Quer construir a sua carteira de criptomoedas? Steven Hay, jornalista e investidor, diz-lhe quais as cinco melhores opções para a mesma: criptomoedas que poderão desfrutar de crescimento constante este ano.
Bitcoin, devido à sua descentralização
O primeiro lugar pertence à Bitcoin (Bitcoin), que continua a líder do mercado de criptomoedas. A Bitcoin é a criptomoeda com maior valor, maior adoção e maior segurança — sendo também a mais reconhecida e a única criptomoeda, até agora, representada em mercados tradicionais sob a forma de futuros, disponíveis tanto na CME como na CBOE.
A Bitcoin continua o principal motor deste mercado. O desempenho de todas as outras criptomoedas encontra-se altamente correlacionado com o seu.
Estima-se, até, que a diferença entre a Bitcoin e a maioria das restantes criptomoedas venha a aumentar. A Bitcoin tem várias inovações promissoras em carteira, como a Lightning Network, que deverá proporcionar maior adoção da mesma — uma vez que permite significativa escalabilidade e pagamentos instantâneos e seguros.
A Lightning Network está, de facto, a crescer de forma constante, com utilizadores a testarem as suas várias aplicações com bitcoins reais.
Litecoin, devido à sua persistência
A Litecoin é uma clone da Bitcoin com um algoritmo de hash diferente. Relatórios surpreendentes têm revelado que a sua utilização em mercados da darknet surge em segundo lugar, logo após a Bitcoin. Seria de esperar algo semelhante da Monero — focada na privacidade dos utilizadores, logo mais adequada para a compra e venda de bens e serviços ilícitos — e não da Litecoin, que não dispõe de tecnologia que proporcione anonimato.
Estima-se que a adoção (LTC/USD) resulte da sua longevidade no mercado: foi lançada no final de 2011.
Outro fator a favor da Litecoin é que integrou a tecnologia SegWit da Bitcoin, o que significa que está preparada para a Lightning Network. A Litecoin poderá assim beneficiar de negociação peer-to-peer segura, sem o envolvimento de terceiros (como plataformas de câmbio). E mais: com a Litecoin a manter o seu código amplamente sincronizado com o da Bitcoin, está bem posicionada para beneficiar do progresso tecnológico da mesma.
Ethereum, graças aos contratos inteligentes
A Ethereum (ETH/USD) enfrenta grandes problemas. Em primeiro lugar, são vários os governos a reprimir as Ofertas Iniciais de Moeda (ICO), com boas razões: muitas provaram-se fraudulentas ou totais fracassos. Porém, a maioria das ICO é executada na rede Ethereum e a loucura em torno das mesmas nos últimos tempos representou enorme valor para a Ethereum. Assim, a aprovação de regulamentações que reduzam a condução de ICO terá o seu impacto.
Em segundo lugar destaca-se a adiada transição da Ethereum para um novo sistema híbrido Proof of Work (PoW)/Proof of Stake (PoS). A mineração de Ethereum com unidades de processamento gráfico é lucrativa, mas a Bitmain anunciou recentemente o desenvolvimento de dispositivos ASIC para Ethereum, o que terá impacto no rendimento dos mineiros que recorram a unidades de processamento gráfico. Irá essa situação forçar a transição? E quão bem-sucedida será a mesma?
Se a Ethereum conseguir superar estas grandes questões, regulamentação e mineração, demonstrará significativa resiliência. Se não, são várias as criptomoedas concorrentes a segui-la de perto — como a Ethereum Classic (ETC/USD), a Cardano e a EOS (EOS/USD).
Monero, devido ao seu anonimato
Embora a sua adoção em mercados da darknet não corresponda ao que seria de esperar, como referido anteriormente, e a sua reputação e capitalização de mercado continuem atrás das das suas maiores concorrentes, a Monero (XMR/USD) continua a criptomoeda que proporciona maior privacidade.
Mais, o facto de a Monero ter alterado recentemente a sua Proof of Work para derrotar o desenvolvimento de um minerador ASIC para o seu algoritmo confirma o seu compromisso para com a descentralização da mineração. Mineiros que recorram a unidades de processamento gráfico poderão voltar a centrar-se na Monero — criptomoeda que continua a desenvolver-se.
Vertcoin, a criptomoeda bónus
A Vertcoin também é uma clone da Bitcoin — com um algoritmo de hash diferente. A sua equipa prometeu mudar o algoritmo se for desenvolvida mineração ASIC para a mesma, pretendendo que a mineração se mantenha descentralizada ao bloquear grandes monopólios de mineiros.
A Vertcoin é uma criptomoeda de baixo valor com adoção significativa.
Tal como a Litecoin, tem potencial para beneficiar amplamente do sucesso da Lightning Network. Além disso, a sua equipa está a testar um produto chamado LITBox. Este dispositivo em hardware irá permitir que os utilizadores automatizem operações na Lightning Network. Poderá provar-se uma inovação significativa, uma vez que configurar um nó em Lightning Network exige muito know-how técnico.
Se o dispositivo chegar a produção e permitir acesso fácil à Lightning Network poderá vender-se bem — suportando Bitcoin, claro, mas também Litecoin e Vertcoin por padrão. Poderá fazer bastante pela adoção destas criptomoedas.