Uma checklist simples que irá apoiá-lo no processo de decisão
A checklist que se segue irá ajudá-lo a evitar as ações erradas e a escolher as melhores ações de rendimento.
No ambiente de baixas taxas de juro de hoje, são muitos os investidores que se estão a focar em ações que pagam dividendos para gerarem rendimento. Pode ser uma estratégia inteligente – se tiver um sistema capaz de separar as melhores das que estão destinadas a ser insucessos.
Com isso em mente, segue-se a checklist que utilizo para limitar as minhas opções às melhores ações.
1. Resultados previsíveis
Estou convencido de que o primeiro passo para escolher grandes ações de rendimento passa por afastar qualquer empresa que não se encontre a controlar o seu próprio destino. Tratam-se geralmente de empresas que ou produzem matérias-primas ou estão altamente dependentes de uma economia forte para alcançarem lucros.
Este critério elimina, naturalmente, diversas indústrias. Afinal de contas, enquanto a procura por cuidados de saúde ou bens de primeira necessidade continua forte, mesmo quando a economia se encontra em baixo, não pode dizer o mesmo sobre o ferro ou malas de luxo.
É por isso que acho que uma empresa como a Coach (NYSE: COH) deve ser imediatamente excluída da lista de compras. Sim, pode proporcionar aumento de lucro incrível quando os seus produtos estão na moda. No entanto, quando o gosto dos consumidores muda, as declarações financeiras da empresa podem mesmo ser afetadas.
Tal torna difícil prever os resultados a longo prazo da empresa. Assim, mesmo que esta ação se encontre a render 3,8% o plano deverá ser ficar longe.
2. Boas perspetivas de crescimento
As empresas a pagar os melhores dividendos têm muitas vezes um longo histórico de pagamento de dividendos mas também histórico de aumento dos dividendos a cada ano. É difícil fazê-lo anos a fio sem crescimento da receita e dos lucros logo penso que os investidores devem excluir empresas sem crescimento da sua lista.
Como exemplo considere a gigante de produtos farmacêuticos AstraZeneca PLC. Os produtos da empresa continuam a ser procurados independentemente do estado da economia e as suas ações rendem, neste momento, 2,6% – soa como uma boa ideia, certo?
Na realidade acho que não. A AstraZeneca está a lidar com a recente perda de proteção de patente para o seu best-seller para o colesterol, o Crestor, que no segundo trimestre representou cerca de 17% das vendas totais da empresa. A gestão terá dificuldade em preencher esse buraco com os genéricos a entrarem na corrida, o que tem levado os analistas a projetar uma queda de 1% dos lucros, ao ano, ao longo dos próximos cinco anos. Tal irá tornar mais difícil para a empresa aumentar o seu dividendo, o que a torna uma ação a evitar.
3. Dividendos sobre os lucros por ação (payout ratio) sustentáveis
O payout ratio é, simplesmente, a percentagem dos lucros de uma empresa utilizados para pagar dividendos. Como por exemplo: se a empresa detiver lucros por ação de 2 dólares, ao ano, e pagar 1 dólar como dividendo, então o seu payout ratio será de 50% (1 dólar/2 dólares).
Em geral, um baixo payout ratio indica um dividendo mais sustentável, uma vez que significa que existe mais espaço de manobra nas finanças da empresa. Mesmo que os lucros caiam, a empresa tem uma almofada antes dos dividendos começarem a pesar no orçamento operacional ou exigirem nova dívida para serem mantidos. Por outro lado, um rácio elevado sugere que a empresa está a patinar no gelo – o que é, para mim, uma grande bandeira vermelha.
Considere a fabricante de cigarros Vector Group como exemplo. Os produtos da empresa continuam a ser procurados em todos os ciclos económicos e os analistas preveem crescimento de lucro de um dígito nos próximos cinco anos. Esses fatores tornam o rendimento de dividendos da empresa de 7,3% tentador.
No entanto, estima-se que o Vector Group apenas produza ganhos de 0,71 dólares por ação este ano – menos de metade de 1,60 dólares por ação, que paga atualmente como dividendo anual. Tal concede-lhe umpayout ratio de 225%, que é insustentável no longo prazo.
Ações a considerar
Medir as ações que pagam dividendos em função dos critérios apresentados representa percorrer um longo caminho – para separar as empresas que deve acrescentar à sua carteira das que não deve. Fi-lo recentemente com um grupo de ações que estava interessado em comprar. Uma das empresas que passou com distinção foi a CVS Caremark (NYSE: CVS).
A procura pelos seus serviços – é uma das maiores redes de farmácias a retalho nos EUA – tende a permanecer elevada em todas as condições económicas, o que torna as suas finanças resistentes a reveses. Além disso, dado o envelhecimento gradual da população norte-americana, a CVS Health está bem posicionada para crescimento no longo prazo.
Por último, tem um longo histórico de pagamento de dividendos e o seu atual payout ratio encontra-se nuns sustentáveis 31%. Com um rendimento atual de 1,9% e um futuro brilhante pela frente, penso que a CVS Health é uma ação que os investidores focados em rendimento podem aprender a amar.