A odisseia de um CEO
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Um executivo anónimo do Quora revela-nos a forma como ultrapassou as dificuldades ao longo da sua carreira de CEO, e as lições que retirou dessa mesma carreira. Porque é sempre bom que alguém nos mostre o caminho.

"Criei um volume de negócios no valor de 5 milhões de dólares, numa empresa composta por 25.000 pessoas, cotada durante 10 anos. Tal como acontece em qualquer trabalho novo que tenha, mantive um quadro de horários durante o primeiro ano, para poder averiguar se as minhas actividades combinavam com as minhas prioridades.

  1. Resumindo, dediquei cerca de um quarto do meu tempo a estratégias; a pensar, investigar, a consultar e a comunicar em prol do futuro da empresa. Utilizei estruturas comuns para o fazer; onde competir, com quem competir e quais os pontos fortes a desenvolver (em particular pessoas e culturas). Porque senti que a nossa efectividade na implantação de todas estas coisas é mais importante do que todas as estruturas ou metodologias.
  2. Passei mais uma quarta parte do meu tempo a supervisionar os desempenhos e os riscos – a fazer verificações de negócios normais e regulares. A fazer revisões de projetos e procedimentos perante a inevitabilidade da crise e situações inesperadas. Com o passar do tempo estas tarefas caíram, porque consegui formar uma equipa maravilhosa de pessoas, ao fim de 18 meses, que realizam este trabalho muito melhor do que eu.
  3. Dediquei outro quarto a direccionar a força das nossas pessoas – a entusiasmá-las com esperança de demonstrar pessoalmente a nossa cultura, recrutamento e a controlar o humor temperamental das pessoas. A consultar-me com o director dos recursos humanos (membro da equipa executiva mais próximo de mim). A elaborar planos de sucessão, a apresentar aos grupos de todos os níveis os programas em desenvolvimento. A pensar e a investigar o que fazem as pessoas para tornar o nosso negócio eficiente e com sucesso (a conclusão mais importante é; seja claro no que quer das pessoas, prepare-os, e depois saia-lhes da frente, esta é uma mensagem valiosa para a politica de amar as funções centrais).
  4. O quarto de tempo restante foi dividido de forma mais ou menos equilibrada, entre investidores importantes e os acionistas principais, mas também com o governo e maiores fornecedores, assim como com conversas pouco produtivas mas necessárias. Obviamente que qualquer pessoa no trabalho quer evitar desperdícios de tempo, mas os CEOs são provavelmente mais afetados do que qualquer outra pessoa que quer chegar e vender a sua última ideia, desde os bancos de investimento aos lobbies da industria.

Saí-me bem enquanto CEO, claro que tenho a certeza de que existem muitos melhores do que eu, mas ficam aqui algumas reflexões a partir do meu trabalho directo e pessoal e do trabalho em rede com vários CEOs, nos últimos 25 anos:

  • Nunca quis ser CEO. Pessoas sedentas de ambição, com excepção dos fundadores, provavelmente não são adequadas para a função. Este é o paradoxo trágico do modelo de gestão de agências.
  • Sim é verdade, é um caminho solitário, e a culpa é sempre sua.
  • Se fizer o seu trabalho como deve de ser, vai trabalhar todas as horas que estiver acordado, precisa de ser disciplinado para manter o corpo e a mente saudáveis.
  • Deve tentar manter a secretária vazia, na verdade, é a única pessoa na empresa com responsabilidades pesadas que garantem a longevidade do seu empreendimento. Não é possível que pense nisto se tiver a sua mesa repleta de papéis, e uma caixa de entrada cheia de e-mails. Eu era obcecado em reduzir a minha caixa de e-mail todas as noites a zero, e principalmente a ignorar ou a dar uma resposta às pessoas que estavam á procura de cobertura (as pessoas aprenderam e pararam ao fim de um tempo). Enquanto CEO se não responder instantaneamente, você pode fazer com que a organização pare de receber ou fazer coisas.
  • Por poutro lado, tente ser muito acessível, se deambular por ai propositadamente, irá aperceber-se do que se anda a passar, quais as preocupações das pessoas, e assim pode dar valor aos dilemas com que se debatem.
  • Demita os funcionários que são como uma pedra no seu sapato, estou a falar a sério, os lucros que eles fazem são ofuscados pelas perdas que causam, e pelo desperdício da energia de todos outros, que se sentem desmoralizados e perturbados pelo mau funcionamento deles.
  • Olhe para o exterior. A prisão de uma caixa de entrada de e-mail força a atenção para uma visão interna. Faça visitas de estudo com a sua equipa, olhe para os setores paralelos, fale com os inovadores nas universidades.
  • Leia, releia, e leia mais uma vez (viva o iPad!);
  • Seja sensível em relação ao seu comportamento, porque as pessoas reparam. Seja simpático, sorria, diga olá às pessoas (elas estão a fazer o dinheiro que lhes paga o salário). Mostre-lhes que a linha da frente é mais importante do que os responsáveis do escritório ou os centros de suporte, ou qualquer que seja o nome que lhes dão. Se o ambiente de trabalho no seu escritório não é igualitário é porque está no século errado.
  • Lembre-se diariamente que você é provavelmente a pessoa menos importante na sua organização (muitos CEOs não percebem isto), a pessoa que está a servir o cliente é a mais importante. Acredite em mim, é preciso que se concentre em manter-se humilde.
  • E mesmo que pense que as suas piadas não têm assim tanta graça, a sua prioridade absoluta é reconhecer a vida de todos os que trabalham na sua empresa e torná-la gratificante. Faça da sua empresa um lugar feliz e vibrante. Quando o seu departamento financeiro lhe entregar uma excelente análise, vá ter com a equipe de planeamento financeiro e análise, e agradeça-lhes.
  • O seu sucesso será medido pelo crescimento e desenvolvimento da organização, depois de se ir embora. Se a empresa desmoronar, é porquê foi um péssimo CEO. É por isso que tem de pensar no seu próprio sucessor desde o dia um.
  • Você não se define pelo seu trabalho. Acabará por partir e cair no esquecimento. Não procure um legado pois isso é uma missão para tolos
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