Poderá a instabilidade global influenciar a procura pela Bitcoin — e o seu preço?
Os mercados financeiros têm enfrentado ampla volatilidade nos últimos tempos. Trata-se de um reflexo da incerteza geral causada tanto pelas crescentes tensões geopolíticas no Médio Oriente, como o agravamento da situação na Síria, — como pela contínua guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, com o fortalecimento da posição protecionista de Donald Trump, que continua a atormentar o mundo com as suas publicações no Twitter.
As manifestações de crise na economia mundial costumam levar a que quem se encontre envolvido em investimentos nos mercados financeiros se pergunte: “Posso lucrar com isto?”
A teoria económica clássica avança que quando se verificam tensões geopolíticas, situações de crise ou instabilidade económica, deve-se apostar em ativos de baixo risco — como o iene japonês, o franco suíço, obrigações de países desenvolvidos ou o ouro. Com efeito, destaca-se o exemplo do preço da onça de ouro há algumas semanas, em contexto de ameaça crescente de ataque à Síria por parte de coligação encabeçada pelos Estados Unidos: atingiu o valor mais alto desde agosto de 2016 — 1369,4 dólares a onça.
Da mesma forma, os interessados pela indústria das criptomoedas colocam uma questão semelhante: “Podem estes acontecimentos influenciar o preço da Bitcoin (Bitcoin: BITCOIN)?”
Destaca-se que no passado, em alturas em que a procura pelo ouro aumentou, o custo da Bitcoin também cresceu. Supõe-se, assim, que a própria Bitcoin detenha propriedades de ativo-refúgio, embora não tão pronunciadas. Relembramos que se registou forte impulso da sua popularidade no período entre 2010 e 2013 — precisamente quando os mercados financeiros globais enfrentaram guerras cambiais, entre os Estados Unidos, China, União Europeia, Japão e outros países.
Na verdade, a correlação entre o ouro e a Bitcoin podia ser mais óbvia não fossem os recentes acontecimentos relacionados com a repressão do mercado de criptomoedas por parte de vários governos e/ou reguladores. São os numerosos tabus e as restrições sobre operações com criptomoedas que têm levado a que os investidores percam a confiança no futuro próspero da Bitcoin.
Aliás, passa-se hoje em dia com a Bitcoin o que aconteceu com o ouro no passado. Na década de 1970, no decorrer de conflito entre os Estados Unidos e França, o sistema de Bretton-Woods — que durante muitos anos sustentou o prestígio do metal precioso — ficou em risco. O ouro tornou-se difícil de gerir e o seu fornecimento desacelerou face ao crescimento da economia mundial — o que levou a reduzida quantidade de fundos em relação ao crescente número de transações. Porém, a posterior revalorização do valor real do ouro deu-lhe uma segunda vida.
É, assim, possível que problemas com moedas “tradicionais” possam despertar o antigo interesse pelas criptomoedas. Aliás, é muito provável que tal se torne real num futuro próximo.
Por agora recomendamos que se concentre nas notícias dos próximos dias. Tendo em conta que até final de abril os Estados Unidos poderão ampliar a lista de produtos sujeitos a novas taxas de importação, a ameaça de nova guerra comercial volta a ser real.
É possível que desta vez a Bitcoin mostre uma correlação direta com o ouro, podendo beneficiar do aumento de riscos geopolíticos.
Se quiser lucrar com as criptomoedas irá precisar de uma corretora. Pode recorrer à AMarkets, que é regulada e protege as contas dos traders até aos 20 mil dólares. Mais: foi recentemente auditada por uma das maiores consultoras do mundo, a Ernst & Young, que confirmou a viabilidade financeira da empresa.
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