3 Lições que aprendi com um erro de $500 000
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Um engenheiro que se juntou ao LinkdIn no início da empresa desabafa como se arrepende de ter deixado a empresa cedo demais e deixa 3 conselhos a quem se encontrar numa situação semelhante àquela em que ele se encontrou.

Juntei-me ao LinkedIn assim que saí da escola, cerca de dez meses antes da sua OPA, e cometi o erro de o deixar demasiado cedo. Esta publicação é para pessoas cujas empresas estão a crescer rapidamente e que provavelmente vão/estão em processo de passar por uma liquidação. Estou a pensar na Uber, Lyft, Pinterest, Dropbox, etc. Não quero que façam o mesmo erro! Por isso aqui vai a minha história:

Penso que sou um engenheiro relativamente capaz e inteligente, mas não tenho uma esperteza financeira “do terreno”; isso é o que se obtém quando se tem um pai académico crescido no bairro, mas estou a divagar.

Quando me juntei ao LinkedIn havia 500 pessoas no total e eu era o engenheiro nº 200 e tal. Era o meu primeiro emprego a sério depois da escola. Sim, deram-me aquela coisa a que chamam “ações”, mas isso era só um bónus do salário alto que já estava a receber certo? Oh, quão ingénuo era eu… Mais sobre isto à frente.

1. Mantenha-se no centro de uma empresa em rápido crescimento

Numa empresa num estado de foguetão, existe sempre um frenesim de contratações. Os números são apenas ferramentas, as máquinas caiem, e não há muita competição nem guerra pelos projetos porque estes existem em grande quantidade. Ou seja, há muita oportunidade para brilhar.

Existe uma coisa chamada o “efeito auréola”. Este manifesta-se à volta de onde quer que seja o centro da empresa, e qualquer equipa que melhore um dos indicadores chave de performance vai ser muito mais recompensada que as equipas que não o fizerem. Eu aprendi isto da forma mais difícil procurando os projetos mais interessantes, e tendo forças fora do meu controlo a cancela-los, deixando-me sem nada – “Johnny, eu queria dar-te uma promoção, mas como nenhum dos teus projetos vingou não consigo apresentar um caso válido à gerência.” Isso também significou que nunca recebi ações extra porque nunca fui promovido.

Para os que não sabem, ações, como quem diz o valor das quotas de uma empresa, é a única maneira de um trabalhador normal de Silicon Valley viver confortavelmente e criar uma família no Valley. Não acredita? Veja esta publicação no blogue Wealthfront. Se estiver numa empresa em crescimento hiper-rápido, a probabilidade das ações aumentarem em valor e se tornarem liquidas vale mais do que o que pensa. Por isso talvez não seja mal pensado tentar receber mais ações, especialmente se permanecer no centro.

2. Não seja imaturo. Pense em situações onde cada parte beneficia de alguma forma

Eu ainda não vivi tempo suficiente para ver isto bem feito, mas quando a pressão de contratar começa a aumentar, há inevitavelmente fissuras culturais e de gerência que se vão manifestar: as reuniões pessoais com o gerente vão ser mais raras; o gerente que o contratou pode ser promovido e você fica com um gerente novo com pouca ou nenhuma experiencia de gerência; se não sabe o que se está a passar, pode acabar por ficar com o software de legado antigo a que ninguém quer fazer manutenção, etc.

Sendo um cidadão livre, você tem algumas escolhas. Eu decido onde gasto o meu dinheiro, decido em que instituições de caridade contribuo, decido em quem voto, etc. O lado bom disso é que se não gosto do produto, ou não gosto da maneira de como fui servido num restaurante, posso sempre decidir deixar de ser um patrono. Numa empresa em rápido crescimento não pense assim! A realidade é que ninguém tem tempo para lidar com o seu problema. Claro, num mudo perfeito teriam, mas as suas necessidades não vão provavelmente ser atendidas até a empresa se estabelecer e até os seus requerimentos aparecerem num inquérito de promoção da rede, ou qualquer iniciativa parecida dos Recursos Humanos. Eu fui bastante imaturo em relação a isto. Talvez demasiado idealista, mas eu decidi que devia procurar pastos mais verdes, que lhes ia ensinar uma lição… Em retrospetiva, se tivesse sido mais maturo em relação à situação, talvez tivessem havido mais caminhos que podia ter tomado; podia ter pedido para mudar de equipa, podia ter sido mais pro-ativo na procura do meu gerente; podia ter encontrado alguma coisa que melhorasse a situação.

