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A consultoria financeira não profissional pode parecer inofensiva – mas poderá provar-se “cara”

É impressionante o número de pessoas que se julgam peritas em áreas que requerem uma quantidade substancial de formação e experiência. Todos temos aquele primo sabichão que diagnostica qualquer doença. Ou o amigo de família que sabe automaticamente porque ronrona o motor do nosso carro. E quem não conhece alguém que acha sempre que sabe melhor como gerir o nosso dinheiro?

O autoproclamado consultor financeiro é alguém que nos diz de bom grado que ações devemos escolher ou ignorar e que quer ter uma palavra a dizer sobre o nosso plano de reforma. Contudo, o que esta pessoa não tem é licença para nos aconselhar – no sentido literal e no figurado. A consultoria financeira pouco profissional e não solicitada pode parecer-nos inofensiva. Porém, seguir conselhos cegamente pode levar-nos por um caminho assustador, caso as coisas não corram bem.

Certifique-se de que isto não lhe acontece, evitando seguir os conselhos destes quatro tipos de consultores financeiros amadores:

1. Colegas e amigos mais chegados

Passa muito tempo com os seus colegas de trabalho, talvez até mais do que com a sua família. Está há muito tempo na mesma empresa e os colegas já parecem seus parentes. Isto não significa que tenham as competências para lhe dar aconselhamento financeiro.

Podem ter uma ideia do salário que aufere e até uma noção da solidez financeira da empresa, mas provavelmente não saberão tudo sobre os seus objetivos de vida e a situação financeira da sua família – nem terão conhecimentos suficientes sobre planeamento financeiro.

Se tiver amigos chegados, pode partilhar tudo com eles, incluindo pormenores da sua situação financeira. Mas isso não significa que eles saibam os pormenores necessários para lhe dar os conselhos certos.

É provável que os seus amigos não conheçam o saldo da sua conta nem estejam ao corrente das conversas que tem em casa. Este tipo de pormenores é fundamental para a elaboração de um plano financeiro – já para não falar da relação emocional que tem com o dinheiro e a forma como isso influencia as suas ações.

Não faz mal ouvir as opiniões dos seus colegas e amigos. Talvez um ou outro tenha passado recentemente por uma situação semelhante àquela em que se encontra. Oiça o que têm para dizer. Mas depois comunique esses conselhos a um profissional para confirmar se se adequam a si.

2. Familiares

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Sim, os seus familiares podem conhecer os seus segredos mais íntimos e negros. Devem lembrar-se de alguns dos seus embaraçosos passos em falso até ao mais ínfimo pormenor. Podem acreditar que sabem resolver todos os seus problemas.

Mas, de certa forma, estão demasiado próximos de si.

Um consultor financeiro não tem qualquer interesse pessoal nas suas decisões monetárias – tal como a um terapeuta, compete ao consultor financeiro manter-se objetivo e tentar orientá-lo para o caminho que deseja. Esta objetividade é improvável junto de um familiar.

A sua família sabe, simultaneamente, de mais e de menos. Pode ter expetativas quanto à forma como deve viver a vida, e estas nem sempre vão ao encontro daquilo que realmente procura.

Resumindo, a proximidade nem sempre é o ideal no que toca a dar bons conselhos.

3. Indivíduos com maior capacidade financeira

Nesta categoria inserem-se as pessoas que têm, ou parecem ter, imenso dinheiro, o que não significa necessariamente que saibam como geri-lo.

As pessoas incrivelmente ricas podem tomar decisões financeiras desastrosas, como qualquer um de nós. A diferença é que têm uma rede maior para amortecer a queda.

Nada garante que sejam tão ricas como julga que são. Não sabemos a dívida que podem ter contraído. Além de que podemos não saber como enriqueceram.

Embora possa parecer que o salário, a casa, as roupas, o carro ou o estilo de vida são barómetros para o sucesso financeiro, não são. Não parta do princípio de que alguém com mais dinheiro percebe mais de finanças.

4. Vendedores de produtos financeiros

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Tenha cuidado com as pessoas que são pagas para dar conselhos – como os profissionais do seu banco, por exemplo.

A Personal Capital publicou recentemente os resultados de uma sondagem que revelaram que 46% dos americanos pensam que é legalmente exigido aos consultores financeiros que trabalhem no melhor interesse do cliente. Contudo, a venda de produtos com comissão criou o que pode ser um conflito de interesses: um profissional do sector pode sugerir produtos que contribuem mais para o seu sucesso de vendas do que para os objetivos pretendidos pelo cliente.

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