As 10 melhores séries de televisão de sempre

De acordo com profissionais do setor em Hollywood

Não tem dúvidas quanto aos seus programas de TV preferidos. Provavelmente sabe também quais os dos seus amigos, sobretudo se estes forem adeptos das redes sociais. Mas alguma vez se perguntou o é que os criadores desses programas pensam dos inúmeros projetos que fazem a história da televisão?

A The Hollywood Reporter pediu, as mais das vezes anonimamente, a mais de 2.800 profissionais do setor em Hollywood – incluindo 779 atores, 365 produtores e 286 realizadores – que partilhassem qual a sua série favorita. As respostas foram algo surpreendentes por várias razões. Apesar de poder ficar a conhecer as entradas de 11 a 100 no site da revista, aqui fica o top 10, que abre com a mais famosa série de animação em horário nobre que alguma vez existiu.

Há décadas que os Simpsons fazem o público rir – e debater qual a sua época de ouro. A série entra agora na 27ª temporada com o elenco intacto, apesar da controvérsia com Harry Shearer no princípio do ano a propósito de fundos. Ninguém podia prever que o spinoff do Tracy Ullman Show fosse durar mais de 570 episódios, mas é um facto que esta família disfuncional ganhou o seu lugar na lista. Tudo graças ao Poochie, certo?

Poucas séries foram alvo da intensa crítica geral que o enredo de Mad Men recebeu durante as sete temporadas na AMC. Graças à soberba atenção ao detalhe e um elenco de personagens complexas, a série tornou Dom Draper um nome familiar e relembrou o mundo o quanto o álcool e cigarros faziam parte da vida quotidiana na década de 60. Ao mesmo tempo, permitiu à AMC ser reconhecida pela qualidade das suas séries originais.

A única entrada da lista anterior à decáda de 60, I Love Lucy foi a primeira sitcom no sentido clássico, cuja premissa assentava na personalidade algo maníaca e hilariante de Lucille Ball. E sim, o elenco secundário que incluía Desi Arnaz, Vivian Vance e Willian Frawley era igualmente muito bom. Várias outras séries nasceram do spinoff deste porta-estandarte da televisão, mas nenhum ultrapassou I Love Lucy, e muito poucos episódios na história da comédia serão mais divertidos que o “Lucy Does a TV Commercial” (Lucy faz um anúncio de TV).

Se achava que o The Simpsons era o favorito com maior duração da lista, enganou-se. O título cabe ao Saturday Night Live, o malicioso mas muito acarinhado programa de vinhetas cómicas que lançou dezenas de comediantes. A audiência em estúdio e a abordagem temática corrente, que não permite planeamento antecipado – quase nenhuma das temporadas do SNL é perfeita – todos os anos produz momentos de televisão memoráveis que tornam qualquer aspeto menos bom, em retrospetiva, tolerável.

A HBO já tinha produzido séries originais antes da estreia de The Sopranos de David Chase em 1999. Porém foi esse arrebatador drama de gangsters que elevou o estatuto da rede. As prestações excelentes da parte de James Gandolfini, Edie Franco e um elenco de luxo, fizeram da série uma das mais badaladas na nova era da televisão. O último episódio continua um dos mais memoráveis momentos de TV de sempre. Se é bom ou mau, deixamos ao seu critério.

O programa sobre coisa nenhuma é muitas coisas para muita gente. Uma dessas coisas é “uma perspetiva hilariante do quão estranhas as pessoas podem ser”. A série pegou em realidades inócuas, como o cozinheiro por detrás do restaurante de sopas ou uma camisa amarrotada, e tornou-as ícones da cultura de massas. A química do quarteto central foi perfeita ao longo dos anos de emissão da série, mas Seinfeld decidiu cancelar o programa sem esperar pelo fim da época de ouro (não que haja algo de errado nisso).

Enquanto que The Sopranos fez da HBO um peso pesado no segmento das séries dramáticas, Game of Thrones tornou a rede um monstro de audiências. Baseada na mundialmente famosa obra de George R. R. Martin, a série cativa os espectadores com o elenco interminável, muitos conflitos e violência, sexo e uma mistura poderosa de fantasia e política real. A constante surpresa a nível de mortes também ajuda.

Ao longo das nove temporadas (e, espera-se, durante a série limitada que se aproxima), The X-Files conseguiu incluir quase todos os ingredientes que fazem um programa de sucesso. O enredo abrangente envolvia as personagens principais, manteve o suspense do “será que sim/será que não” da relação de Mulder e Scully ao longo de todo o tempo de emissão e incluiu várias personagens memoráveis que contribuíam para aumentar o entretenimento e mistério. Apesar de os últimos anos terem sido menos perfeitos, The X-Files tinha algo para todos os gostos. Assumindo que “todos os gostos” incluem conspirações com extraterrestres.

É difícil enumerar todas as coisas que Vince Gilligan de Breaking Bad fez bem, mas transformar Bryan Carson, conhecido ator de uma sitcom popular, no anti-herói de uma série dramática foi, sem dúvida, uma delas. O enredo nunca perdeu o humor ácido ao longo da sucessão de acontecimentos negros. Manter-se-á, nas próximas décadas provavelmente, como uma das melhores séries de TV de sempre, e servirá, espera-se, de aviso a qualquer professor de liceu que se sinta tentado a meter-se no negócio das metanfetaminas.

Ninguém lhe disse que a vida era isto, nem que o mundo ficaria tão firmemente agarrado aos seis amigos nova-iorquinos anos depois da série sair do ar. Friends foi uma das razões que fez, na década de 90, a NBC ser reconhecida pela comédia, lançando todo o elenco para o estrelato (para o melhor e para o pior nalguns casos). A sitcom combinava parvoíce com seriedade e a variedade de personagens deu a quase toda a gente alguém com quem se identificar – incluindo o Tipo Nu Feio. Apesar de ter alguma dificuldade em perceber como é que é possível, a série Friends parece ser a favorita de todos os tempos de Hollywood.