14 Fotografias que mostram a vida noturna em Damasco, na Síria
5 de Junho de 2016
Dana Daqqaq, barista no bar Sharqi em Damasco, na Síria, avançou à Reuters: “As pessoas estão fartas da guerra e só querem viver uma vida normal... Por isso, saem, socializam.”
A guerra civil na Síria já dura há mais de cinco anos e embora milhões de refugiados tenham fugido do país, ainda há muitos jovens sírios a tentar viver uma vida normal. Na parte antiga da cidade de Damasco, a apenas uns quilómetros de distância das linhas da frente da guerra, vários jovens sírios começaram a ir a bares e discotecas, procurando viver de forma normal. No entanto, há dois anos atrás não se via isto – muitos destes bares abriram há apenas um par de meses.
Veja como é a vida noturna na parte antiga da cidade de Damasco, captada por Omar Sanadiki, fotógrafo da Reuters.
A segurança em Damasco melhorou em fevereiro, após a intervenção da Rússia, e as tréguas (ainda que parciais) trouxeram uma sensação de calma à cidade.
Os habitantes começaram a sair e a socializar um pouco mais.
“Isto é algo que há dois anos atrás não se via de certeza, e a tendência tem aumentado recentemente” contou à Reuters Nicolas Rahal, de 23 anos. “Agora já posso ir a este bar ou a uma discoteca. Os locais abriram e as pessoas apareceram.”
Viver a vida noturna da cidade dá aos sírios a oportunidade de viverem as suas vidas em vez de se esconderem com medo.
As pessoas que convivem à noite são vistas a beber cerveja, a ver futebol e a fumar cachimbos de água nos bares mais populares de Damasco. “As pessoas estão fartas de guerra e só querem viver uma vida normal – por isso saem, socializam.” – Contou à Reuters Dana Daqqaq, barista no bar Sharqi.
Muitas destas pessoas pensaram em fugir do país mas agora, com a oportunidade de socializar e ter uma vida um pouco mais normal, decidiram ficar. “Quando comecei a ver mais vida aqui, decidi ficar.” – Contou à Reuters Dana Ibrahim de 21 anos. “Não quero ser uma refugiada.”
Contudo, a guerra continua a apenas alguns quilómetros de distância da parte antiga da cidade de Damasco.
Por vezes ouvem-se disparos distantes, de artilharia, e de vez em quando avistam-se soldados a carregar armas de assalto, a revistar veículos à procura de bombas ou em barreiras na estrada preparadas pelo exército, causando engarrafamentos. Foi recentemente relatado que o número de mortos aumentou para mais de 470.000 pessoas.
O bar e galeria de arte Nassar
Por vezes, há bombardeamentos a apenas alguns quilómetros de distância do centro da cidade.
A vida noturna é muito mais do que para esquecer a guerra: é também uma forma de empregar pessoas numa altura em que a economia enfrenta dificuldades.
Segundo a Reuters, a inflação fez com que a libra síria perdesse 90% do seu valor desde 2011.
Com quinhentas e cinquenta libras – que convertidas dão cerca de 1 dólar – pode-se comprar uma cerveja.
Marah, barista no bar 80’s, põe música a tocar
As experiências traumáticas vividas pelas pessoas são uma verdade não falada e o assunto normalmente não é abordado por quem vai aos bares.
Cada uma destas pessoas quase de certeza que teve uma experiência traumática da guerra que as persegue.