Conheça aqueles que a Restaurant Magazine elegeu como os melhores restaurantes do mundo assim como as críticas feitas a essa lista. Conhece algum restaurante da lista?
Foi divulgada a lista dos 50 melhores restaurantes do mundo – e também as críticas.
Estão aí os resultados. El Celler de Can Roca, em Espanha, foi selecionado como o melhor destino gastronómico do mundo – de acordo com a muito antecipada lista anual dos 50 melhores restaurantes do mundo, anunciada numa cerimónia de prémios em Londres. Entre os 10 vencedores estão restaurantes como o Eleven Madison Park, em Nova Iorque, e o Noma, na Dinamarca – que cai do primeiro para o terceiro lugar.
Aqui está o top 10
1. El Celler de Can Roca, Girona, Espanha.
2. Osteria Franciscana, Modena, Itália.
3. Noma, Copenhaga, Dinamarca.
4. Central Restaurante, Lima, Peru.
5. Eleven Madison Park, Nova Iorque, Nova Iorque.
6. Mugaritz, San Sebastian, Espanha.
7. Dinner by Heston Blumenthal, Londres, Reino Unido.
8. Narisawa, Tóquio, Japão.
9. D.O.M., São Paul, Brasil.
10. Gaggan, Banguecoque, Tailândia.
A lista completa pode ser consultada aqui.
A lista dos 50 melhores restaurantes (50 Best), criada em 2002 pela publicação britânica Restaurant Magazine, tornou-se uma poderosa atracão para os meios de comunicação e surgiu como concorrente à classificação das estrelas Michelin. Este ano a nomeação do panteão de deuses e deusas culinárias de todo o mundo veio com um acompanhamento controverso (acesso pago). Um pequeno movimento chamado Occupy 50 Best (Ocupar os 50 melhores) questionou a metodologia do ranking, sublinhando alegados conflitos de interesse por parte de alguns membros do júri.
Suspeitas
O Occupy 50 Best critica o seguinte:
- Os votantes incluíem chefes e agentes que têm interesses na indústria em questão;
- A organização não partilha qualquer informação sobre como o júri é selecionado;
- Os membros não são obrigados a apresentar uma conta do restaurante para provar que realmente experimentaram os restaurantes nos quais votaram.
“Estamos a pedir-lhes que se profissionalizem, que sejam mais transparentes.” Disse Zoe Reyners, uma das fundadoras do Occupy 50 Best, especialista em relações públicas baseada em Paris.
A campanha tem uma petição com mais de 400 assinaturas, incluindo de alguns chefes famosos como Francis Mallmann, da Argentina, que em 2013 renunciou à sua participação como júri por frustração com procedimentos da organização.
O ranking dos 50 melhores restaurantes é elaborado por cerca de 1.000 críticos de gastronomia, chefes, gourmands bem viajados e profissionais da indústria culinária. Ao contrário do rigoroso sistema utilizado pela Michelin para atribuir as suas cobiçadas estrelas – incluindo inspetores anónimos que elaboram relatórios detalhados e examinam fatores como os arranjos florais ou a decoração das mesas – o ranking dos 50 melhores restaurantes não exige que os eleitores apresentem justificações ou comentários.
A organização, que é patrocinada por marcas de comida e bebida incluindo a San Pellegrino e a Lavazza, afirmou que o sistema tenta proteger o anonimato do júri e diz que as suas regras de votação especificam claramente que os membros não estão autorizados a votar em restaurantes seus ou nos quais tenham interesse financeiro. A Quartz contactou a organização e irá atualizar esta publicação com qualquer resposta que obtenha.
Júlia Pérez, uma crítica espanhola e membro do júri do evento disse à Quartz que concorda com alguns dos pontos levantados pelo movimento “Occupy”. “A lista tem um problema sério que é a opacidade.” Diz Pérez, que enviou os seus sete votos (pelo menos três dos quais devem ser dirigidos a restaurantes fora da sua área de residência) secretamente, por e-mail. Confirma que a lista se baseia em critérios subjetivos; não há uma lista de critérios estabelecidos pela organização.
Mas ela e outros críticos elogiam o ranking pela sua abordagem prospetiva e abertura a novas tendências culinárias – o que o separa da pesada ênfase da Michelin na clássica cozinha francesa.
“Quer você goste quer não, veio virar o mundo da gastronomia de cabeça para baixo.” Diz Pérez. “Optou claramente por uma gastronomia mundial e forçou a velha Europa a parar de se focar no seu umbigo.”
O top 10 do ano passado incluía um restaurante dinamarquês a encabeçar a lista, dois espanhóis, dois britânicos, dois americanos, um italiano e um brasileiro. O ranking deste ano inclui restaurantes do Japão, Tailândia e Peru. A 50 Best também começou listas regionais para a Ásia e América Latina e chamou a atenção global para restaurantes como The Test Kitchen na Cidade do Cabo, na África do Sul.
No entanto, chefes como Mallmann, que é dono do restaurante 1884 em Mendoza na Argentina, queixou-se que os jurados tendem a premiar restaurantes localizados nas principais ou mais turísticas cidades – enquanto que as mesas fora dos percursos tradicionais passam despercebidas. E o Occupy 50 Best apontou que algumas áreas, como o Médio Oriente, estão sub-representadas. “Deverá haver uma representação regional mais equilibrada.” Diz Reyners, que nota que 58% dos restaurantes na lista dos 50 melhores estão localizados na Europa Ocidental.