“Todo o conhecimento é útil para um detetive.” – Afirmou Sherlock Holmes
O detetive ficcional sabia que nenhuma pessoa tem o monopólio da sabedoria. A melhor forma de chegar à verdade passa por reunir o máximo de informação que conseguir da vasta teia de tópicos e áreas que existem.
Isso também é verdade na área do investimento.
Para investir (bem) não se estuda apenas Finanças. Para investir (bem) é necessário estudar o comportamento humano, que incorpora tudo desde a Psicologia, à Sociologia, à Estatística, à História e à Matemática. Há tanto para aprender sobre investimento, nomeadamente de campos e pessoas que, à primeira vista, não têm nada a ver com a área.
Pessoas como Sherlock Holmes.
Os romances de Holmes estão cheios de citações e anedotas que são relevantes para a área do investimento e para a economia.
Quanto ao confirmation bias: “O erro fatal que o polícia comum comete é este: estabelece, em primeiro lugar, a sua teoria e depois faz com que os factos se encaixem na mesma – em vez de começar pelos factos e fazer pequenas observações e deduções até ser levado numa direção que poderia não ter contemplado inicialmente.”
Quanto à teoria versus factos: “É um erro capital teorizar antes de se ter dados. Insensivelmente, começa-se a torcer os factos para que sigam ao encontro das teorias, em vez do oposto – teorias que vão encontro dos factos.”
Quanto às ideias simples serem tão óbvias que ninguém as leva a sério: “O mundo está cheio de coisas óbvias que ninguém observa.”
Quanto à tendência para complicar: “Quando um homem tem conhecimentos especiais e poderes especiais vê-se incentivado a procurar uma explicação complexa quando se encontra uma mais simples mesmo à mão.”
Quanto aos especialistas: “Poderá ser que você não seja brilhante mas que seja um condutor de luz. Há muitas pessoas que não possuem génio mas têm um poder notável para estimulá-lo.”
Quanto a ter uma mente aberta: “Abordámos o caso com a mente absolutamente vazia, o que é sempre uma vantagem. Não tínhamos formado teorias. Estávamos ali simplesmente para observar e para desenhar inferências a partir das nossas observações.”
Quanto a não fazer nada quando não é necessário fazer algo: “Tem um grande talento para o silêncio Watson. Isso torna-o bastante inestimável como companheiro.”
Quanto a debates: “Se a falsidade, como a verdade, tivesse apenas um rosto estaríamos em melhor forma – pois tomaríamos como certo o oposto do que o mentiroso dissesse. No entanto, o inverso da verdade tem cem mil formas e um campo ilimitado.”
Quanto às teorias mais poderosas serem as mais chatas: “É muito emocionante” – disse Holmes, com um bocejo.
Quanto à análise calma em vez de julgamentos rápidos: “Depois de ter reunido estes factos, Watson, fumei vários cachimbos enquanto os analisava, tentando separar os que eram cruciais dos que eram meramente incidentais.”
Quanto a respeitar o papel da sorte: “Ah, isso é boa sorte. Podia apenas dizer o que seria probabilidade. Não esperava ser tão exato.”
Quanto ao temperamento equilibrado: “Nada em excesso; não acreditar muito precipitadamente; não descrer muito facilmente.”
Quanto às previsões: “Quando o Dr. Mortimer acabou de ler colocou os óculos na testa e olhou através de Mr. Sherlock Holmes. O último bocejou e lançou a ponta do seu cigarro para a lareira.
“Então?”, disse.
“Não o acha interessante?”
“Para um colecionador de contos de fadas.”
Quanto ao rápido esboço de falsas conclusões: “Não há nada mais enganoso que um facto óbvio.”
Quanto à complexidade: “Parece, do que percebo, que se trata de um daqueles casos simples que são extremamente difíceis.”
“Isso soa um pouco paradoxal.”
“Mas é profundamente verdadeiro. Quanto mais comum e característico um crime é, mais difícil é desvendá-lo.”
Quanto à devida diligência: “É como um cirurgião que quer ver todos os sintomas antes de avançar um diagnóstico?”
“Sim. Isso exemplifica.”
Quanto ao desempenho versus marketing: “O que faz neste mundo é uma questão irrelevante. A questão é o que pode levar as pessoas a acreditar que fez.”
Quanto à informação inútil: “Considero que o cérebro de um homem é, originalmente, como um pequeno sótão vazio: tem de preenchê-lo com a mobília que escolhe. Um tolo leva todo o tipo de lixo que encontra, logo fica lotado e com o conhecimento misturado com um monte de outras coisas, tendo dificuldade em chegar lá.”
Quanto a vigaristas: “O meu horror pelos seus crimes perdeu-se na minha admiração pela sua habilidade.”
Quanto ao estabelecimento de prioridades: “É há muito um axioma meu que as pequenas coisas são infinitamente o mais importante.”
Quanto à procura de conselho externo: “Nada clarifica tanto um caso como partilhá-lo com outra pessoa.”
Quanto ao respeito por visões opostas: “Irá obter resultados, Inspetor, ao colocar-se sempre no lugar da outra pessoa e a pensar no que faria. É necessária imaginação mas compensa.
Quanto a ser suspeito de promessas e invariabilidade: “Devemos procurar a consistência. Onde existe um desejo devemos suspeitar de engano.”
Quanto à informação versus emoção: “Dados! Dados! Dados!” – gritou com impaciência. “Não consigo fazer tijolos sem barro.”
Quanto à análise: “A primeira coisa a fazer é olhar para os factos e separar o que é certo do que é conjectura.”
Quanto ao engano dos vendedores bem vestidos e com conversa suave: “É de extrema importância não permitir que o seu julgamento seja influenciado pelas qualidade pessoais. As qualidades emocionais toldam o raciocínio. Garanto que a mulher mais bonita que conheci foi enforcada por ter envenenado três crianças para ficar com o seu dinheiro e o homem mais desagradável que conheci foi um filantropo que gastou quase um quarto de milhão com os pobres de Londres.”
Quanto às explicações alternativas: “Eu deveria saber por esta altura que quando um facto parece opor-se a uma longa série de deduções, invariavelmente prova ser capaz de suportar alguma outra interpretação.”
Quanto a estar aberto a novas ideias: “Tem uma teoria?”
“Sim, uma provisória. Uma pessoa forma teorias provisórias e espera pelo tempo ou mais conhecimento para explorá-las.”
Quanto a pequenas coisas que combinam: “São apenas estas coisas muito simples extremamente susceptíveis de serem negligenciadas.”
Quanto à informação e opinião: “Um investigador precisa de factos, não de lendas ou rumores.”
Quanto a tentar provar que está errado: “Deve-se procurar sempre uma possível alternativa – e procurar contrariá-la. É a primeira regra da investigação criminal.”
Quanto às emoções do investimento: “Receio que o carácter de Joseph seja mais profundo e perigoso do que se poderia julgar pela sua aparência. Pelo que ouvi do mesmo esta manhã, percebi que perdeu bastante a brincar com ações e que está preparado para fazer qualquer coisa para melhorar a sua sorte.”
Quanto à sorte: “Apenas por ter a sorte de ter obtido a pista certa desde o início.”
Quanto ao planeamento: “Nunca aprende que as coisas mais sérias podem depender de coisas menores.”