Obrigações: três estratégias de investimento
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Utilizar uma estratégia de investimento (com o foco em obrigações) pode ajudar a reduzir o risco ou a maximizar o rendimento consoante as necessidades de risco/recompensa individuais

O investimento de rendimento fixo pode ser uma excelente forma para os investidores minimizarem o risco e verem rendimento de juros constante ao longo do tempo. No entanto, como qualquer estratégia de investimento, não está livre de risco.

Os investidores focados em obrigações encaram risco de crédito, risco de inflação, risco de juros, entre outros. Vale a pena destacar o risco das taxas de juro pois mesmo que o investidor pense que está a beneficiar de uma taxa fixa e de pagamento estável por um dado período, a volatilidade do mercado e as taxas de juro poderão tornar os potenciais investimentos menos valiosos do que outras alternativas de investimento. Pense, por exemplo, num investidor que comprou uma obrigação com vencimento a dez anos e ao longo desses dez anos as taxas de juro excedem a taxa de cupão da obrigação adquirida. Nesta situação, o investidor está na realidade a deter retorno real negativo e está a perder a oportunidade de investir em títulos com pagamento de juros superior. Por outro lado, o oposto também pode acontecer. Num ambiente com baixas taxas de juro, os investidores presos a pagamentos mais elevados estarão certamente melhor.

Há uma série de formas através das quais os investidores podem proteger as suas carteiras do risco das taxas de juro, com a maioria das quais a envolver estratégias simples, contudo eficazes, de rendimento fixo. Utilizar uma estratégia de investimento em obrigações pode ajudar a reduzir o risco ou a maximizar o rendimento consoante as necessidades de risco/recompensa individuais. As estratégias de investimento em obrigações que se seguem exigem tempo e esforço para que se vejam os potenciais benefícios. No entanto, se um investidor estiver disposto a esperar e tiver paciência para ver os ganhos no longo prazo, então estas estratégias podem ser benéficas.

1. Estratégia escada (ladders)

Esta estratégia de investimento permite ao investidor escalonar os investimentos em obrigações ao longo do tempo com diferentes datas de vencimento. O investidor ganha flexibilidade ao dividir o capital por diferentes obrigações, em diferentes alturas e com diferentes taxas de juro. Tal evita que uma única quantia de dinheiro fique presa a uma obrigação durante um longo período, limitando potencial rendimento e não permitindo que um investidor tire vantagem de possíveis aumentos das taxas de juro.

Um exemplo: se um investidor tiver 100.000 dólares para investir em obrigações então a estratégia escada sugere que compre obrigações com datas de vencimento e taxas de juro diferentes. Digamos que o investidor tem 100.000 dólares e investe 10.000 dólares em dez obrigações com datas de vencimento de um a 10 anos. À medida que cada obrigação vence, o investidor pode investir o capital em novas obrigações que poderão oferecer retornos mais atraentes.

É uma excelente forma de diversificar uma carteira de obrigações sem ficar preso a uma obrigação por um longo período. No exemplo acima, à medida que cada obrigação vence o capital pode ser reinvestido para tirar vantagem de taxas de juro mais elevadas se as taxas subirem. Por outro lado, se as taxas de juro caírem, então os fundos podem ser utilizados para investir noutro título, com maior rendimento. A estratégia escada também aumenta a liquidez do investimento em obrigações pois há sempre uma obrigação relativamente perto do vencimento.

2. Estratégia barra (barbells)

A estratégia barra é utilizada para tirar vantagem dos melhores aspetos das obrigações de curto e longo prazo. Nesta estratégia apenas as obrigações de muito curto prazo e de extremamente longo prazo são compradas. As obrigações com vencimento no longo prazo tendem a oferecer rendimentos de juros mais elevados, enquanto as obrigações de curto prazo fornecem maior flexibilidade. As obrigações de curto prazo dão ao investidor liquidez para ajustar potenciais investimentos a cada poucos meses ou anos. Se as taxas de juro começarem a subir, os vencimentos mais curtos permitirão que o investidor reinvista em obrigações que irão alcançar retornos mais elevados (do que se os fundos estivessem ligados a uma obrigação de longo prazo). As obrigações de longo prazo dão ao investidor um fluxo estável de rendimento mais elevado ao longo do tempo da obrigação. No entanto, não ter todo o capital em obrigações de longo prazo irá limitar os efeitos negativos se as taxas de juro subirem nesse período.

3. Estratégia bala (bullets)

Se um investidor souber que irá precisar de uma certa quantia de capital a um dado momento no futuro, então a estratégia de investimento bala poderá ser a melhor opção. Esta estratégia sugere que o investidor adquira obrigações com datas de vencimento iguais.

Ao escalonarem a compra de obrigações, os investidores podem procurar títulos com maior eficiência e que tenham taxas de juro mais atraentes. Uma vez que todas as obrigações têm a mesma data de vencimento, os investidores poderão ser capazes de receber um fluxo potencialmente mais atraente. No entanto, o investidor corre o risco das taxas de juro caírem ao longo do período de compra de obrigações. Manter um olho atento sobre o ambiente das taxas de juro é a chave para seguir esta estratégia com êxito.

Conclusão

Independentemente da estratégia que o investidor opta por seguir, cada uma tem as suas vantagens e desvantagens. Por um lado, a compra de múltiplas obrigações é significativamente mais custosa do que a compra de uma obrigação única. No entanto, os potenciais retornos gerados por estas estratégias poderão compensar o custo extra.

É importante notar, no entanto, que os benefícios destas estratégias não são observados no curto prazo. A paciência e compromisso são chave. Para aqueles dispostos a colocar tempo e esforço, dar um passo extra para proteger a sua carteira do risco das taxas de juro poderá valer a pena.

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