Dívida corporativa: a fraqueza asiática em crescimento
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O FMI divulgou uma análise que mostra um alarmante acumular de dívida corporativa em diversos países emergentes

Não é frequente o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertar para um risco para a estabilidade financeira global na sua reunião de primavera em Washington. No entanto, foi o que aconteceu ontem, quarta-feira.

O FMI divulgou uma análise que mostra um alarmante acumular de dívida corporativa na Índia, Indonésia, China, Turquia e Brasil. Entretanto, o relatório de um banco indiano confirmou as conclusões dos peritos: o Yes Bank Ltd. relatou quase duplicação de ativos em incumprimento entre dezembro e março: para 1,52% no final de março, de 0,85% em dezembro.

O crescimento da alavancagem corporativa é uma preocupação para os mercados emergentes como a Índia – com uma parte desproporcional a instalar-se nos saldos das empresas. As obrigações de empresas com rácio de cobertura de juros de menos de um representam 22% do total da dívida na Índia, 17,5% na Indonésia e quase 13% na China.

Aumento do protecionismo

Pior: como observa o FMI, o aumento isolado de prémios de risco globais acrescentará 135 mil milhões de dólares a este problema da dívida. Além disso, existe ainda a eminência do protecionismo. As políticas comerciais da administração Trump poderão não ser tão relevantes para exportadores de matérias-primas como a Rússia e Arábia Saudita mas a situação de empresas chinesas poderá deteriorar-se rapidamente.

Crescimento de empréstimos em incumprimento

Felizmente para a Indonésia, o seu sistema bancário encontra-se em razoável boa forma. Por outro lado, a Índia, África do Sul, Rússia e China poderão enfrentar sérios problemas. Os seus bancos credores poderão não ter lucro suficiente – ou capital – para absorver aumento de dívida em incumprimento das suas empresas.

A baixa rentabilidade de muitos bancos indianos, por exemplo, já tem um sério impacto sobre o sector financeiro do país. Se a parcela de empréstimos em incumprimento aumentar ainda mais, por prémios de risco ou protecionismo, as restantes economias emergentes também poderão não estar seguras.

Fonte: Bloomberg

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