Os 10 filmes de ficção-científica mais influentes

De clássicos do cinema a estreias recentes - a ficção científica a inspirar a ciência e a tecnologia.

A ficção científica é o género de filme em que se pode dar asas à imaginação com ideias que só são possíveis na mente.

O autor Brian Clegg utiliza o seu novo livro, "Ten Billion Tomorrows" (Dez Mil Milhões de Amanhãs), para mostrar como uma série de tópicos ficcionais conduziram a novas descobertas na ciência e tecnologia.

O clássico filme de Fritz Lang, de 1929, foi um dos primeiros a “viajar” até à lua, estabelecendo as bases para o futuro do cinema espacial – desde o design dos foguetões à contagem decrescente para o lançamento.

"Foi a primeira vez que houve uma contagem decrescente para o lançamento de um foguetão num filme", disse Clegg. "Na verdade, a NASA inspirou-se no filme."

"A Conquista da Lua" foi uma das primeiras vezes em que os EUA tiveram uma amostra do que existe para além do céu. Embora atualmente possa parecer ridículo, criou ideias que viriam a mudar o entretenimento e a tecnologia das décadas seguintes.

"Também possui qualidade documental – e o facto dos seres humanos estarem a fazê-lo foi bastante inspirador na década de 1950" disse Clegg.

Seis anos mais tarde foi lançado um dos maiores filmes de ficção científica – que descreveu pela primeira vez uma história fora do nosso sistema solar, com Leslie Nielsen no papel de capitão de um grupo responsável por investigar o destino de uma expedição lançada décadas antes.

“Tanto o 'Star Trek' como o ‘Perdidos no Espaço’ foram extremamente inspirados nesse filme." – Afirmou Clegg. "Contudo, ao contrário dos filmes anteriores – que tinham apenas humanos – neste há um robô, o que o deixa um passo à frente no que respeita ao pensamento tecnológico."

Considerado um dos melhores filmes de todos os tempos (não apenas em ficção científica), o “2001: Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick, deslumbrou a audiência – em 1968, quando foi lançado – com os seus impressionantes gráficos do espaço.

"Passaram apenas 12 anos desde o ‘Planeta Proibido’ e a nave espacial passou de um foguetão simples para um foguetão com vários módulos", disse Clegg quanto aos avanços das viagens espaciais apresentadas no filme.

O ponto de referência que começou em 1966 expandiu as nossas ideias de ficção científica durante décadas. Clegg afirma que uma das grandes razões passou pelo facto de os realizadores contratarem muitas vezes escritores de ficção científica. Menciona um detalhe importante da série que viria a inspirar o mundo dos jogos de vídeo:

"Aqueles que criaram jogos como 'Doom' e 'Quake', jogos de tiro na primeira pessoa, foram inspirados pela série.”

Apesar de "Parque Jurássico" ter sido um marco na conquista de efeitos gráficos em filmes, Clegg salienta também que o filme mudou a forma como os cientistas eram retratados em filmes de ficção científica.

"Tal como no 'E.T.' Spielberg coloca os cientistas no grupo dos bons da fita." – Afirmou. "Eram geralmente os maus da fita mas no 'Parque Jurássico’ é o homem de negócios que encarna esse papel."

Em "Contact", Jodie Foster interpreta uma cientista que após passar a maior parte da sua vida à procura de sinais de extraterrestres (utilizando o programa SETI) consegue finalmente estabelecer contacto com os mesmos. O filme destaca-se entre os filmes de Hollywood pois o cientista principal é uma mulher – mas Clegg destaca também a ciência real que existe no mesmo.

“O programa SETI existia realmente" e o "Contact” esclareceu muitos americanos que desconheciam a sua existência.

A jornada de Leonardo DiCaprio pelo inconsciente baralhou as pessoas que o viram. E é por isso que Clegg o adora.

"É um dos raros filmes que reflete sobre a medida da consciência na mente e nos sonhos", disse Clegg. "É o oposto total do espaço, é ciência interna."

Um dos mais polémicos filmes de 2015, "Ex Machina" usa a inteligência artificial e a nossa obsessão com a internet para apresentar um filme de ficção científica da Era moderna.

"A ideia de ter robôs nos filmes vem desde 1950", disse Clegg. "Mas aqui o robô é muito mais próximo do ser humano – e com a utilização do teste de Turing, a perceção da realidade da história aumenta."

2015 foi também o ano de estreia de um dos maiores filmes de ciência avançada já concebidos. Matt Damon desempenhou o papel de um astronauta perdido em Marte e foi acarinhado pelo público enquanto contava a história de forma perspicaz.

"A parte divertida é que há um lado humano", disse Clegg. "Não é frio e clínico. A personagem surge naturalmente."