7 Mitos acerca de como ficar em forma
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Ficar em forma. Estar em forma. É fácil dizer – mais difícil é fazer

Trata-se de parte do motivo pelo qual a ciência do desporto, bem-estar e nutrição tem vindo a mudar ao longo do tempo.

Quem leu sobre fitness na década de 70, já não leu a mesma coisa na década de 90. E mais, do ponto de vista científico, os estudos disponíveis nos anos 90 eram ainda menos abrangentes e detalhados que os dados de pesquisa que temos hoje.

Contudo, essas velhas ideias perduram e acontece que, por vezes, surgem más novas ideias – apoiadas unicamente num estudo ou dois – que são divulgadas pelos media como facto.

Eis a verdade sobre alguns dos mitos mais comuns sobre a saúde.

1. A gordura engorda

Parece intuitivo dizer que a gordura nos faz mais gordos. Mas não é bem assim que o corpo funciona.

Tal como qualquer outro nutriente, é possível consumir demasiada gordura. Mas as gorduras, sobretudo as variantes saudáveis presentes no azeite, abacate e frutos secos, constituem uma parte essencial da nossa dieta. E quando não as ingerimos, não só nos estamos a privar de algo que o corpo precisa, como também se torna difícil atingir o ponto de saciedade – o que nos faz comer ainda mais.

2. Alimentos 0% gordura ou magros são saudáveis

A indústria dos alimentos 0% gordura/magros é gigantesca – sobretudo no que toca os laticínios. Assumimos automaticamente que se leva o carimbo 0% gordura/magro é saudável. Existe porém uma série de produtos do género que são exatamente o oposto - bebidas gaseificadas, gomas e cerveja.

Infelizmente, muitos produtos 0% gordura/magros estão cheios de um ingrediente muito mais perigoso: o açúcar. Os iogurtes que caiem nesta categoria são particularmente maus. As pessoas que consomem laticínios magros são, na realidade, muito mais propensas ao excesso de peso.

3. Grandes resultados exigem trabalho duro

Trata-se de uma divisa muito popular no mundo do desporto, acabando por ser o chavão de muitos programas de treino e bem-estar. Todavia, insistir num treino quando o corpo se começa a queixar e sente dor aumenta o risco de lesões sérias. O que não quer dizer que não deva desafiar os seus próprios limites.

Sentir-se dorido após o treino é uma consequência natural do processo de fortalecimento muscular (que, por sua vez, não tem nada a ver com o ácido lático). Sendo certo que exercícios de alta intensidade trazem benefícios muito significativos, também é certo que exercício moderado sem dor é igualmente benéfico.

4. Precisamos de 8 copos de água por dia

Estar hidratado é importante. E às vezes quando não consegue dormir ou se sente irritado ou cansado, o problema decorre da falta de água. Por isso, para aqueles que mal se lembram de beber água, ter um objetivo mensurável talvez não seja má ideia.

Tal como Randall Monroe tão bem ilustra na banda desenhada acima, não há ciência (nem sentido) no mágico número de 8 copos por dia. No geral, preste atenção ao seu corpo e ao tempo e temperatura. Beba tanta água quanta a necessária para se sentir hidratado. Duvido que venha a ter problemas com esta estratégia.

5. O exercício serve para perder peso

Fazer exercício é mesmo muito importante. Deixa-o em forma, fortalece os músculos e aumenta a esperança média de vida. Mas não é necessariamente eficaz num aspeto em particular: em fazer perder peso.

Por si só, fazer exercício não queima calorias suficientes para derreter aqueles quilinhos extra, apesar das suas outras funções serem extremamente importantes. Só existe de facto uma forma de perder peso, e é ingerir menos calorias. Um nutricionista ou o médico de família podem ajudá-lo a elaborar um plano nesse sentido.

6. Começar a fazer exercício só é recomendável até certa idade

Diz-se por aí que quem nunca teve a preocupação de se manter em forma quando era novo, jamais será capaz de o fazer. O que é um disparate. A pesquisa atual mostra que mesmo aqueles que começam a fazer desporto mais tarde – tão tarde como aos 70 anos – veem a forma física e esperança média de vida aumentar, ao contrário dos congéneres sedentários.

7. Beber um copo de vinho tinto por dia aumenta a esperança média de vida

Alguns estudos sugerem haver benefícios cardiovasculares associados a certas substâncias presentes no vinho tinto, quando consumido em pequena quantidade. Porém, até os investigadores responsáveis pelo estudo concordam que precisamos todos de nos acalmar no que toca a copos. Aliás, há bons indícios de que essa premissa possa não ser de todo verdadeira.

Mais importante ainda, álcool ingerido regularmente afeta a qualidade do sono, diminui os níveis de felicidade e aumenta o risco de cancro. Não é nada saudável (infelizmente).

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