apenas 500.000 subscritores, com o segmento internacional a representar os restantes. A Netflix tem gasto bastante nos últimos anos a expandir a sua presença internacional e o serviço da empresa está agora disponível na maioria dos países – com a China como única notável exceção.

Com a expansão internacional da Netflix completa, os investidores aguardam aumento de subscritores e melhoria de lucro. O segmento internacional ainda não gera lucro e a Netflix está a queimar dinheiro à medida que aumenta a sua biblioteca de conteúdo. Ao longo dos últimos 12 meses, a Netflix relatou uma perda de fluxo de caixa livre de cerca de mil milhões de dólares. Até agora, os investidores aceitaram os lucros em queda e os altos gastos em troca de crescimento – mas agora a Netflix precisa de provar que a sua estratégia será compensada.

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