«A Bitcoin ou será nada ou será tudo, e penso que será tudo.» — Erik Finman
Erik Finman é um jovem milionário que alcançou esse estatuto graças à Bitcoin (Bitcoin). O seu feed no Instagram está cheio de fotografias aparatosas do próprio, a sair de aviões particulares ou deitado em camas cobertas com notas e com legendas como: «O dinheiro é tão inútil em comparação com a Bitcoin que durmo sobre o mesmo…».
Porém, a sua vida não é tão disparatada como poderá parecer. Finman admite que as suas redes sociais são uma frente cuidadosamente calculada. «Penso que ser provocador é uma forma divertida de levar as pessoas a prestar atenção às minhas ideias,» avançou. «[…] Ajuda a chamar a atenção para os projetos reais, que mudam o mundo, que quero fazer.»
O adolescente comprou bitcoins pela primeira vez aos 12 anos — com 1000 dólares que o seu avô lhe ofereceu.
Ouviu falar na Bitcoin quando o seu irmão mais velho o levou a um protesto Occupy Wall Street. Apaixonou-se pelo potencial revolucionário da criptomoeda e comprou a sua primeira Bitcoin quando custava apenas 10 dólares o token. Alguns anos depois a criptomoeda alcançou os 1100 dólares e Finman vendeu o equivalente a 100 mil dólares.
Com 15 anos utilizou os fundos reunidos para iniciar um projeto educativo online, o Botangle, que liga estudantes a professores através de chats em vídeo. Sentiu-se inspirado para tal pois terá sofrido «uma terrível vida escolar»: um professor disse-lhe para desistir da escola e outro conduziu uma sessão em que os restantes alunos foram encorajados a gozar com Finman.
Apesar das más recordações e do sucesso empresarial, os seus pais não deixaram que desistisse por completo dos estudos — a educação é uma questão relevante para a família Finman. Assim, realizou uma aposta com os mesmos: se alcançasse 1 milhão de dólares antes de completar 18 anos não teria de seguir para a faculdade. De facto, ganhou a aposta no ano passado.
Os seus pais conheceram-se em Stanford enquanto realizavam os respetivos doutoramentos e toda a sua família é, de acordo com Erik, muito inteligente. «Penso neles como a versão Elon Musk dos Kardashians.» A sua mãe colaborou com a NASA nos anos 1980 e «quase se tornou astronauta da missão Challenger». Porém, engravidou e, felizmente, evitou o trágico lançamento.
Entretanto, em 2015 Finman realizou a sua melhor jogada de negócios: vendeu a tecnologia do seu projeto Botangle. O comprador ofereceu-lhe 300 bitcoins ou 100 mil dólares e Erik optou pelas bitcoins. Na altura tratava-se de uma aposta cega, uma vez que o preço da Bitcoin tinha caído e valia ao redor de 200 dólares.
Embora a criptomoeda continue a flutuar de forma descontrolada, Finman fez uma boa escolha. Uma Bitcoin vale agora ao redor de 6000 dólares. Finman tem cerca de 400 bitcoins bem como várias outras criptomoedas e continua a apostar no seu futuro. «A Bitcoin ou será nada ou será tudo, e penso que será tudo. Ou as criptomoedas [em geral] serão, pelo menos,» afirmou.
Tal como a sua mãe Finman também se interessa pela exploração espacial. Está a trabalhar com a NASA num projeto que envolve o lançamento de satélite com uma cápsula digital para o espaço. A cápsula irá conter música e vídeos populares bem como outros sons representativos da vida na Terra — e ainda um CD de Taylor Swift. «Contactámo-la do nada e ela mostrou-se interessada.»
Enviar satélites para o espaço poderá ser o suficiente para ocupar uma pessoa, mas não Finman. O empreendedor tem um número de projetos em desenvolvimento. Criou recentemente um traje robótico baseado em personagem do Homem Aranha para uma criança de dez anos com problemas de hiper-mobilidade. A criança, Aristou Meehan, é filho de um dos mentores de Finman.
Finman declarou que «gostava que me tivessem ajudado quando tinha a mesma idade.» Entretanto, investidores já mostraram interesse em adaptar o traje para vários fins, mas Erik já deixou esse projeto para trás. Agora o seu grande objetivo passa pela construção de uma escola física para mudar a educação. Não avançou muitos detalhes: «Ainda estou numa fase inicial».
Embora a presença de Finman nas redes sociais possa ser uma sátira, não deixa de ser rico e jovem. Se descarrila por vezes? «Sim, tenho um carro rápido, já fiz tudo isso,» afirmou. «Viajei por todo o mundo. Perdi um pouco a cabeça. Fiz algumas paragens em Ibiza e no Mónaco.»
Também fez questão de garantir que os seus antigos professores souberam do seu sucesso. «Lembro-me que quando saiu o primeiro artigo [sobre mim], enviei-o ao pior professor que tive. O assunto dizia apenas «Olhe agora para mim […]». Finman sabe que o professor abriu o e-mail «mas nunca respondeu.»