5 Ações que ganham com os Jogos Olímpicos

Enquanto os atletas lutam por um lugar no pódio olímpico diversas empresas travam uma batalha semelhante

Empresas de todo o mundo competem por atenção no Rio de Janeiro. Marcas como a Coca-Cola (NYSE: KO), Visa (NYSE: V) e Samsung criaram anúncios, colocaram os seus logótipos em todo o vestuário e espaços de competição e patrocinam atletas.

A maioria das empresas utiliza esta associação aos Jogos Olímpicos para tornar os consumidores mais abertos às suas marcas. Outras empresas, no entanto, recorrem aos Jogos Olímpicos para lançar novos produtos – com projeção global.

Então, quais as ações que se destacam? Certamente ajuda os mercados tenderem a subir durante este período. Em média, o Dow Industrial Average (INDEX: DJI) ganha, em termos de valor, 69% durante as duas semanas de Jogos Olímpicos de verão, de acordo com a empresa de análise de mercado Factset.

Seguem-se algumas empresas que saíram beneficiadas com os Jogos Olímpicos no passado – e que poderão sair novamente.

Como patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos, a McDonald’s (NYSE: MCD) tem o direito de utilização da marca Jogos Olímpicos em campanhas de marketing. A empresa teve um bom desempenho em cada um dos últimos quatro jogos de verão. Na duração dos mesmos, as ações da McDonald’s superaram o índice MSCI – uma coleção de ações globais – em mais de 1,5%. A McDonald’s tende também a superar a referência em cerca de 6% um ano depois dos jogos terem terminado.

As ações da McDonald’s caíram no início deste ano depois da empresa ter relatado uma desaceleração das vendas em loja. Stephen Easterbrook, CEO, também alertou que os Jogos Olímpicos não terão um efeito material sobre a empresa, embora os Jogos tendam a ajudar a McDonald’s a reforçar a sua marca.

Nike (NYSE: NKE), um grande nome na indústria de vestuário desportivo. No entanto, o preço das ações da Nike não apresentou grande desempenho durante os últimos dois Jogos Olímpicos de verão. As ações deslizaram cerca de 2,77% durante as duas semanas de Jogos em 2012 e 2008 – provavelmente devido aos ganhos dececionantes que antecederam os eventos, de acordo com uma nota de Tom Nikic, analista sénior na Wells Fargo.

Contudo, existe pelo menos um motivo para seguir as ações da marca nos Jogos Olímpicos. A empresa de produtos desportivos tende a tornar os Jogos Olímpicos “uma plataforma de lançamento de inovação” – escreveu Nikic. A empresa lançou, por exemplo, a tecnologia Flywire/Lunarlon em 2008 e o bem-sucedido estilo Flyknit em 2012. Além disso, as ações da Nike superaram o S&P 500 (INDEX: US500) durante os jogos de verão entre 1984 e 2004, de acordo com dados compilados por Andrew Birstingl da Factset – as ações subiram uma média de 6,4% nos dois mais recentes Jogos, durante as duas semanas dos mesmos, enquanto o S&P 500 subiu apenas 2,32% em comparação.

“Assim, embora consideremos os Jogos um catalisador negativo no curto prazo, o sucesso das inovações da empresa no final do ano deverá desempenhar um papel chave na capacidade da empresa para crescer e lutar contra intensa pressão da concorrência (como pares com rápido crescimento, como a Adidas (ETR: ADS) e Under Armour (NYSE: UA)).” – Escreveu.

Durante o ano que se segue aos Jogos, as ações da Nike tenderam a subir uma média de 15,27%, superando a subida do S&P 500 de 9,3% durante o mesmo período, de acordo com Birstingl.

Outra potencial grande vencedora, a Comcast (NASDAQ: CMCSA) (empresa-mãe da NBC) gastou 4,38 mil milhões de dólares em 2011 para garantir os direitos de transmissão dos quatro Jogos Olímpicos até 2020. A empresa concordou com a transmissão de todos os eventos – o equivalente a 24 horas de programação para 250 dias seguidos, incluindo os treinos.

Cerca de 217 milhões de americanos assistiram aos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 nas redes NBCUniversal. A empresa também já ultrapassou os mil milhões de dólares em vendas de anúncios para segmentos dos Jogos – colocando-a no caminho para garantir as maiores vendas de publicidade a nível nacional de sempre para uns Jogos Olímpicos, tal como avançado pela própria em março.

Além disso, a Comcast desenvolveu a X1, uma black box controlada por voz que permite que os clientes procurem programação recorrendo a palavras-chave, assistindo sob procura.

As ações da Comcast subiram uma média de 3,7% durante as duas semanas de Jogos Olímpicos, superando a média de 2,32% do S&P 500, nos últimos oito Jogos de verão. As ações também subiram uma média de 30,3% no ano que se seguiu aos Jogos enquanto o S&P 500 subiu 9,3%, de acordo com Birstingl.

A Comcast assinou recentemente outro acordo de 7,65 mil milhões de dólares, o que irá permitir que transmita (em direto e em streaming) Jogos Olímpicos futuros, em exclusividade, até 2032.

A empresa de cartões de crédito Visa é outra patrocinadora oficial que tem utilizado o seu estatuto para chegar aos consumidores.

A empresa é também a fornecedora exclusiva de serviços de pagamento nos Jogos este ano, o que significa que a Visa se encontra a gerir todo o sistema de pagamentos nos estádios, centros de imprensa, vila olímpica e lojas olímpicas.

Em termos de marketing, a Visa (NYSE: V) ofereceu aos seus 45 atletas patrocinados, incluindo Missy Franklin (quatro vezes medalhista de ouro), anéis de pagamento Visa, numa tentativa de apresentar a inovação tecnológica da empresa. Os anéis permitem que os utilizadores paguem apenas com um toque e não exigem bateria ou carregamento. São também resistentes à água até 50 metros de profundidade.

A Visa cortou, no entanto, a sua previsão de receita para 2016 no início deste ano, culpando o menor volume de pagamentos nos EUA devido aos preços dos combustíveis e fraquezas nas economias dependentes de matérias-primas como o Brasil.

Mas quem sabe – talvez a esmagadora presença da Visa no Rio durante estes Jogos ajude a promover a utilização dos cartões Visa no país.

Embora não surja como patrocinadora oficial, a Under Armour ampliou os seus esforços para se associar aos Jogos a um nível internacional – na realidade tem uma presença global relativamente fraca. Na última conferência de resultados da empresa, a equipa enfatizou que a Under Armour (NYSE: UA) tem quatro vezes mais atletas a representá-la nestes Jogos do que nos Jogos Olímpicos de Londres.

A empresa é responsável pelos uniformes das equipas de ginastas americanos, tanto de mulheres como de homens, e também criou um par de sapatos por encomenda para o medalhista olímpico Michael Phelps.

A empresa também alugou vários ginásios ao ar livre pelas praias do Rio, onde os fãs podem realizar exercícios diariamente.

A fabricante de vestuário desportivo prevê ainda a realização de festas com convidados VIP, onde os mesmos poderão travar com atletas patrocinados pela marca.