A temporada de resultados irá ganhar velocidade esta semana
As ações caíram ligeiramente na semana passada com os primeiros resultados trimestrais a serem divulgados. O Dow Jones Industrial Average (INDEX: DJI) e o S&P 500 (INDEX: US500) perderam menos de 1% cada para se manterem nos 4% de ganhos até agora em 2016.
A temporada de resultados do terceiro trimestre irá atingir alta velocidade ao longo dos próximos dias, com dezenas das maiores empresas a anunciar os seus resultados. Empresas como a Netflix (NASDAQ: NFLX), Bank of America (NYSE: BAC) e Johnson & Johnson (NYSE: JNJ) poderão ser alvo de oscilações significativas no seguimento dos relatórios.
Desaceleração do crescimento da Netflix
A Netflix irá lançar o seu relatório trimestral após o encerramento do mercado esta segunda-feira e os investidores poderão querer colocar os cintos de segurança para alguma volatilidade intensa. Afinal de contas, a gigante de streaming de vídeo caiu 13% no dia que se seguiu ao último relatório trimestral, que apresentou desaceleração do aumento de assinantes.
Reed Hastings, CEO da empresa, e a sua equipa executiva não estão a projetar uma grande recuperação desta vez. Estima-se que a Netflix (NASDAQ: NFLX) tenha acumulado apenas 2,3 milhões de novos utilizadores neste trimestre em comparação a 3,6 milhões no mesmo período há um ano.
Têm sido diversos os desafios que impedem o crescimento, como mais deserções relacionadas com a subida dos preços e o impacto negativo da atenção global orientada para os Jogos Olímpicos.
Do lado positivo, a empresa espera melhorar a rentabilidade com uma maior percentagem da sua base de membros nos EUA a manter os planos de adesão mais caros e com o mercado internacional a começar a amadurecer. Hastings também terá bastante a dizer sobre as ambições da empresa ao nível da estratégia de conteúdo – que este trimestre incluiu o lançamento do seu acordo com a Disney (NYSE: DIS) ao nível de conteúdo exclusivo para vários anos.
Baixas expectativas quanto ao Bank of America
O Bank of America (NYSE: BAC) anuncia os seus resultados antes da abertura dos mercados esta segunda-feira. Apesar de ter sido alvo de ganhos sólidos ao longo dos últimos três meses, as ações do gigante da banca têm apresentado baixo desempenho no mercado amplo este ano, com uma valorização inferior à dos seus pares.
Essa tendência poderá não mudar rapidamente, especialmente na medida em que o atual ambiente de baixas taxas de juro irá persistir nos próximos anos. Esses ventos contrários poderão beliscar os seus resultados este trimestre, apesar dos fortes resultados do último trimestre. Estima-se que os ganhos caiam para 0,33 dólares por ação, de 0,37 no trimestre anterior, e que as vendas permaneçam estagnadas face ao mesmo período do ano anterior, em 20,9 mil milhões de dólares.
A empresa não pode fazer muito quanto à pressão cíclica sobre a sua indústria mas o corte de custos poderá colocá-la numa posição capaz de grandes recompensas quando as taxas de juro se moverem para cima. Entretanto, os surpreendentes fortes resultados dos seus pares sugerem que os acionistas poderão receber boas notícias esta semana.
Produtos inovadores da Johnson & Johnson
A gigante de cuidados de saúde Johnson & Johnson deverá publicar os seus números na terça-feira de manhã. A julgar pelo movimento das suas ações ultimamente, os investidores esperam ouvir boas notícias. A aceleração de vendas e o crescimento de lucros ao longo dos últimos trimestres ajudaram a JNJ a subir 17% este ano até agora, a quarta empresa com melhor desempenho no Dow.
No último trimestre, por exemplo, a receita subiu 5% depois de ter sido alvo de oscilações cambiais negativas, em comparação com o aumento de 2% da Procter & Gamble (NYSE: PG). Ao contrário da sua par, focada em bens de consumo, a Johnson & Johnson (NYSE: JNJ) viu ganhos ao nível da quota de mercado em toda a sua carteira. Alex Gorsky, CEO, avançou na altura que os executivos procuram “forte crescimento subjacente em toda a empresa”. Os investidores procuram mais este trimestre: as estimativas avançam que os ganhos poderão saltar 11%, para 1,65 dólares por ação, com a receita a subir 4%.
Os investidores podem esperar que a gigante farmacêutica volte a ser o destaque, na medida em que o grande compromisso da Johnson&Johnson ao nível da investigação e desenvolvimento continua a produzir um grande fluxo de novos produtos. Um quarto das suas vendas é oriundo de produtos lançados ao longo dos últimos cinco anos – e manter esse ritmo exige constante fluxo de lançamentos inovadores.