As boas notícias económicas acumulam-se na zona euro, algo que o euro está a aproveitar
“O euro está muito fraco.” – Afirmou Angela Merkel na segunda-feira. No entanto, parece que o mercado cambial está a fazer o seu melhor para deixar a chanceler alemã mais feliz com a sua moeda.
O ganho de 7% do euro este ano significa que se trata da moeda com melhor desempenho em relação ao dólar (EUR/USD) no Grupo dos 10 maiores países industrializados – e a história sugere que o seu avanço poderá continuar.
Entretanto, as boas notícias económicas acumulam-se na zona euro. Números revelados esta terça-feira pelo Ifo Institute mostram que a confiança empresarial na Alemanha, a maior economia do bloco, subiu para o mais elevado nível desde 1991 este mês, superando as expectativas dos economistas pelo quarto mês consecutivo.
Um índice de gestores de compras para a região do euro em maio, combinado com inquéritos PMI individuais para a Alemanha e França, vem reforçar a impressão de que os esforços do Banco Central Europeu para estimular a economia estão finalmente a dar frutos.
De facto, a dimensão do balanço patrimonial do BCE superou a dimensão da Reserva Federal, alcançando 4,55 biliões de dólares em comparação com 4,47 biliões de dólares para a Fed. Enquanto se estima que a Reserva Federal comece a reduzir os seus ativos nos próximos meses, uma inflação benigna na zona euro irá levar o BCE a continuar a apostar em flexibilização quantitativa até ao final do ano.
O euro começou o ano no seu nível mais fraco face ao dólar desde 2003. A sua recuperação até agora levou-o a exceder o valor face a este momento no calendário no ano passado e em 2015. A trajetória da sua ascensão é impressionante – mas ainda o deixa atrás da média anual de um pouco mais de 1,30 dólares de que usufruiu em 2013 e 2014.
Houve um tempo, não há muito tempo, em que não se alcançou um acordo com a Grécia, tal como aconteceu após oito horas de conversações ontem – o que poderia ter dado aos investidores razões para duvidar da moeda única. Contudo, os economistas previam, em janeiro, que a economia da zona euro crescesse 1,4% este ano. Agora preveem crescimento de 1,7%.
Poderá surgir a qualquer momento a lembrança de que um euro mais forte prejudica as exportações do bloco. No entanto, a verdade simples é que os investidores tendem a favorecer as moedas de regiões que têm melhores perspetivas económicas – algo que o euro está atualmente a aproveitar.