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24 de Fevereiro de 2017

Toda a documentação para o ETF Winklevoss Bitcoin Trust foi apresentada há três anos e meio e a SEC ainda não decidiu se será aprovado ou não

O mais famoso ETF, que não é realmente um ETF, está prestes a saber mais sobre o seu destino. Toda a documentação para o ETF Winklevoss Bitcoin Trust (COIN) foi apresentada há três anos e meio e a SEC – Securities and Exchange Commission, órgão regulador do mercado acionista dos EUA – ainda não decidiu oficialmente se será aprovado ou não.

No entanto, isso está prestes a mudar. Depois de vários anos e atrasos a SEC já não tem como prorrogar a decisão – tendo de se decidir até 11 de março de 2017. O ETF será aprovado por defeito se a SEC não emitir uma decisão até à data.

Entretanto, o prazo iminente traz uma série de questões à baila: estarão – o mercado e os investidores – preparados para um ETF baseado em bitcoin?

Segurança

No início, a principal preocupação ao redor da bitcoin prendia-se com a pirataria. Em 2014, a Mt. Gox, a bolsa que controlava a maioria das operações bitcoin, entrou em falência e anunciou que cerca de 850.000 bitcoins tinham desaparecido. No verão passado a Bitfinex, outra bolsa de bitcoin, foi alvo de furto de 120.000 bitcoins.

Apesar da segurança ter percorrido um longo caminho, o furto da Bitfinex demonstrou que ainda se verificam vulnerabilidades no sistema. Neste sentido, os acionistas do ETF ficariam expostos a riscos semelhantes.

Fornecimento

O interesse pela bitcoin tem aumentado dramaticamente ao longo dos últimos anos mas o mercado ainda se encontra relativamente limitado. Num dia de negociação normal “trocam de mãos” 200 a 300 milhões de dólares em bitcoin.

É um facto importante de relembrar pois é razoável acreditar que um ETF de bitcoin venha a atrair bastantes novos investimentos uma vez lançado. Entretanto, contudo, a China anunciou que irá reprimir o mercado de bitcoin para conseguir controlar melhor a lavagem de dinheiro e furtos – logo, espera-se que esse número desça.

Tal desconexão entre a oferta e a procura poderá facilmente levar os preços de bitcoin para território “bolha”. Esse tipo de movimento de preço poderia, caso o ETF seja aprovado, prejudicar um bom número de acionistas.

Volatilidade

Não esqueçamos o quão volátil o preço de bitcoin pode ser na ausência de um ETF.

Desde a sua estreia que o preço de bitcoin foi de menos de 100 dólares para perto de 1.200 dólares, e de volta a menos de 200 até ao seu atual nível ao redor de 1.000 dólares. Tudo isso em apenas alguns anos. A volatilidade tende a conduzir a investidores em pânico e investidores em pânico tendem a perder o seu dinheiro.

Com a prevista “inundação” de investimento será fácil imaginar a bitcoin a tornar-se ainda mais volátil. Estará a SEC OK com isso?

Proteção dos acionistas

O objetivo final da SEC passa por proteger os acionistas. A bitcoin não é supervisionada pelo governo e essa falta de controlo deverá incomodar a SEC.

A bitcoin é relativamente ilíquida e ainda vulnerável a hackers – podendo tornar-se cara assim que os investidores se começarem a mover. Ficará a SEC satisfeita com o potencial impacto destas questões – tornando a bitcoin disponível para as massas? Se algo mau acontecer, as coisas poderão ficar feias.

Apesar de se prever que um ETF de bitcoin venha a ser quase certamente aprovado um dia, parece pouco provável que a SEC aprove o fundo desta vez.

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