Microsoft ou Apple, que ações comprar?
Reuters
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Uma está mais barata, a outra tem uma vantagem competitiva mais forte. Em qual deve apostar?

A competição é lendária. Steve Jobs, cofundador e depois CEO da Apple (NASDAQ: Apple [AAPL]) encontrava-se de um lado. Bill Gates, fundador da Microsoft (NASDAQ: Microsoft Corporation [MSFT]), do outro. Durante anos, trocaram críticas e atacaram a empresa um do outro. Mas depois, em 2007, sentaram-se e partilharam o palco, refletindo sobre os seus legados.

Não importa de que lado da rivalidade se encontra, é inegável que estas duas empresas têm sido forças motrizes por detrás da revolução tecnológica na qual nos encontramos atualmente. Como tal, os acionistas de ambas as empresas têm sido generosamente recompensados. Desde que a Microsoft e a Apple entraram na bolsa, as ações retornaram 85.000% e 25.000%, respetivamente.

No entanto, qual a melhor compra nos dias de hoje? Trata-se de uma questão difícil de responder. Contudo, podemos obter algumas perceções comparando as empresas através de três lentes diferentes.

Força financeira

Embora os fundos deixados no banco possam parecer um desperdício, trata-se de um recurso incrível assim que se afasta um pouco. Considere a realidade de que em algum ponto durante a sua vida, cada empresa irá enfrentar a sua parte de caos – seja a um nível macro ou específico da empresa.

Os grupos que têm dinheiro no banco estão seguros nessas situações. Na verdade, podem superar rivais, recomprar ações a baixo custo, pagar dividendos ou até mesmo fazer aquisições. As empresas com dívidas pesadas estão na outra extremidade do espectro – forçadas a tornar tudo possível apenas para fazer face às despesas.

Segue-se como a Apple e a Microsoft se comparam em termos de força financeira.

Pode procurar no mundo todo e poderá não encontrar duas empresas que tenham a mesma força financeira que estas duas. As suas “pilhas” de dinheiro valem mais do que as da maioria das empresa cotadas em bolsa – e estão ambas a produzir incríveis níveis de fluxo de caixa.

Apesar de no papel a Apple estar a produzir números melhores, considero-o um empate pois ambas as empresas estão bastante seguras ao nível das suas receitas e balanços.

Vencedora = Empate

Vantagens competitivas sustentáveis

Quando olho para o desempenho da minha própria carteira, as empresas que fizeram o máximo são aquelas que detêm vantagens competitivas sustentáveis mais fortes. Em círculos de investimento, tal é geralmente chamado de fosso, “moat”.

Em essência, um fosso é o que distingue uma empresa das restantes na sua área. Com o mesmo, a empresa salienta-se. Sem o mesmo, torna-se rapidamente vítima de comoditização.

A Apple tem historicamente tido um fosso, que depende da combinação da sua marca com o facto de surgir como a próxima grande coisa. Nada é mais indicativo que isso que o iPhone, que representa parte da receita da empresa. O problema é que “apresentar a próxima grande coisa” não é muito sustentável.

Ao longo dos últimos cinco anos, no entanto, a empresa tem vindo a trabalhar para construir um ecossistema capaz de criar “altos custos de mudança”. Ao sincronizar o seu iTunes e todos os seus outros ficheiros no seu computador, smartphone ou tablet, não pretende deixar uma rede de produtos que tem todas as suas coisas na nuvem.

A Microsoft, por outro lado, beneficia da omnipresença do seu Windows e dos seus produtos Office 365. Considerando o facto destes produtos existirem há mais de 20 anos, a sua posição dominante é inquestionável. À medida que mais e mais utilizadores da internet utilizam o Microsoft Word, Excel e PowerPoint, o fosso da Microsoft torna-se mais e mais forte.

Tal parece dar à Microsoft vantagem, considerando que os custos de mudança são muito elevados. Fora o Google Docs da Alphabet – que poderá desafiar o Word – mais nenhuma empresa projetou algo semelhante para substituir o Office 365 e poucos gostariam de perder tempo a adaptar-se a algo novo quando já são proficientes em sistemas da Microsoft.

Vencedora = Microsoft

Valorização

Finalmente temos a valorização. Embora não se trate de ciência exata, existem algumas métricas simples que podemos consultar para perceber o quão cara cada ação é.

Em cada métrica, a Apple surge à frente como ação mais barata. Embora não diga que a Microsoft se encontre excessivamente cara não há dúvida quanto à que parece mais barata.

Vencedora = Apple

Conclusão: temos um empate. Ambas as empresas são sólidas. A Microsoft tem um fosso melhor enquanto a Apple parece mais barata. Se tivesse de escolher uma vencedora, escolheria a Apple na medida em que detenho ações da mesma. Porém, a sua carteira poderá ter uma história diferente e, felizmente, não irá errar com nenhuma.

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