O Business Insider recolheu previsões e insights de analistas de Wall Street quanto à Apple
O segundo trimestre do ano nunca é “grande” para a Apple (NASDAQ: AAPL) – e este ano está a moldar-se para ser pior do que o habitual.
A Apple irá relatar os seus resultados trimestrais hoje. A própria previsão de receita da empresa prevê que a mesma seja inferior ao mesmo período do ano passado.
Durante o segundo trimestre do ano passado, tipicamente o mais lento da Apple, a empresa gerou 49,6 mil milhões de dólares em receita. Tim Cook, CEO da Apple, avançou que a empresa irá gerar entre 41 e 43 mil milhões de dólares de receita no segundo trimestre deste ano.
Wall Street está a tentar perceber quantos iPhones a empresa mais valiosa do mundo vendeu.
A Apple vendeu 47,5 milhões de iPhones no ano passado durante o mesmo trimestre.
Wall Street prevê que a Apple relate 42,11 mil milhões de dólares em receita – e lucro por ação de 1,38 dólares, de acordo com a Yahoo Finance.
O Business Insider recolheu previsões e insights de alguns analistas de Wall Street que seguem a Apple. Veja as suas opiniões:
“Poderão não se verificar muitos aspetos positivos no trimestre.” – Steven Milunovich e Benjamin Wilson (UBS).
- Estimativa de receita: 41,6 mil milhões de dólares
- Lucro por ação: 1,40 dólares
Embora os analistas do UBS sejam tendencialmente otimistas quanto à Apple, não veem muitos “catalisadores positivos” no curto prazo.
Milunovich e Wilson preveem que a Apple também veja as suas margens encolherem com o novo iPhone low-cost, o SE, a surgir como mais popular do que o esperado.
Os analistas acham que a receita de serviços da Apple – como a App Store e Apple Music – será mais forte.
Em última análise consideram ser “cada vez mais importante reconhecer a Apple como uma empresa-plataforma.”
“O sentimento quanto à Apple é um dos mais baixos, se não o mais baixo, desde que começámos a seguir a empresa.” – Maynard Um, Munjal Shah e Jason Ng (Wells Fargo)
- Estimativa de receita: 42,7 mil milhões de dólares
- Lucro por ação: 1,44 dólares
Os analistas da Wells Fargo acreditam que como as expetativas são tão baixas poderá haver significativa vantagem para as ações.
Consideram que se a Apple revelar “dados positivos” durante a divulgação de resultados, as ações da Apple poderão subir.
Estão também a olhar para o longo prazo e acreditam que a exportação de iPhones irá voltar a crescer até ao final do ano.
“A Apple continua a negociar a uma valorização atraente para os investidores de longo prazo.” – Aaron Rakers, Joseph Quartochi, Andrew Shinn (Stifel)
- Estimativa de receita: 41,33 mil milhões de dólares
- Lucro por ação: 1,36 dólares
Os analistas da Stifel reduziram as suas estimativas quanto às vendas de iPhones para o resto de 2016 no início deste mês.
Ainda assim, estão otimistas quanto à Apple. Acreditam que dada a base de utilizadores da mesma, muitas pessoas irão atualizar os seus telemóveis no próximo ano.
Escreveram:
“Apesar de estarmos a reduzir as expectativas quanto a exportações de iPhones (...) a nossa análise da base de utilizadores de iPhones deixa-nos otimistas quanto a potencial crescimento no pós-iPhone 7.”
“Estamos a baixar as nossas estimativas quanto a uma margem bruta menor.” – Tim Long (BMO)
- Estimativa de receita: 43,72 mil milhões de dólares
- Lucro por ação: 1,45 dólares
Os analistas da BMO são neutros quanto à Apple no curto prazo pois acham que o iPhone SE irá reduzir as margens de lucro da Apple.
No entanto, acham que a Apple irá exportar mais iPhones este ano do que o consenso de Wall Street – e acham que se verificará subida de valor este outono quando o iPhone 7 for lançado.
Long escreveu:
“No mês passado, na esteira da nossa viagem à Ásia, aumentámos os números de unidades de iPhone para os trimestres de junho e setembro para 42 milhões e 44 milhões, respetivamente, acima do consenso de 40 e de 43 milhões. Mantemos a nossa visão de que o iPhone 7 deterá um desempenho sólido dada a crescente base de utilizadores e maior percentagem de telemóveis antigos. Quanto a este trimestre acreditamos que as margens brutas terão, provavelmente, maior impacto no movimento das ações no curto prazo.”
