Conheça as apostas de verdadeiros gurus do investimento
Investidores bilionários como Warren Buffett, George Soros e Carl Icahn poderão não estar à distância de uma chamada mas mesmo assim consegue descobrir que ações têm vindo a comprar. Isto porque estes gurus do investimento apresentam um relatório junto da SEC nos EUA a cada trimestre – destacando que ações estão a incluir nas suas carteiras. Considerando que monitorizar a atividade de investidores como estes poderá dar-lhe algumas ideias, vamos dar uma olhadela no que estas lendas têm comprado.
Buffett e o investimento na Apple
Buffett gere a Berkshire Hathaway (NYSE: BRK.B), um conglomerado que possui diversas empresas, incluindo a Geico, e que investe mais de 110 milhões de dólares no mercado de ações.
É Buffett que lida com a maioria das decisões de investimento da Berkshire. No entanto, depois de uma carreira de 60 anos, começa a delegar cada vez maior responsabilidade nos gestores da carteira da Berkshire, Todd Combs e Ted Weschler. Os dois são responsáveis por cerca de 9 mil milhões de dólares da carteira de investimento da Berkshire e um aumentou a participação na Apple (NASDAQ: AAPL) este ano.
No 1º trimestre a Berkshire Hathaway revelou a posse de mil milhões de dólares em ações da Apple e no 2º trimestre o investimento na Apple aumentou 55%, para 15,2 milhões de ações. A preços correntes, a posição da Berkshire na Apple tem um valor de mais de 1,6 mil milhões de dólares.
Uma razão pela qual os discípulos de Buffett possam ter tomado o gosto pela Apple passa pelo facto do preço da mesma ter caído no ano passado.
Depois de ter lançado uma nova geração de telemóveis que não conseguiram atrair os consumidores, as ações da Apple têm enfrentado dificuldades.
No entanto, estão quase a chegar novos dispositivos. Se os mesmos se saírem melhor que a última geração, então escolher ações da Apple poderá revelar-se inteligente. O rácio preço/lucro futuro da Apple é de apenas 12,2 e a Apple mantém uma base de fãs leais e um ecossistema valioso, que inclui o iTunes, a servi-la. Considerando que a Apple possui gestão de topo e o seu dividendo rende 2%, existem muitas razões para incluir esta ação na sua carteira.
Soros joga pelo seguro
Soros é um dos melhores – se não o melhor – gestor de fundos de cobertura de sempre. No entanto, ao contrário de Buffett, Soros emprega uma abordagem rápida que torna difícil saber se algo que compra irá manter-se na sua carteira por muito tempo.
Embora o foco de Soros no curto prazo torne o seguimento das suas compras arriscado, Soros não tem paralelo na sua capacidade para encontrar vencedores e identificar tendências precocemente. Por essa razão, não deve ser ignorado.
No último trimestre, uma das maiores compras de Soros foi uma participação de 4 milhões de ações na Rovi Corp. (NASDAQ: ROVI), uma empresa que licencia dados para empresas de comunicação, para guias de programação televisiva.
A compra de Soros é intrigante pois surge antes da aquisição completa da TiVo (NASDAQ: TIVO) por parte da Rovi – e na esteira do afastamento do presidente da Rovi, Andrew Ludwick, no ano passado.
A grande carteira de patentes da Rovi e sinergias resultantes da aquisição da TiVo, torna esta ação intrigante. Poderá ser uma participação de muito curto prazo para Soros, logo os investidores terão de fazer um grande trabalho de casa antes de comprar.
Em vez disso, os investidores poderão considerar mais útil a crescente visão negativa de Soros quanto ao mercado de ações dos EUA.
Soros sugeriu que a decisão do Reino Unido para deixar a União Europeia poderá causar uma crise económica e a sua negatividade reflete-se no facto de Soros ter terminado o segundo trimestre com opções de venda em 4 milhões de ações do ETF SPDR S&P 500. Em comparação, Soros controlou opções de venda de cerca de 2 milhões de ações no final do primeiro trimestre. Soros também continua a investir em ouro (COMEX: GOLD) – o porto seguro. Embora tenha vendido a sua posição no Barrick Gold no último trimestre, substituiu-a com 240.000 ações do ETF SPDR Gold Trust.
O novo alvo de Icahn
Icahn é considerado por muitos o melhor investidor ativista da sua geração e é famoso pelos seus esforços sinceros para desbloquear valor para os investidores. O sucesso recente de Icahn inclui os seus esforços para convencer a eBay (NASDAQ: EBAY) a separar-se da PayPal Holdings (NASDAQ: PYPL).
No segundo trimestre Icahn voltou a sua atenção para a farmacêutica Allergan (NYSE: AGN): comprou 3,4 milhões de ações da empresa, no valor de 862 milhões de dólares, durante o trimestre.
Icahn relatou que comprou ações da Allergan em maio, elogiando o CEO da empresa, Brent Saunders. Saunders foi CEO da Forest Labs (NYSE: FRX), outra participação de Icahn que acabou por ser comprada pela Actavis, uma empresa que mais tarde se fundiu com a Allergan.
A Allergan concordou com a fusão com a Pfizer (NYSE: PFE) no ano passado. No entanto, o acordo não seguiu em frente, o que levou a uma queda das ações da Allergan, em parte por preocupações quanto ao peso da sua dívida.
Entretanto, as ações da Allergan começaram a recuperar – após a conclusão da venda do seu segmento de genéricos à Teva Pharmaceutical Industries (TLV: TEVA). A Allergan acumulou 33,4 mil milhões de dólares com a venda e 100,3 milhões de ações da Teva, avaliadas em 5,4 mil milhões de dólares.
Icahn ainda não avançou quais as mudanças que gostaria de ver na Allergan mas o seu passado sugere que poderá recomendar cisões, redução de custos ou o retorno de parte do lucro alcançado com a Teva aos investidores. É provável que venhamos a ouvir mais de Icahn quanto à Allergan, logo os investidores poderão querer observar estas ações de perto.