Olhando para trás, penso que tudo se resume ao fato de que eu não estava a pensar numa situação em que todos beneficiassem.

Devido ao desassossego que estava a experienciar e à minha maneira imatura de lidar com isso, eu beneficiar e a LinkedIn também beneficiar não me pareceu uma opção na altura; se quer sair vai encontrar qualquer maneira para o fazer. Em vez disso, quando o foguetão estiver a balançar e a saltar de um lado para o outro, mantenha-se calmo, e pense numa situação de ganho/ganho – pense como é que pode ajudar o foguetão a continuar o seu caminho enquanto procura um lugar confortável para se instalar.

3. Se decidir sair, certifique-se que sabe o que está a deixar para trás

Eu decidi sair; uma decisão emotiva e imprudente, racionalizada como “o dinheiro não é tudo, e consigo arranjar algo mais estimulante noutro sítio.” Mesmo em tal nuvem de emoções, não se esqueça que tem algum poder.

Basicamente, os engenheiros são super caros no Valley. Se conseguir encontrar alguém que nunca negociou bem, eles vão receber garantidamente menos $20-30 mil de salário que os outros. Por isso dar-lhes um impulso de $10 mil e dando “ a mesma quantidade normal de ações a todos os novos engenheiros” vai fazer com que pareça generoso. Ok, agora estou a falar do meu presente empregador – estou a divagar.

Lembre-se disto, a maioria das empresas startups acabam por falhar, exceto no caso em que são uma empresa em rápido crescimento. Não interessa como eu negociei, eu nunca usei a vantagem das ações que tinha, porque elas valiam realmente alguma coisa. Além do mais, as trajetórias em empresas em rápido crescimento são mais valiosas que em startups mais pequenas; tem muito mais probabilidade de ser promovido e, não preciso de o voltar a dizer, as suas ações acabam por valer mesmo alguma coisa.

Pensei que tinha encontrado a startup correta, mas cometi o erro de não avaliar corretamente a trajetória do LinkedIn e que efeito esta teria nas ações que me deram; o preço das ações agora vezes a quantidade que resta é igual a dinheiro que estou a perder certo? Não! Se sabe como a sua empresa se está a comportar (o que está a crescer, etc.), devia estar mais ou menos confiante de que as suas ações vão encarecer (exceto se for da Zynga), já para não falar os impulsos extra que receberá quando for promovido. Por isso, se estiver a negociar, garanta a sua parte nesse crescimento.

Então de onde vêm os $0,5 milhões? Bem, eu deixei $100 mil de ISOs na mesa quando sai, que agora valem $250 mil. Adicione-se uma promoção, e uma atualização de ações de RSUs e estamos a falar de $250 mil que “estão no saco, só precisa de ficar aqui a trabalhar.” Por isso $250 mil+$250 mil=$500 mil = $0,5 milhões.

Portanto aqui estou eu, a refletir nos anos que podiam ter sido no LinkedIn, e a perceber que fiz algumas escolhas erradas. Grandes resultados não aparecem muitas vezes, muito menos onde o trabalho era interessante e as pessoas eram (em retrospetiva) simpáticas para trabalhar. Por isso, para todos os que acham que o prado é mais verde noutro sítio: provavelmente é. Mas que aposto que existe um prado mais verde algures na sua empresa, mesmo no centro dela, e só precisa de o observar com maturidade.

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