Stephen Hawking deixou-nos previsões ousadas ao redor da inteligência artificial, de super-humanos e de extraterrestres. No seu último trabalho, o famoso físico previu, por exemplo, que a engenharia genética permitirá a criação de uma classe de super-humanos — que superarão os seus semelhantes. Em Brief Answers to the Big Questions (Breves Respostas a Grandes Questões), publicado esta semana, Hawking abordou sem rodeios como as máquinas poderão assumir o controlo, qual a maior ameaça para a Terra como a conhecemos e quais as possibilidades da existência de vida inteligente no espaço.
Inteligência Artificial
Hawking alerta seriamente para a importância da regulamentação da inteligência artificial, notando que «no futuro a inteligência artificial poderá desenvolver vontade própria — uma vontade em conflito com a nossa.» Uma possível corrida armamentista deve ser parada antes que possa começar — escreveu, perguntando o que aconteceria se se verificasse um crash semelhante ao de 2010, no mercado de ações, porém com armas. E continuou:
«Em suma, o advento da IA super-inteligente será ou a melhor ou a pior coisa a acontecer à humanidade. O risco real com a IA não é a malícia, mas a competência. AI super-inteligente será extremamente boa para alcançar determinados objetivos. Porém, se esses objetivos não estiverem alinhados com os nossos teremos problemas. É provável que não pise formigas por maldade, mas se estiver responsável por um projeto hidroelétrico de energia verde e for necessário eliminar um formigueiro para que o mesmo avance, irá fazê-lo. Não vamos colocar a humanidade no lugar das formigas.»
O futuro sombrio da Terra, a edição de genes e os super-humanos
As más notícias: em algum momento nos próximos mil anos uma guerra nuclear ou uma calamidade ambiental irá «prejudicar a Terra». No entanto, até lá, «a nossa classe engenhosa terá encontrado uma forma de deixar a Terra e irá, portanto, sobreviver ao desastre.» Contudo, as restantes espécies da Terra poderão não sobreviver.
Os humanos que escaparem da Terra serão provavelmente os «super-humanos» que terão usado tecnologia de edição genética como o CRISPR para superar os seus pares. Irão fazê-lo desafiando as leis contra a engenharia genética — melhorando as suas memórias, a resistência a doenças e a esperança de vida, afirmou.
Hawking parecia curiosamente entusiasmado com este ponto, escrevendo: «Não existe tempo para esperar que a evolução darwiniana nos torne mais inteligentes e fortes.»
«Assim que esses super-humanos aparecerem haverá problemas políticos significativos com os humanos «não melhorados», que não serão capazes de competir. Em vez disso, morrerão ou perderão a importância. No seu lugar haverá uma classe de seres auto-desenhados que procurarão melhorar-se a um ritmo cada vez maior. Se os seres humanos conseguirem redesenhar-se irão provavelmente espalhar-se e colonizar outros planetas e estrelas.»
Vida inteligente no espaço
Hawking reconhece que existem várias explicações para a razão pela qual a vida inteligente ainda não foi encontrada ou não visitou a Terra. As suas previsões aqui não são tão ousadas, sendo a sua explicação preferida que os humanos «negligenciaram» formas de vida inteligente que estão por aí.
Deus existe?
Não, disse Hawking.
«A questão é: foi a origem do universo escolhida por Deus por razões que não conseguimos entender, ou foi determinada pela lei da ciência? Acredito na segunda. Se quiser, pode chamar às leis da ciência «Deus», mas não será um Deus pessoal, que conhecerá e a quem colocará questões.»
As maiores ameaças à Terra
A ameaça número um é uma colisão de asteroides, como aquela que matou os dinossauros. No entanto, «não temos defesa contra isso» escreveu Hawking. Mais imediatamente: as alterações climáticas. «O aumento da temperatura do oceano conduzirá ao derretimento das calotas polares e causará a libertação de grandes quantidades de dióxido de carbono,» Escreveu. «Ambos os efeitos poderão tornar o nosso clima como o de Vénus, com uma temperatura de 250 ºC.»
A melhor ideia que a humanidade poderá implementar
Energia de fusão nuclear. Tal dar-nos-á energia limpa, sem poluição ou aquecimento global.