O ano que ficou para trás foi, sem dúvida, o ano das criptomoedas — e da Bitcoin em particular. Porém, o fosso entre as «altcoins» e a maior do mundo começa a estreitar-se e há peritos que acreditam que o futuro assentará nos contratos inteligentes — e na Ethereum.
A correção sentida no mercado de criptomoedas no início deste ano levou a que a Bitcoin caísse do pedestal de quase 20 000 dólares a criptomoeda. No entanto, o progresso da Ethereum tem mostrado que as aplicações descentralizadas serão capazes de superar a maioria dos obstáculos em torno da obtenção de escala neste mercado.
Desse modo, 2018 será o ano da Ethereum.
A Bitcoin (Bitcoin: BITCOIN) é encarada por muitos como o «ouro» do mercado de criptomoedas. Porém, a atenção desta comunidade tem vindo a mover-se para os utility tokens, tokens de utilidade, e para as transações com contratos inteligentes, o que significa que a Ethereum (BITFINEX: ETH/USD.BITFINEX) surge como a «platina» deste mercado.
A Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mundo por capitalização de mercado, subiu 3,60% nas últimas 24 horas, para 764,96 dólares (11h50 de Lisboa). Encontra-se na vanguarda das plataformas que recorrem a contratos inteligentes — mas o seu fundador quer que continue a evoluir.
Quando Vitalik Buterin, fundador da Ethereum, tweetou recentemente que iria boicotar a conferência Consensus 2018 deste ano uma vez que a CoinDesk tem sido associada a projetos fraudulentos, demonstrou (ao contrário da Coinbase) que alguns dos jovens na vanguarda desta indústria têm ética e ideais com os quais defensores da descentralização se poderão identificar.
O «sharding» poderá eliminar os problemas de velocidade da «blockchain»
A Bitcoin está limitada a cerca de 3-7 transações por segundo e a Ethereum a 7-15, mas não para sempre. A prova de conceito sharding (Ethereum) indica que a blockchain está a começar a evoluir e que os problemas de escalabilidade da largura de banda poderão resolver-se antes de 2020.
Alguns indivíduos consideram o sharding a maior inovação desde a invenção dos contratos inteligentes. É possível aumentar a eficiência incrementando o número de níveis de nós.
No fundo não importa qual será o preço, importa aquilo em que a blockchain se torna. O principal objetivo da implementação do sharding é a significativa melhoria da escalabilidade.
Se a Bitcoin é o DOS, a Ethereum é o Windows
Se a Bitcoin é o «DOS» da blockchain a Ethereum poderá ser o «Windows». Existe a possibilidade de a Ethereum falhar enquanto plataforma de contratos inteligentes pioneira, podendo qualquer outra plataforma ser bem-sucedida — surgindo como mais solida, escalável e segura. É cedo para dizer quem poderá rivalizar com a Ethereum, mas existe alguma concorrência.
A blockchain levou a que milhares de novas empresas avançassem modelos de negócio altamente inovadores — e mesmo as Ofertas Iniciais de Moeda (ICO) a serem reguladas e a encararem sistemas de classificação (ranking) continuam a dar-se bem este ano em comparação com o ano passado.
Apesar de vários governos reprimirem — e investidores criticarem — a Bitcoin e o investimento em criptomoedas, o mercado está a tornar-se convencional em 2018.
Se a Bitcoin é o Yin, a Ethereum é o Yang
Se a Bitcoin é o yin, o potencial negativo daquilo em que a blockchain se poderá tornar, a Ethereum é o yang, o desenvolvimento positivo dos contratos inteligentes que poderá mudar a forma como a Internet funciona e como as transações e a confiança evoluem.
A Ethereum vê-se como infraestrutura global de código aberto, descentralizada, que pode ser construída sobre confiança — sendo capaz de evitar a fraude, a censura ou a interferência de terceiros.
É difícil de imaginar o preço da Ethereum a não terminar 2018 em máximo histórico dada a importância do trabalho que tem sido feito. No início de janeiro, a criptomoeda alcançou o mais elevado preço de sempre, 1417,38 dólares, antes de ter caído bem abaixo de metade desse valor aquando de correção (não bolha) da Bitcoin.
Porém, será necessária escala para se aproveitar todo o potencial da plataforma da Ethereum — e para se alcançar impacto nas vidas de indivíduos em todo o mundo. A Ethereum, como plataforma de contratos inteligentes dominante, será muito mais transformadora a nível global do que a Bitcoin, apesar da expansão desta em vários mercados.