Rumores ao redor do iPhone 8
AP Photo/Rob Griffith
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O iPhone 7 ainda mal aqueceu as prateleiras das lojas e a internet já vibra com rumores ao redor do modelo seguinte

Embora o iPhone 7 tenha sido lançado há muito pouco tempo, já existem rumores ao redor da próxima geração do iPhone da Apple (NASDAQ: Apple [AAPL]) – que muitos esperam que se venha a chamar iPhone 8.

O último conjunto de rumores vem de Ming-Chi Kuo, analista de confiança (e sempre interessante). Vejamos o que tem a dizer.

Corpo de vidro com armação de metal

Kuo espera que o iPhone do próximo ano apresente corpo de vidro e armação de metal. O analista espera que o smartphone padrão da Apple conte com esquadrias de alumínio enquanto os modelos de topo poderão diferenciar-se pela utilização de algo mais caro – e, de acordo com o analista, mais agradável ao nível estético – como armações de aço inoxidável.

Kuo afirma que uma das principais razões pelas quais a Apple se quer mudar para o vidro é que produzir um acabamento brilhante como o atualmente utilizado nas populares variantes jet-black do iPhone 7 e 7 Plus é difícil. Avança que o custo de fabrico ronda os 60% a 70%. Também destaca que um regresso ao vidro irá permitir “melhor resistência” a riscos – o que irá “aumentar a satisfação do utilizador”.

Uma nova estratégia?

É muito interessante a Apple estar, aparentemente, a planear segmentar mais agressivamente a sua carteira de produtos. É dificilmente uma nova prática no mundo da eletrónica de consumo mas tais ações de segmentação são relativamente novas para o segmento de iPhones da Apple. São algumas as realidades empresariais a levar a Apple a tornar-se mais agressiva nesta frente.

Em primeiro lugar, a Apple tem muito mais recursos para investir hoje do que durante os primeiros tempos do iPhone. Na verdade, as despesas da Apple com Investigação e Desenvolvimento aumentaram na última década (veja o gráfico que se segue) com os sucessos da empresa ao redor do iPod, iPhone, iPad e Mac a permitirem que investisse substancialmente no desenvolvimento de futuros produtos.

Criar e acelerar a produção de múltiplas variantes de um produto não é uma tarefa trivial. No entanto, o orçamento para Investigação e Desenvolvimento da empresa é superior ao que era em 2007. Na realidade, o orçamento para desenvolvimento de produto da Apple também aumentou face ao orçamento de há apenas quatro anos.

Além disso, o mercado de smartphones em si já não está a crescer ao ritmo de anteriormente. Isso significa que a Apple não pode contar com uma indústria crescente para o seu segmento do iPhone. Tem de ser agressiva quanto à criação e oferta de uma carteira de produtos mais ampla para servir tantos potenciais clientes quanto possível.

A realidade é que a aparência dos smartphones é importante e é provável que a Apple consiga que uma significativa parte dos seus clientes pague mais por um design “de topo”. Imagino que haja clientes que escolheriam comprar iPhones de qualidade superior (por exemplo com maior armazenamento) apenas pela aparência superior do iPhone com estrutura de aço inoxidável.

E, finalmente, a dada altura torna-se difícil ganhar mais quota de mercado e aumentar as remessas, mesmo com uma ampla carteira de produtos. Isso significa que a Apple irá vender um conjunto mais rico de produtos. A Apple tem vindo a diferenciar os iPhones pelos níveis de armazenamento e, mais recentemente, pela dimensão.

Com o aumento da diferenciação – modelos mais sofisticados (através da aparência bem como de especificações técnicas) – a Apple poderá alcançar um impulso significativo ao nível dos preços médios de venda do iPhone.

Parece que a equipa executiva da Apple está bastante consciente dessas realidades empresariais e, como resultado, está a alterar a sua estratégia de desenvolvimento de produto numa tentativa de alcançar o máximo de receita e lucro da indústria.

É uma boa estratégia e se funcionar ao longo do próximo par de anos os acionistas da Apple deverão ser generosamente recompensados.

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