Os 10 mais famosos criminosos de colarinho branco
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Os crimes de colarinho branco envolvem sempre dinheiro, e implicam um desfalque, fraude, e vários outros esquemas que tornam o perpetrador mais rico através das perdas financeiras das suas vítimas. Os criminosos são habitualmente muito inteligentes e têm uma ambição desmedida. Conheça os mais notáveis.

Ao contrário da maioria do suposto crime de colarinho azul – o crime cometido contra a propriedade ou contra pessoas, onde a violência tem como alvo uma vítima ou a propriedade de uma vítima – o crime de colarinho branco não costuma fazer uso de violência. Enquanto muitos que cometem crimes de colarinho azul vêm de passados socioeconómicos difíceis, com uma riqueza de motivações para cometer estes crimes, os crimes de colarinho branco começaram a ser definidos pelos criminologistas como um “crime cometido por uma pessoa respeitável e de um estatuto social elevado no decorrer da sua ocupação”.

Os crimes de colarinho branco envolvem sempre dinheiro, e implicam um desfalque, fraude, e vários outros esquemas que tornam o perpetrador mais rico através das perdas financeiras das suas vítimas. Apesar de haverem crimes de colarinho branco que afetam o bem-estar financeiro e as vidas de milhões todos os dias, segue uma lista de alguns dos mais notórios casos de perfil mais elevado de crime de colarinho branco no século passado.

1. Jerome Kerviel

Em três anos, o banqueiro francês Jerome Kerviel perdeu quase $7 mil milhões em dinheiro de investidores. Durante 2007, Kerviel fez trocas comerciais em antecipação da queda dos preços do mercado, e depois começou a esconder estas trocas criando trocas falhadas de propósito de forma a compensar os ganhos. Apesar de o banco para onde Kerviel trabalhava, o Société Générale, afirmar que não tinha qualquer conhecimento das suas atividades, já foi reportado que o banco teve um lucro estimado de $2 mil milhões. A teoria de que Kerviel não lucrou com as suas ações e que era apenas uma escapatória para o banco pode também não estar longe da verdade.

2. Martin Frankel

Quando o seu banqueiro de investimento usa a astrologia para fazer as suas decisões de trocas comerciais, talvez possa ter um problema em mãos. Apesar de Martin Frankel já ter sido banido de negociar com ações várias vezes, ter de eventualmente mudar o seu nome para David Rosse, e ter montado uma fundação católica para dispersar as acusações contra ele, estas e as suspeitas de segurança não o impediram de suceder em defraudar e esconder mais de $200 milhões de inúmeras companhias de seguros estatais. Depois de escapar dos Estados Unidos por alguns anos, foi inevitavelmente apanhado na Alemanha, e em 2002 foi condenado em 24 instâncias de crime financeiro.

3. John Rigas

Fundada pelo veterano da Segunda Guerra Mundial John Rigas em 1951, a uma dada altura a companhia Adelphia Communications foi uma das maiores companhias de cabos nos Estados Unidos, fornecendo 5,6 milhões de clientes em mais de 30 estados. O problema com a companhia de Rigas era que esta não estava a relatar as suas dívidas e falsificava os lucros de quase $2,3 mil milhões. Além disso, Rigas e os seus filhos também se “esqueceram” de descriminar mais de $3 mil milhões em investimentos que tinham recebido. Também fi descoberto que Rigas e os seus filhos usaram milhões de fundos corporativos para uso pessoal. John Rigas foi sentenciado a 15 anos de prisão em 2005.

4. Charles Ponzi

Qualquer pessoa com algum interesse nas notícias já ouviu falar do “Esquema Ponzi”, mas talvez não tenham ouvido falar de Charles Ponzi, o infame criminoso de colarinho branco que deu o nome à fraude de investimento em questão. Nos anos 20, Charles Ponzi procurou uma grande quantidade de investimentos para comprar cupões postais com desconto, e depois acumulou maiores investimentos de ainda mais investidores. Mas em vez de pagar a soma inicial aos primeiros investidores com o retorno da venda dos cupões, essa soma foi paga com a segunda onda de investidores, tudo enquanto Ponzi amealhava $20 milhões para si mesmo. Charles Ponzi foi exposto e passou anos na prisão antes de morrer sem um tostão.

5. Bernie Madoff

Madoff usou o esquema de Ponzi durante tanto tempo e a tão grandiosa escala, que todas as contas feitas caloteou os investidores em quase 800 milhões. Tendo começado nos anos 70, Madoff adquiria dinheiro de investidores com promessas de retornos imensos em futuros investimentos, mas na realidade, em vez de investir o dinheiro, punha-o numa conta bancaria própria. Quando um dos seus investidores queria algum dinheiro que tinha investido em Madoff, ele ia buscar à sua fortuna fraudulenta e dava-lhe partes dos seus investimentos. Quando o dinheiro começou a ser pouco, no início dos anos 2000, e Madoff já não conseguia pagar aos seus investidores, as autoridades começaram a investigar o seu negocio, resultando num total de 11 acusações e 150 anos de cadeia.

