Como avalia as inúmeras pequenas oportunidades com que se cruza todos os dias? Conheça a estratégia de Doug Andrew, fundador da Live Abundant e autor de vários livros
Como avalia uma oportunidade de negócio? São diversos os mecanismos que existem para avaliar um produto ou serviço e o potencial impacto junto de clientes — para avaliar oportunidades de negócio. Falamos de instrumentos, como análises SWOT (mas existem muitos outros), com um papel vital para qualquer empresa.
Porém, e as inúmeras pequenas oportunidades com que se cruza todos os dias, como é que as avalia? Deverá ser orador naquele evento? Escrever um livro? Participar naquela cimeira?
Há alguns anos aprendi uma forma rápida e eficiente de avaliar oportunidades do dia a dia — com Dan Sullivan, cofundador da Strategic Coach. Entretanto, adequei a sua experiência ao meu caso e ensinei-a às minhas equipas e assistentes — para poderem avaliar antecipadamente se vale a pena recomendarem-me uma oportunidade.
Para líderes e organizações que tenham mais capacidades do que oportunidades o desafio passa pela exploração das oportunidades certas para que se alcancem objetivos de forma otimizada. Para esses indivíduos e entidades, o “instrumento” que partilhamos surge como otimizador de oportunidades — para se avaliar e selecionar que iniciativas seguir.
Por outro lado, são várias as equipas e entidades que são abençoadas com muitas mais oportunidades do que aquelas que podem aproveitar. Para as mesmas, o “sistema” que se segue surge como filtro de oportunidades — para que sejam capazes de avaliar quais corresponderão à melhor utilização do seu tempo e recursos.
Quando encontra uma oportunidade, ou quando procura uma oportunidade que possa seguir, classifique-a de acordo com cinco fatores críticos. Classifique cada um dos fatores de 1 a 5 e no final some a pontuação. Exemplo: 1 significa que a oportunidade em questão tem alguns aspetos negativos, como destinar-se à audiência errada ou à indústria incorreta.
Seguem-se os cinco fatores críticos.
1. Capacidades
Irá esta oportunidade recorrer aos seus talentos e habilidades? Para uma empresa ou equipa: a oportunidade destaca aquilo que a distingue perante os clientes? Para um indivíduo a título pessoal: a oportunidade recorre às suas maiores e melhores habilidades pessoais? No meu caso, “tornar ideias complexas em ideias simples” é uma capacidade que aperfeiçoei e que aprecio de tal forma que se a resposta à questão anterior for “sim” a minha classificação rondará 4 ou 5.
2. Recompensa
Em alguns casos a recompensa do impacto tem um peso maior do que a recompensa monetária. Por exemplo: dei uma maior classificação a falar com um pequeno grupo de adolescentes do que a falar para uma grande audiência, algo que pode representar um pagamento na ordem dos seis dígitos. O possível impacto junto dos adolescentes, neste caso, supera a compensação financeira.
É claro que se deve sempre verificar se a agenda pode ser ajustada para permitir ambas as oportunidades quando as recompensas são excecionalmente elevadas de ambos os lados. Tendo como foco a recompensa monetária geralmente classifico falar para uma audiência de 100 indivíduos ou mais com um 5 e normalmente reorganizo a minha agenda para aproveitar essa oportunidade.
3. Crescimento
Não podemos experimentar crescimento máximo sem sairmos da nossa zona de conforto, uma vez que é fora da zona de conforto que a magia acontece. Digamos que uma entrevista ou discurso para 100 médicos ou peritos imobiliários exige preparação numa área que nunca estudou antes. Deve assumir essa oportunidade ou deve fazer aquilo com que se sente confortável? No meu caso, se uma oportunidade exigir que cresça, classifico-a com um 5.
4. Apreciação
No sector imobiliário a apreciação refere-se ao crescente valor de um ativo, como quando a sua casa valoriza. Da mesma forma, numa oportunidade de negócio, a apreciação significa aumento de valor para a audiência ou clientes. Ao avaliarmos o potencial aumento em termos de envolvimento, fidelidade e disponibilidade, podemos atribuir a este fator uma pontuação apropriada. Por exemplo: um encontro para elucidar o público em geral sobre planeamento para a reforma poderá valer um 3 para mim, mas se a audiência for essencialmente constituída por baby boomers que se estão a preparar para a reforma — ou seja, potencial relação profissional ao virar da esquina — provavelmente concederei um 5.
5. Referências
Idealmente não quero que uma oportunidade seja um beco sem saída ou uma experiência isolada. É muito mais interessante uma oportunidade que produza resultados — como referências para novos compradores ou novas oportunidades para comercializar o meu negócio. O valor de uma oportunidade que proporcione referências poderá ser muito superior a, por exemplo, o valor de uma oportunidade que envolva contacto com x pessoas. Numa situação em que se verifique ampla possibilidade de referências poderei classificar a oportunidade com 4 ou 5.
Utilizo o filtro de oportunidades tão frequentemente que é fácil alcançar a pontuação total na minha cabeça. Uma oportunidade que alcance um 15 ou menos não vale a pena — a menos que a minha agenda se encontre suficientemente aberta ou se verifiquem circunstâncias atenuantes. Porém, uma pontuação de 20 ou mais leva a uma decisão clara: avançar.
Quando começar a utilizar o filtro de oportunidades poderá querer colocar os cinco fatores críticos num local visível como lembrete rápido. Porém, é provável que esta avaliação se torne instintiva para si. À medida que tal acontece, a sua rentabilidade e eficácia, bem como da sua equipa, irão disparar.