As apostas do Constellation Investimentos e Participações Ltda, baseado em São Paulo
Um dos fundos de cobertura com melhor desempenho do Brasil procura capitalizar com a recuperação económica do país depois de ter colhido ganhos lucrativos ao ter apostado em empresas à prova de recessão.
A Constellation Investimentos e Participações Ltda, baseada em São Paulo, está agora em busca de ações de bancos e de ações da empresa de aluguer de automóveis Localiza Rent a Car SA, que poderão vivenciar recuperação de lucros depois de terem cortado custos durante a crise e aumentado a sua quota de mercado – de acordo com o avançado pelo diretor de investimentos e parceiro fundador Florian Bartunek. O fundo Constellation Fund SPC – Equities Class II, que investe apenas em ativos brasileiros, alcançou um retorno de 67% em 2016.
“Há muita capacidade não utilizada então, no início, as empresas não terão de investir muito, não irão precisar de contratar muitas pessoas.” – Afirmou Bartunek que, juntamente com Rafael Sales e Marcelo Silva, gere cerca de 800 milhões de dólares em ativos. “Devemos assistir a expansão das margens durante a recuperação da economia”.
O índice de ações de referência do Brasil subiu 65% este ano em termos de dólares – o maior do mundo – graças ao otimismo ao redor da capacidade do presidente em funções, Michel Temer, para endireitar a economia afundada na sua pior recessão em mais de um século. E há sinais de que as coisas estão a começar a dar a volta, com o Credit Suisse (SIX Swiss exchange: Credit Suisse Group [CSGN]) a elevar a sua previsão de crescimento para o país, para 2016, na semana passada.
Algumas das apostas mais rentáveis da Constellation incluem a operadora de câmbio BM&FBovespa SA e a fornecedora de serviços de saúde, Fleury SA. As ações das empresas subiram 66% e 131%, respetivamente, em 2016.
No entanto, a Constellation não é a única a ver potenciais ganhos adicionais nas ações brasileiras. O ETF iShares MSCI Brasil, o maior fundo do género negociado nos EUA, alcançou 647 milhões de dólares em influxos em 2016, o máximo desde 2011.
O aumento do interesse de investidores estrangeiros ameaça criar uma “bolha” no mercado de ações do Brasil, avançou Bartunek. Ainda assim, está otimista na medida em que espera melhorias nas margens e lucros das empresas. O índice Ibovespa está a negociar a 13,2 vezes lucros previstos, 21% acima da média dos últimos cinco anos.
“Podemos até mesmo experienciar uma bolha no Brasil, dada a escassez de boas ideias e considerando que o Brasil ainda não está na ribalta. (...) Se não se verificarem melhorias na economia, talvez o Brasil esteja bem cotado, mas se se verificarem melhorias na economia e nos lucros, o Brasil ainda está barato.”