Vivemos num mundo com cada vez menos fronteiras — graças, em grande parte, à Internet e também, mais recentemente, às criptomoedas. Os nómadas digitais saltam de país para país e são cada vez mais os viajantes intrépidos a utilizar criptomoedas, como a Bitcoin e a Ethereum, para terem maior flexibilidade em viagem.
Porém, à medida que as criptomoedas se tornam mais convencionais surgem mais questões ao redor da sua segurança e proteção. Assim, quer esteja interessado em explorar um estilo de vida nómada com criptomoedas, quer queira apenas comprar uma cerveja com bitcoins, seguem-se dez dicas para manter-se seguro e divertir-se enquanto viaja com criptomoedas.
1. Obter uma carteira em formato «hardware» para transações do dia a dia
Feliz Weis, a viajar pelo mundo usando apenas bitcoins, confiou numa carteira Trezor. Estava tão comprometido com a proteção dos seus tokens que chegou a viajar até à República Checa para a ir buscar pessoalmente.
2. Usar uma carteira multi-assinatura para os seus fundos
Se coloca o dinheiro para o dia a dia numa carteira em formato hardware pode usar uma carteira multi-assinatura para os restantes fundos.
«Coloque a si mesmo todas as questões» — Aconselha Bryan Micon, trader de criptomoedas e viajante. «O que acontecerá se perder o telemóvel? Estará aquela carteira devidamente protegida? Será melhor levar a Trezor ou deixá-la no cofre?»
3. Ativar a autenticação de dois passos para tudo na sua vida
Uma das melhores características das criptomoedas é também uma das piores: a sua comunidade está centrada na tecnologia. Assim, é de extrema importância que proteja a sua identidade digital quando utiliza criptomoedas.
Todos os viajantes devem ativar a autenticação de dois passos para as suas contas bancárias, para as suas contas de correio eletrónico e para as plataformas de redes sociais.
Laura Shin, jornalista por detrás dos podcasts sobre criptomoedas Unchained e Unconfirmed e antiga colaboradora da Forbes, vai mais longe: deve considerar a autenticação de dois passos para qualquer serviço onde liste o seu endereço de casa, incluindo páginas como a eBay.
4. Criar uma conta Google Voice ligada a um endereço de correio eletrónico diferente
Ter um número de telefone Google Voice é uma boa dica de segurança digital para todos os globetrotters — e é ainda mais importante quando viaja com criptomoedas. Deve usar esse número de telefone para tudo uma vez que os seus números de telemóvel e fixo são mais fáceis de rastrear (e estão ligados à sua identidade).
5. Usar recursos como a «CoinMap» para encontrar cidades «Bitcoin-friendly»
Se quer usar criptomoedas enquanto viaja fará sentido que viaje para áreas com maior densidade de empresas que aceitem criptomoedas. O CoinMap lista os locais que aceitam bitcoins em todo o mundo.
Dica: uma vez que o CoinMap depende de crowdsourcing para as suas listagens, verifique se os locais assinalados ainda estão em funcionamento se planear a sua viagem tendo isso em mente. Uma vez que as criptomoedas são tão voláteis, tanto em valor como em termos de adopção, é importante que se certifique de que a informação está atualizada. Será uma frustração marcar uma viagem para Pequim para descobrir, já no destino, que as plataformas de câmbio de criptomoedas foram proibidas no país.
6. Reservar bilhetes e alojamento através do CheapAir.com
Peritos recomendam a utilização do CheapAir ou do Distenia caso queira reservar um voo com Bitcoin. O CheapAir permite reservas com criptomoedas desde 2013 e agora também aceita pagamentos com Litecoin e Dash.
7. Adquirir um seguro de viagem com a Fizzy
A empresa francesa AXA desenhou recentemente a Fizzy, uma plataforma orientada para os clientes que executa seguros de viagem recorrendo a contratos inteligentes na blockchain da Ethereum. Os seguros de viagem costumam ser uma dor de cabeça. Porém, graças à blockchain, com a Fizzy é tudo mais automático.
8. Ser flexível quanto aos voos
Anas Almohammad, entusiasta das criptomoedas a viver no Dubai, utiliza bitcoins para reservar os seus voos na CheapAir — mesmo que isso signifique partir de Abu Dhabi, em vez de sua casa no Dubai. O programador foi um dos primeiros adoptantes e não se incomoda com a inconveniência uma vez que acredita ser importante promover a utilização de criptomoedas.
9. Encontrar um convívio de fãs
Fale com pessoas que já conheçam este sector há algum tempo e irá perceber que todos deliram com o mesmo: a comunidade.
«Existe este sentido de identidade e de pertença que vem com a posse de certas criptomoedas ou apenas com o estar no espaço criptográfico,» — Afirmou Shin. Apontando que essa afinidade é semelhante à encontrada em qualquer sub-cultura como o ioga ou o surf, afirmou que a comunidade das criptomoedas é provavelmente mais forte pois «os utilizadores são também os detentores da rede.»
«A comunidade é ótima,» Afirmou Gili Gershonok. A nómada de 24 anos afirma que a sociedade online a ajuda a sentir-se em casa independentemente de onde se encontra no mundo, seja em Espanha, no Reino Unido ou na Tailândia.
10. Ligar-se a outros fãs de criptomoedas em plataformas «peer-to-peer»
Viajando exclusivamente com criptomoedas Weis confiou na comunidade para câmbio peer-to-peer. Utilizou o LocalBitcoins para encontrar outros entusiastas para trocar Bitcoin ou moeda «tradicional».