O início de uma era de ouro para os bancos
Andrew Kelly/Reuters
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É Steve Eisman que o diz – um dos indivíduos que previu a crise do subprime

Está prestes a começar uma era dourada para os bancos. É esse o ponto de vista de Steve Eisman, gestor de fundos de cobertura e investidor que conquistou destaque em Wall Street pelas suas apostas contra produtos hipotecários arriscados projetados por alguns dos maiores bancos do mundo.

Eisman, cuja história foi contada no “The Big Short” (A Queda de Wall Street) de Michael Lewis, apostou corretamente que esses títulos hipotecários iriam afetar o sistema financeiro no seu próprio núcleo.

Agora Eisman está a defender uma posição muito mais otimista quanto ao setor bancário, que tem beneficiado imensamente das promessas do presidente eleito Donald Trump quanto à anulação de uma série de regulamentações financeiras. Os defensores da desregulamentação afirmam que as novas regras introduzidas no rescaldo da crise financeira prejudicaram o lucro de grandes credores.

Eisman, que trabalha na Neuberger Berman, avança que a era de Trump será uma “era dourada” para o setor bancário.

“Penso que ao longo dos próximos dois anos haverá mais alavancagem – será uma época de ouro para investir em ações financeiras.” – Afirmou à CNBC durante uma entrevista esta segunda-feira em Nova Iorque.

É difícil encarar a mudança de Eisman para um foco otimista em relação ao mercado financeiro. As ações da Goldman Sachs (TOCOM: Futures On Gasoline Jun 2017 [GS]) subiram 31% desde os resultados da eleição de 8 de novembro, surgindo como a ação com melhor desempenho entre as 30 do Dow Jones Industrial Average (INDEX: Dow Jones Industrial Average [DJI]). Esses movimentos ajudaram à aproximação de um importante marco: o nível 20.000.

Os índices S&P 500 (INDEX: S&P 500 index [US500]) e Nasdaq Composite também têm desfrutado de saltos saudáveis para máximos.

Outras métricas do universo financeiro têm disparado acentuadamente no pós-eleição. O ETF Financial Select Sector SPDR (NYSE: XLF), que monitoriza o desempenho do setor financeiro do S&P 500, encontrava-se entre as referências do mercado amplo com pior desempenho. Encontra-se, agora, no bom caminho para relatar o melhor retorno este ano, até à data, além do setor da energia – dos 11 setores do S&P 500. A maior parte desses ganhos surgiu nos últimos 30 dias ou assim, depois dos bancos terem passado grande parte de 2016 “na desgraça”.

Liz Ann Sonders, estratega chefe de investimento na Charles Schwab & Co., avançou ao CNBC na segunda-feira à tarde que “oito anos de desempenho insuficiente” para as ações de bancos durante um extenso mercado com tendência altista para as ações sugere que ainda existe espaço para crescer no setor financeiro. Afirmou que apenas avalia dois setores como overweight (o que é código para comprar entre analistas de Wall Street) – setor financeiro e tecnologia.

A valorização de ações de bancos aumentou mas permanece modesta. O rácio preço/lucro – métrica do valor relativo de uma ação – sugere que o setor financeiro está barato em relação ao mercado de ações global. Por exemplo, a média de cinco anos do P/L do S&P 500 é de 15,70 comparada com cerca de 10 para o J. P. Morgan Chase & Co. (NYSE: JPMorgan Chase & Co [JPM]) e 13 para o Goldman Sachs, de acordo com dados da FactSet.

É recomendável manter um mínimo de ceticismo quanto à capacidade do setor bancário para estender os seus ricos ganhos em 2017. Em primeiro lugar, não é claro se Trump será capaz de cumprir as suas ambições de folgar as rédeas sobre os credores e cortar impostos corporativos. Outros participantes do mercado também alertaram que o rápido aumento das taxas de juro poderá resultar em perdas em empréstimos em outras áreas do saldo dos bancos, incluindo empréstimos automóvel.

O aumento da taxa de rendibilidade das obrigações implica que a subida das taxas de juro – benéfica para os modelos de negócio dos bancos – se possa ter esgotado, com ganhos adicionais provavelmente limitados

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