Fotografias mostram naves espaciais soviéticas abandonadas
28 de Fevereiro de 2018
… Destacando-se que é proibido o acesso às estruturas onde as naves se encontram
O fotógrafo David de Rueda nunca teve receio de se aventurar por território inexplorado. A sua fotografia já o levou a explorar estações de radar, centrais de eletricidade e fábricas abandonadas — e levou-o também a duas relíquias da corrida espacial soviética.
As duas naves, ambas parte do projeto Buran (buran significa “forte tempestade de neve” em russo), encontram-se no Cosmódromo de Baikonur no Cazaquistão. Em tempos parte de planos da URSS de levar a Guerra Fria “para o espaço”, as naves — projetadas de forma semelhante às naves espaciais da NASA — tinham como objetivo o transporte de carga para o espaço.
Há cerca de 30 anos que estão paradas — intocadas e abandonadas. Quando de Rueda documentou pela primeira vez os hangares que abrigam as naves em 2015 ficou impressionado.
“A primeira viagem foi uma aventura, não imaginei que voltasse a fazê-la.” — Avançou ao Business Insider. “Porém, quase um ano depois, voltei. Desta vez o plano passava por explorar um segundo hangar, com o Energia-M, protótipo de um foguetão. Tal significava passar mais tempo no local.”
Embora não fosse a sua primeira vez a entrar nos hangares, de Rueda avançou que não foi fácil. “É proibido o acesso às estruturas abandonadas.” — Afirmou. Espreite as suas fotografias.
Só o chegar aos hangares foi uma aventura em si. “Tivemos de ir sozinhos.” — Afirmou de Rueda. “180 km de estrada na estepe do Cazaquistão e 45 km de caminhada numa área altamente restrita.”
Uma vez que os hangares se encontram perto de instalações ativas, de Rueda teve de ser extra cuidadoso. “A estepe do Cazaquistão é um ambiente hostil, especialmente durante o inverno. Tivemos de andar longas horas durante a noite fria em terreno enlameado, tentando permanecer invisíveis.” — Acrescentou.
De Rueda afirmou que a segurança se tornou mais apertada entre as suas visitas em 2015 e 2017. “Agora as naves estão ainda mais protegidas.”
Os hangares são grandes, medindo cerca de 150 metros de largura, de acordo com o fotógrafo.
O projeto Buran deu início à construção destas naves em 1980 mas não foram reveladas ao público até 1988.
O primeiro voo teve lugar em novembro de 1988. Porém, pouco depois, o programa foi suspenso.
“O programa era bastante caro e após a queda da URSS foi simplesmente abortado. As naves eram o orgulho do país, agora estão completamente esquecidas.” — Afirmou de Rueda.
As naves já não pertencem ao governo russo. São agora propriedade de uma empresa russo-cazaque. Foram mantidas em muito bom estado.
“As naves e o foguetão estiveram expostos a pó, fezes de pássaros e temperaturas extremas por quase 30 anos. O tempo deixou a sua marca mas tirando isso estão em boas condições.” — Confirmou.
Para de Rueda, o risco da invasão valeu a pena: “Chegar até lá foi realmente difícil mas valeu a pena. Este lugar é irreal.”