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Um guia original e prático, como provavelmente nunca viu, da autoria de Jon Westenberg – que colabora com o medium.com

Esta não é a treta do costume, do estilo “sonhe alto” e “basta acreditar e vai conseguir”. Há imensos artigos desses por aí e este não é um deles.

Este artigo é sobre aquilo que pode efetivamente fazer para investir em si próprio e obter dividendos na prática.

Que passos seguir hoje para se tornar uma pessoa melhor e mais criativa – ou mesmo melhor estratega e gestor de negócios – amanhã.

E como fazer coisas incríveis durante a vida.

Requer 4 passos, que nem sequer são complicados.

Trata-se da minha matriz para investir em mim próprio. Sigo-a todos os dias e digo a toda a gente que me pede conselhos para a seguir também.

Não é de todo difícil, e pode ter um impacto tremendo.

Criei-a porque conheço demasiadas pessoas que vivem sem rumo definido. Acabam a escola, arranjam um emprego e depois passam 60 a 70 anos em queda livre.

Desenvolvem capacidades e competências na medida que se tornam necessárias.

Encaram o processo de aprendizagem de forma mecânica e transformam-se lentamente na personagem que a sua vida exige.

Claro que tem piada viver espontâneamente. A estrutura não é tudo, as conquistas não são tudo.

Para muitas pessoas, tentar seguir linhas orientadoras como as deste artigo revela-se um desastre. Simplesmente não dá com elas, e isso não tem mal nenhum.

E depois há as pessoas como eu. Pessoas que precisam de estrutura senão paralisam.

Fracassamos. Lutamos. Perdemos o norte. Se pertence a este grupo, este artigo é para si.

Eis o que vai precisar:

  • Aplicação para tomar notas ou caderno
  • Aplicação com folhas de cálculo (o Airtable é formidável)
  • Browser para pesquisa
  • Calendário ou aplicação com calendário

1. Liste 100 coisas

Deixe claro onde quer chegar, não importa onde seja.

Pessoalmente, tenho uma lista de 100 coisas que quero fazer durante a vida. Não é uma lista de aspirações, não são as coisas que gostava de fazer, mas aquelas que vou mesmo fazer.

Demorei 3 horas a dar-lhe forma, e inclui tudo o que alguma vez quis fazer ou experimentar desde que me conheço.

Assim que tiver uma lista que o deixe satisfeito, pode passar ao segundo passo.

É o que me motiva e dá força durante o dia. Lê-la constantemente significa que nunca me esqueço do que lá está escrito.

2. Crie um gráfico de competências

Deste modo regista e coloca na balança a sua experiência.

Concentre-se agora sobre os conhecimentos implícitos da lista anterior. Reveja-a e defina as competências necessárias a cada ponto.

Seja realista, não brinque. Tem de ser capaz de identificar honestamente quais as competências que faltam ou em que é fraco.

Estas vão ser as coisas que terá de aprender de modo a concretizar os itens que tem na lista.

Pegue nessas competências e crie uma folha de cálculo. O aspeto do ficheiro não interessa nada por isso não perca tempo com o design.

Só precisa de 4 colunas:

  • 1 coluna para o que tem de aprender
  • 1 coluna de Pesquisa
  • 1 para Ação
  • 1 para Progressos

Na coluna de Ação vai anotar todos os passos necessários de que se lembrar para aprender a competência desejada. Pense neles como pré-requisitos.

Descobrir cursos e inscrever-se, dedicar-se a projetos menores, ler livros – o que for necessário. Investigue. Não tem de ser difícil, nem exaustivo.

Para quase tudo o que quiser aprender, há dezenas de guias passo-a-passo online.

Na coluna Progressos, anote uma estimativa do quão próximo está de completar cada um dos passos. Seja sincero. Os outros podem não saber se está a levar isto a sério mas, mais cedo ou mais tarde, você próprio dará conta disso.

A folha de cálculo vai ser o seu guia para ganhar esse conhecimento. Releia-a todas as semanas. Decida em que passos vai investir nessa semana. Faça-o. Atualize o ficheiro. Repita. É simples.

3. Atue já

Ao eliminar já alguns pontos, vai estar a poupar energia no futuro.

