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A opinião de Jon Westenberg, que colabora com o medium.com

Sempre quis ir para uma escola de artes. Era um sonho que eu tinha quando era miúdo porque queria ser um artista mais do que tudo na vida. As minhas mãos estavam sempre cheias de tinta de caneta, com borras de lápis ou de tintas e levava um caderno de desenho comigo para todo o lado.

Mas quando descobri que o meu pai também queria que eu fosse para uma escola de artes, de repente recusei-me a ir. Recusei-me a fazê-lo porque era o que ele queria. Reagi mal e nunca tive coragem para agir por mim próprio. Anos mais tarde já pouco desenho. Não me consigo lembrar da última vez que me sentei com um caderno de desenho à frente e desenhei só porque sim, ou mesmo por amor à camisola.

E as minhas reações nem sempre são em relação às pessoas. Também posso reagir a uma má manhã, a programas de noite, ou ao sucesso de alguém que não gosto. Posso admitir que tenho reações a coisas a toda a hora.

Aliás, todos nós reagimos a coisas. Reagimos em vez de agirmos. Deixamos que as ações, as decisões e as personalidades das pessoas à nossa volta determinem os caminhos que seguimos e as razões pelas quais os seguimos.

O mesmo acontece para tudo nas nossas vidas – bem lá no fundo sabemos o que queremos alcançar. Mas quando somos confrontados com a hipótese de seguirmos o caminho em direção aos nossos objetivos, deixamos que fatores externos determinem que caminho será esse, se é que alguma vez o chegamos a seguir.

Olhando agora para trás, consigo ver onde é que este tipo de situações me aconteceram ao longo da vida. Não viajei porque aparecia sempre alguma coisa e eu reagia sem me concentrar naquilo que queria fazer. Sonhei e deixei esses sonhos fugir em todas as direções, como folhas a voar ao vento.

E posso garantir que o mesmo já lhe aconteceu. Talvez reagir, e depressa, lhe tenha permitido sobreviver a todos os desafios que lhe tenham aparecido ao longo da vida. Mas talvez isso seja uma desculpa, e aquilo que realmente receia é que as suas reações tenham sido vias de evacuação que enviaram – de uma forma muito conveniente – os seus sonhos para longe.

Ao reagir, está a deixar que o resto do mundo o molde, mude, direcione e mova. Às vezes isso será inevitável. Estou sempre a dizer isto, a vida é um caos. Mas é preciso que, no meio desse caos, arranje uma forma de se concentrar nas ações que têm de ser tomadas. Não pode deixar que essas ações sejam sempre ditadas por coisas fora do seu controlo.

Quem me dera poder desenhar mais. Por algum motivo, sempre que pego numa caneta ou num lápis e começo a desenhar, sou levado aos meus tempos de adolescência e não consigo parar de me lembrar de coisas que tentei esquecer. No meu caso, as minhas reações para com a minha relação com o meu pai foram tão fortes, que deixaram marcas numa coisa que eu adorava mesmo fazer.

Quando reage, perde todo o poder. E vai olhar para atrás com arrependimento. As escolhas que fazemos quando vacilamos, quando nos recompomos depois de termos levado um soco ou quando o mundo se mete no nosso caminho, nunca são verdadeiramente nossas. São escolhas feitas para nós, que aceitamos em vez de darmos luta.

Porque simplesmente não se tem controlo sobre a vida. Ela é demasiado imprevisível. Pode, contudo, mudar as ações que toma e certificar-se de que essas são as ações que realmente quer. Não reações.

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