O futuro das criptomoedas em 2018: lições da Ripple e da Tron
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21 de Março de 2018

O que será que o futuro reserva para as criptomoedas? Conheça a opinião de Ivan Kohut, cofundador da empresa de software Perfectial.

A propaganda em torno da Ripple

O preço da Ripple (XRP) disparou em dezembro passado: a criptomoeda chegou a valer mais de 3 dólares, um crescimento impressionante considerando que valia 0,0060 dólares no início de 2017. No entanto, parece que a subida de preço resultou de um rumor. Entusiastas das criptomoedas especularam que a Coinbase, uma das maiores plataformas de câmbio de criptomoedas do mundo, estaria prestes a listar o token XRP e a permitir o seu câmbio por moeda tradicional.

O que se passou de seguida foi algo típico do mercado de criptomoedas: investidores avançaram em massa para comprar o token «promissor» sem perceberem claramente se o mesmo teria alguma utilidade ou valor. Entretanto, provou-se mais tarde que o rumor da Coinbase se tratava somente disso mesmo, um rumor. A Ripple (ainda) não foi adicionada aos pares de moedas ou criptomoedas disponíveis para negociação na Coinbase — e o seu valor rodeia hoje os 0,70 dólares.

A XRP é uma criptomoeda centralizada. A Ripple Labs, empresa por trás da mesma, não procura alcançar o cidadão comum — tem como principal alvo os bancos e as grandes empresas: quer permitir que estes transfiram ativos (quaisquer ativos, não só criptomoedas) em tempo útil. Foi durante bastante tempo ignorada pela comunidade de criptomoedas — que considerava que não se encontrava em linha com a visão original de Satoshi Nakamoto e a filosofia da descentralização.

Um dos cofundadores da Ripple, Jed McCaleb, deixou a Ripple Labs em 2013 e dedicou-se ao desenvolvimento da Stellar — baseada numa blockchain híbrida. A Stellar resultou de bifurcação na blockchain da Ripple. Porém, mais tarde, com preocupações quanto à integridade do protocolo de consenso da mesma, quanto à capacidade da Ripple para sobreviver a ataques informáticos, a Stellar re-estruturou completamente o seu protocolo de consenso e tem agora uma blockchain própria totalmente diferente.

Não condeno a Ripple. É uma empresa com o seu próprio software — que, da perspetiva de um banco, pode ser bastante vantajoso. Contudo, preocupam-me as bolhas especulativas: indivíduos a movimentarem preços de forma artificial e pelas razões erradas.

5 Erros a evitar no investimento em criptomoedas

A Tron e a razão pela qual é crucial mais (in)formação nesta área

A Tron, que resultou de Oferta Inicial de Moeda (ICO) de 14 mil milhões de dólares e que por agora não possui qualquer produto de trabalho, é também um exemplo de como a especulação pode afetar a criptoesfera.

Tendo nada além de um Livro Branco, a Tron conseguiu que o TRX disparasse 3650% em apenas um mês. Este feito teve lugar graças a marketing brilhante por parte do seu fundador, Justin Sun, mencionado na 30 under 30 da Forbes em duas ocasiões distintas; e também graças a John McAfee, que elogiou a criptomoeda no Twitter, rede social em que tem 500 000 seguidores. Logo após o seu tweet o preço da TRX saltou de 0,04 dólares para perto de 0,29 dólares e a criptomoeda chegou à lista das dez maiores criptomoedas do mundo.

Alguns dias depois, contudo, a Tron foi alvo de publicidade negativa com os investidores a notarem texto copiado no seu Livro Branco. Resultado: o preço da TRX caiu para menos de 0,10 dólares e, uma vez mais, muitas pessoas perderam muito dinheiro.

Acredito (e espero sinceramente) que esses cenários não se repitam. Prevejo que este ano não serão apenas os programadores a procurar informação sobre a tecnologia blockchain. Em vez disso haverá programas personalizados e obrigatórios para gestores de projetos, equipas legais e altos funcionários nas mais variadas empresas. São já várias as iniciativas de formação bastante promissoras — e espero que haja cada vez mais.

A posição do autor pode não coincidir com a posição editorial

Fonte: Forbes

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