Concentre-se agora nos itens da lista principal sobre os quais pode atuar imediatamente. Estas são as coisas que deve fazer já.

Nada o impediu até agora, mas por um motivo qualquer ainda estão por fazer.

Precisa de um plano. Não há folha de cálculo para esta parte.

Pegue numa folha de papel ou abra um processador de texto – ou o Evernote – e escreva quais os itens que vai concretizar no próximo mês.

Lembre-se: podem ser pequenos. Não precisam de exigir muito esforço.

Algumas das entradas imediatas na minha lista incluem “começar a ler A Piada Infinita” ou “fazer uma tatuagem”. Coisas perfeitamente aceitáveis e exequíveis.

Porque é que deve começar já? Porque o vai motivar.

Permite-lhe descartar algumas coisas já, tornando todo o projeto bem menos intimidante, o que é bom.

Assim que tiver decidido quais as tarefas imediatas, defina datas. Coloque-as num calendário. Faça-as acontecer. A ideia é ser capaz de as riscar no calendário e conseguir criar espaço para outras coisas, de outras categorias, da lista principal.

Com o passar do tempo, a lista de ação imediata e o calendário tornar-se-ão num exercício de previsão e agendamento.

4. Defina o que exige tempo

Decidir que aquilo que quer fazer vale bem os segundos, minutos e horas do seu tempo.

Para mim, isso inclui acabar um romance. Criar um podcast.

Coisas para as quais tenho decididamente competência, capacidade e recursos – mas que ainda não fiz.

Se, olhando retrospetivamente, ainda não concretizou nada do que tem na lista, esses são os pontos que o vão fazer sentir pior.

Porque eram possíveis! Estavam mesmo ali à mão!

... Mas escolheu ver vídeos de gatos por exemplo.

Arranjar tempo não é algo que se faça facilmente hoje em dia. Temos tanta coisa a acontecer em simultâneo que nos parece francamente impossível espremer ainda mais as 24 horas de um dia normal.

Mas garanto-lhe que é possível. Se for implacável, consegue descobrir aquilo que anda a fazer todos os dias e que lhe rouba tempo – para passar a preenchê-lo com coisas interessantes.

Apercebi-me há poucas semanas que a minha rotina matinal incluía 30 a 45 minutos no iPhone antes de entrar no duche. Só a ler parvoíces online.

Transformei isso em tempo de leitura. Passo agora cerca de meia hora todas as manhãs, antes de começar o dia, com um livro.

É ótimo.

A melhor forma de determinar aquilo que nem sequer nos interessa mas que nos rouba tempo é tomar notas detalhadas sobre o que fazemos. Aponte o que faz num caderno ou numa aplicação, durante uma semana inteira. Veja com atenção o que salta à vista e aquilo que pode trocar por atividades mais gratificantes.

Repita uma vez por mês. Tome nota dos seus hábitos e da forma como passa o tempo. Vai ser o seu diário de bordo.

Nota: Não estou a dizer que tenha de ser produtivo 24 horas por dia, todos os dias. Vejo Netflix, leio banda desenhada e jogo Fallout 4 como qualquer pessoa normal.

O que quero dizer é que toda a gente perde tempo com coisas absolutamente desnecessárias, de que nem sequer gosta, mas que se tornaram um hábito.

E fazem-no regularmente. Se eliminar o hábito, vai ter tempo para fazer algo que realmente interessa.

Ora bem, tem agora a lista principal com as 100 coisas que vai fazer. Tem quatro categorias. Tem a folha de cálculo que enumera todas as competências de que vai precisar e como lá chegar. Tem o guia detalhado sobre o tempo que gasta. E tem um calendário cheio daquilo que vai fazer já.

E aqui chegamos à minha parte preferida do projeto.

Transforme isto tudo na sua rotina. Comece todas as manhãs por rever a lista principal. Ler a tabela de competências e pensar se progrediu ou não. Veja se apontou no calendário os pontos de ação imediata. Analise o diário de bordo.

Releio a minha lista todas as manhãs antes do pequeno-almoço. É assim que faço as coisas acontecer.

Assim que tornar isto parte da sua rotina matinal, nunca mais se vai desorientar. Não vai deixar que a lista principal caia no esquecimento.

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