Rich Smith, que colabora com o fool.com, defende o investimento na General Motors – e explica porquê
Tendo subido apenas 1% ao longo do último ano (enquanto o mercado subiu 9%) as ações da GM (NYSE: GM) caíram, em termos de preço, em mais de 4% desde o início de 2016. No entanto, há uma empresa que está a argumentar que os investidores não estão a dar a esta empresa centenária crédito suficiente quanto à sua capacidade de permanência – ou aos seus lucros, fluxo de caixa livre ou baixo preço das ações.
Esta segunda-feira de manhã, os analistas da Morgan Stanley anunciaram que estão a atualizar a classificação das ações da General Motors de equal weight para overweight (ou de hold para buy) e a atribuir as ações, que atualmente custam menos de 32 dólares com o preço-alvo de 37 dólares.
Seguem-se três aspetos que deve conhecer sobre este assunto.
1. O medidor de receio entrou na zona vermelha
Por que razão estão as ações da GM no lixo? Em parte deve-se a uma crescente onda de pessimismo quanto ao futuro do mercado automóvel em geral. No último mês, as vendas da GM caíram 5% face ao último ano. (Não se riam fãs da Ford, as vendas da Ford caíram 8%).
Na realidade, a Ford tem vindo a alertar há já algum tempo que o mercado automóvel estabilizou e que se deverá observar um declínio de vendas no próximo ano.
2. Nada tema, diz a Morgan Stanley
A Morgan Stanley não sente que seja necessário tempo para procurar saídas. Conforme explicado num comentário no TheFly.com, a Morgan Stanley “acredita que até mesmo os ganhos estáveis em 2017 e 2018 serão recebidos como uma surpresa positiva pelo mercado.”
Diversos analistas preveem uma queda de 4% dos lucros este ano, seguida por um menor deslize, de 2%, em 2017. Embora se estime que os lucros de 2018 aumentem face aos níveis de 2017 ainda deverão ficar ligeiramente abaixo dos lucros de 2015 – de 5,91 dólares por ação. (Para contextualizar: os mesmos analistas avançam que os lucros da Ford irão cair este ano mas voltarão a subir já em 2017).
A Morgan Stanley, entretanto, acha que a General Motors irá surpreender com lucros “5% acima do consenso” – proporcionando resultados positivos o suficiente para soltar as suas ações do marasmo.
3. E o longo prazo?
A Morgan Stanley considera que os investidores estão a dar pouco crédito à General Motors quanto à sua capacidade de permanência e quanto à sua capacidade, enquanto fabricante de automóveis, para “explorar novas estruturas de negócio com potenciais valores positivos” e progredir conforme as condições de mercado o exigirem. Mesmo que os ganhos do sector automóvel estagnem, ou mesmo que caíam ligeiramente no curto prazo, teriam de cair em mais de metade para que as ações da General Motors voltassem à sua valorização histórica média de cerca de 10 vezes os lucros.
A Morgan Stanley argumenta que os fortes lucros e fluxo de caixa livre da General Motors poderão continuar a fluir por muito mais tempo. (A ameaça dos carros autónomos, embora real, poderá levar bastante tempo até ter impacto nos negócios da General Motors).
O mais importante: a valorização
Então o que é que isto significa para os investidores, em dólares e centavos de dólar? Com um preço fixado em apenas 5,8 vezes os lucros, as ações da Ford Motor estão realmente baratas – baratas o suficiente para o rendimento de dividendo de 4,9% da empresa cobrir quase todo o rácio preço/lucro, por conta própria. Da mesma forma, a apenas 4,1 vezes os lucros, as ações da General Motors estão ainda mais baratas que as da Ford – e a GM paga um dividendo equivalente.
A menos que pense que há um sério Armageddon financeiro no horizonte da indústria automóvel como um todo – uma possibilidade que ainda ninguém em Wall Street prevê – estas duas ações estão demasiado baratas para serem ignoradas. No entanto, se tivesse de escolher apenas uma... Bom, nesse caso, as ações da GM (NYSE: GM) estão atualmente mais baratas.
E a Morgan Stanley está certa em recomendá-las.