“Gostamos do set-up.” – Katy Huberty, Jerry Liu, Elizabeth Elliott (Morgan Stanley)
- Estimativa de receita: 41,9 mil milhões de dólares
- Lucro por ação: 1,38 dólares
Huberty da Morgan Stanley é uma das analistas mais atentas à Apple e a sua equipa espera que a Apple relate resultados “em conformidade”.
Considera que o crescimento do iPhone terá “declinado” e que existe oportunidade de crescimento no final do ano e no próximo ano.
A sua equipa escreveu:
“Os investidores irão olhar cada vez mais para o ciclo do iPhone em 2017. Vemos várias características potencialmente revolucionárias, especialmente quanto ao ecrã e vida da bateria, que a Apple poderá lançar em pouco mais de um ano a partir de agora. Tal como com o primeiro grande ecrã do iPhone, o 6 em 2014, os investidores antecipam um lançamento de produto significativo.”
E continuou:
“Como o crescimento do iPhone tende a piorar no trimestre de junho e como as expetativas de margem bruta foram repostas esta temporada de resultados achamos que o sentimento quanto à Apple deverá melhorar daqui para a frente.”
“A Apple é um porto seguro relativo.” – Laura Martin e Dan Medina (Needham)
- Estimativa de receita: 43,2 mil milhões de dólares
- Lucro por ação: 1,43 dólares
A pesquisa da Needham envolve em grande parte a possibilidade da plataforma Apple começar a gerar receita significativamente maior, focando-se no jogo de sucesso Pokémon Go que está a encher os cofres da Apple.
No geral os analistas da Needham acreditam que embora um produto de sucesso forneça uma vantagem à Apple, muitas outras fontes de receita alternativas poderão começar a ser uma realidade – incluindo o Apple Pay e Apple Watch.
Classificam a Apple como “strong buy” com um preço-alvo de 150 dólares – muito superior a preços-alvo de outros analistas.
Escreveram:
“No contexto do caótico ambiente macro global de hoje os 153 mil milhões de dólares da Apple em fundos líquidos dão-lhe a possibilidade de sobreviver à maioria das perturbações macro e a flexibilidade para executar escolhas estratégias. A alavancagem negativa é mais segura (e mais valiosa) num mercado volátil.”
“Olhamos para resultados pouco inspiradores quanto ao terceiro trimestre e para um melhor ano fiscal de 2017.” – Jeffrey Kvaal e Gregory McNiff (Nomura)
- Estimativa de receita: 43,1 mil milhões de dólares
- Lucro por ação: 1,50 dólares
A pesquisa da Nomura foca-se nos esforços da Apple para se tornar cada vez mais uma plataforma.
Acreditam que embora os números de vendas do iPhone pareçam “sem inspiração” a Apple poderá continuar a fazer dinheiro da sua base de utilizadores de iPhones. Acreditam que o segmento de serviços da Apple venha a relatar um crescimento de 20% este ano.
Ainda assim temem que o novo iPhone barato da Apple venha a prejudicar as suas margens.
Da sua nota:
“Argumentámos que a procura do SE superou as expetativas da Apple, em parte à custa de volumes 6S. A oferta do SE apanhou a procura no final do terceiro trimestre fiscal. A força do SE poderá alterar a forma dos volumes no terceiro e quarto trimestres fiscais. (...)
O consenso diminuiu modestamente antes dos resultados do terceiro trimestre fiscal o que implica que as expetativas dos investidores estejam a recuperar.”
“O sentimento piorou claramente, com maior desvantagem do que vantagem para as estimativas atuais. Mantemo-nos cautelosos no curto prazo.” – William Power (Baird)
- Estimativa de receita: 42,1 mil milhões de dólares
- Lucro por ação: 1,37 dólares
Os analistas da Baird são tendencialmente otimistas quanto à Apple, classificando a ação como outperform (desempenho superior).
Focam-se nos problemas de divisas da Apple com um dólar forte, algo que Cook relatou no início deste ano ao considerar as condições “sem precedentes”.
Escreveram:
“Provável pressão de moeda. Com cerca de dois terços da receita da Apple a gerarem-se fora dos EUA, a empresa poderá encarar aumento de ventos contrários.”
“Não estamos entusiasmados com as perspetivas de crescimento quanto ao iPhone.” – Birdy Lu e Frank Lin (Deutsche Bank)
Numa longa nota sobre a cadeia de fornecimento da Apple, os analistas do Deutsche Bank escreveram que acreditam que os fornecedores da Apple são ainda uma aposta forte.
Também realizaram “industry checks” o que indica que “o mix de produtos piorou” com o novo iPhone low-cost da Apple.
Ansiosos quanto ao iPhone 7 consideram que poderá vender mais que o iPhone 6S apesar da Apple parecer estar a produzir menos iPhone 7.