A próxima semana será rica em votações relevantes
O último esforço da Tesla para “vender” o acordo com a SolarCity (NASDAQ:SCTY) aos investidores surgiu no momento certo. As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) Motors Inc. encerraram ontem, terça-feira, a 190,79 dólares.
Esse número importa. Com um exchange ratio de 0,11, ações da Tesla por ação da SolarCity, é oferecido aos investidores da última 20,99 dólares – ou 20 centavos de dólar a menos do valor de encerramento da empresa a 21 de junho, antes do acordo ter sido discutido pela primeira vez.
Por outras palavras, qualquer prémio de aquisição que pensavam obter não foi meramente afastado – fechou em território negativo pela primeira vez.
Uma curiosidade que nunca foi clarificada durante todo este processo: a razão pela qual a SolarCity – que, de acordo com a Tesla, está financeiramente saudável e próxima de grandes melhorias de lucro – optou pela sua venda agora.
Considere o seguinte:
Com a votação dos acionistas quanto ao acordo marcada para 17 de novembro, os últimos dados apresentados pela Tesla foram desenhados para tranquilizar os mesmos de que deter a SolarCity é uma necessidade absoluta em termos estratégicos e não irá prejudicar as finanças da fabricante de carros elétricos.
Essa atualização de dados, simultaneamente assertiva e defensiva, é necessária nesta fase.
De acordo com a Tesla, os investidores não apreciam a força financeira da SolarCity – avançando que a mesma “irá acrescentar mais de 500 milhões de dólares” ao balanço patrimonial da Tesla ao longo dos próximos 3 anos. É uma afirmação ousada, dadas as despesas da SolarCity e recente dependência da venda de obrigações.
Também não vai ao encontro dos últimos resultados trimestrais da SolarCity, em que a empresa se deu ao trabalho de anunciar um saldo de caixa pós-trimestre para mostrar que era mais elevado do que o número de 30 de junho.
A Tesla reiterou na terça-feira que o balanço patrimonial da SolarCity continua a recuperar no terceiro trimestre e deverá subir até ao final do ano. Também apontou recentes acordos com bancos para aumentar o financiamento de projetos, juntamente com a antecipação de sinergias de 150 milhões por ano.
No entanto, uma das áreas mais proeminentes de poupança – nomeadamente as eficiências criadas pela venda cruzada de projetos de energia solar e veículos elétricos – encobre a linha de economia de custos e esmaga as sinergias.
Esse esmagamento pronuncia-se ainda mais considerando que a empresa não foi capaz de avançar dados em como os clientes querem realmente comprar painéis solares juntamente com o seu novo carro – na teleconferência de terça-feira.
O facto é que a teleconferência de terça-feira – tal como a de junho e agosto – parece parte de um esforço ainda mais concertado para levar este acordo a bom porto.
Os resultados do terceiro trimestre da Tesla, divulgados na semana passada, também mostraram que a empresa procurou apresentar que pode realmente criar lucros – para convencer os investidores de que sabe o que está a fazer enquanto as suas ambições se multiplicam.
Os resultados trimestrais da SolarCity só serão divulgados na próxima semana, dia 9 de novembro (quarta-feira). Será uma semana antes dos acionistas votarem quanto ao acordo – e um dia após uma votação de que já terá ouvido falar (eleições presidenciais nos EUA, 8 de novembro). Assim, procure estar atento na medida em que a divulgação irá representar o último conjunto de detalhes quanto ao balanço patrimonial da SolarCity – e irá avançar se a empresa fez algum progresso na redução de custos.
Os investidores da SolarCity poderão não se importar muito com os dados. Afinal, apesar do desaparecimento do prémio de aquisição, as ações ainda são negociadas a um desconto de menos de 10% da oferta implícita da Tesla. Essa diferença diminuiu um pouco na terça-feira.
A verdadeira audiência serão os próprios acionistas da Tesla.
As ações fecharam a aproximadamente um mínimo de 8 meses na terça-feira – e caíram ainda mais na negociação fora de horas. Provavelmente não será desta.