6. Aviv Mizrahi

Um vendedor de eletrónica relativamente abastado, Aviv Mizrahi tinha uma suposta rede avaliada em uns quantos milhões de dólares, tornando-o e ao seu negócio candidatos perfeitos para assegurar empréstimos em vários bancos. O problema era que Mizrahi tinha na verdade falsificado muito do seu portefólio financeiro, exagerando alguns números e mentido completamente sobre outros. Na altura em que os bancos se aperceberam desta situação, Mizrahi já os tinha defraudado em 33 milhões de dólares. O FBI emitiu um mandato de captura com as acusações de fraude bancária em 2012, mas acredita-se que ele tenha fugido para Israel e continua em fuga das autoridades dos Estados Unidos.

7. Jack Abramoff

Um criminoso de colarinho branco e lobista politica, Jack Abramoff foi não só o arquiteto da sua própria ruína; também conseguiu enviar um congressista de Ohio para a prisão e forçar o governo dos Estados Unidos a criar uma força governamental conjunta para investigar as suas ações. Apesar da riqueza de informação legal e de especulação de todas as ações de Abramoff caberem melhor num romance que nesta lista, no fim Abramoff foi condenado de defraudar as tribos nativas americanas, que eram os seus clientes, em milhões de dólares, bem como de subornar oficiais do governo, nomeadamente Bob Ney, congressista republicano de Ohio. Pelos seus crimes, Abramoff recebeu uma sentença de seis anos de prisão e teve de restituir 25 milhões de dólares.

8. Tyco International

Tyco, a corporação internacional conhecida por fabricar uma vasta gama de produtos, foi um investimento solido durante anos, até a companhia se ter visto o centro de um escândalo enorme de ações em 2002. Os executivos do topo da companhia tinham estado a roubar dinheiro dos accionistas durante anos, vendendo ações não autorizadas da Tyco a cerca de $450 milhões, e depois diziam que eram bónus, para financiar as suas formas de vida extravagantes. Os crimes dos executivos vieram, inevitavelmente, à luz do dia em 2002 e as ações da Tyco caíram cerca de 80% em um mês e meio. Apesar de terem sido precisos dois julgamentos para condenar finalmente os que estavam por trás do escândalo da Tyco, cada um recebeu uma sentença de 25 anos de cadeia, mesmo mantendo todos a sua inocência.

9. Bernard Ebbers

Antes de haver Bernie Madoff havia Bernie Ebbers o homem de negócios canadiano, o antigo detentor do título e arquiteto do maior escândalo financeiro da história dos Estados Unidos. Considerado o 10º CEO mais corruto da história americana, Ebbers foi o CEO da WorldCom, a companhia de telecomunicações que, em essência, parecia estar no caminho certo para a riqueza e sucesso. Apesar de Ebbers ter recebido muitos elogios pela aquisição de outra companhia de telecomunicações, por parte da WorldCom, a MCI no fim dos anos 90, os problemas começaram pouco depois disso. Em 2000, à medida que as ações da WorldCom começaram a entrar em declínio, o mesmo aconteceu à fortuna de Ebbers porque grande parte do que ele possuía tinha sido comprado com empréstimos que tinham como colaterais as ações da WorldCom. Ebbers também pediu emprestados 400 milhões à WorldCom de forma a salvar outras tentativas de negócios falhadas. No fim de contas, pela sua negligência ou insensibilidade, Ebbers foi acusado de defraudar a WorldCom de 11 mil milhões de dólares e sentenciado a 25 anos de prisão.

10. ENRON

O nome Enron tornou-se quase sinónimo de crime de colarinho branco. A certo ponto, a companhia energética baseada em Houston, Texas, foi a 7ª maior companhia dos Estados Unidos. Contudo o método com que a Enron conseguiu distinção era menos honesto. Ao usar empresas de fachada para fabricar lucro e práticas deceptivas de contabilidade, a Enron manteve milhões de dólares de divida escondidos de investidores e do mercado em geral. A companhia manteve-se escondida durante algum tempo, mas em 2001, o complexo sistema de mentiras da empresa caiu e a Enron viu-se com uma divida na casa dos mil milhões. As ações da Enron passaram de $90 a menos de 70 cêntimos, mas não antes dos executivos da empresa conseguirem roubar milhões de dólares enquanto, consequentemente, levavam os acionistas e investidores à bancarrota. Vários empregados de alto nível da Enron foram parar à prisão, mas o fundador, antigo dono, e arquiteto do esquema da Enron morreu antes de servir 45 anos de cadeia.

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