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Conheça a opinião de Andrew Brennan, que colabora com a forbes.com

Depois de ter saído da semi-final da Liga dos Campeões com o Atlético de Madrid na passada terça-feira, Pep Guardiola – treinador do Bayern de Munique – desentendeu-se com os fisioterapeutas do Bayern, acusando-os da lenta recuperação de alguns jogadores. No sábado passado levou o Bayern de Munique ao seu quarto título consecutivo mas a vitória ficou marcada por relatos de confrontos.

Quando questionado quanto aos confrontos Guardiola apresentou-se como a vítima:

“Não vou estar aqui na próxima temporada por isso o problema não é meu – mas sim do Bayern. Aconteceu diversas vezes ao longo destes três anos.”

E acrescentou:

“Claramente não perceberam que não me estão a prejudicar – mas sim ao clube e à equipa. Não estarei cá, logo é um problema do clube.”

E aí está, não é um problema de Pep. Na verdade, quase nunca é um problema de Pep – é quase sempre o problema ou a falha de outro ou outros. A culpa raramente é sua e nisso o espanhol tende a imitar o seu amargo rival Mourinho: culpar todos menos a si próprio. Embora as táticas possessivas e expansivas de Pep sejam opostas ao estilo defensivo e de contra-ataque de Mourinho, os técnicos acabam por ser parecidos. Tal como Mourinho, aplica a sua frustração na equipa – curiosamente na equipa médica – e está errado. Pep conhecia o histórico dos seus jogadores, escolheu a equipa, geriu os treinos e as táticas e deve assumir a responsabilidade por ter perdido contra o Atlético de Madrid na semi-final da Liga dos Campeões.

Dirigiu-se aos funcionários, membros e gestão do clube pois do seu ponto de vista são eles o problema – não ele. Foram os membros do conselho do clube o problema? Não. Foi o estilo de gestão de Pep – mas Pep não consegue vê-lo e nisso é quase idêntico a Mourinho. A diferença é que Mourinho sabe que é aparatoso e egoísta – e cumpre aquilo a que se compromete. Guardiola não sabe, ou pelo menos não o admite publicamente, assumindo um estilo grosseiro em termos de gestão – acabando, no entanto, por cumprir também.

Tanto Guardiola como Mourinho são impacientes e firmes – e “isolados”. Sim, cumprem aquilo a que se comprometem mas carregam bagagem. O que aprendemos quanto a Guardiola este fim de semana é que tem uma perspetiva individualista. O seu distanciamento poderá deixar os fãs do Manchester City entusiasmados – mas também nervosos. A primeira liga inglesa irá testar Guardiola. Os egos conflituantes de ambos – Guardiola e Mourinho – serão como espuma borbulhante de drama e entretenimento: uma rivalidade palpável entre dois clubes de elite e um ambiente competitivo que irá deliciar os fãs do Manchester – e não só.

Em confronto com jornalistas alemães que criticaram o seu fracasso – quanto à incapacidade para seguir as passadas do seu predecessor, Jupp Heynckes, que ganhou a liga, a taça e a Liga dos Campeões na sua última temporada – Pep tentou proteger a sua autoimagem e ego. Como irá Pep lidar com a pressão dos meios de comunicação ingleses? A pressão vem com o trabalho – e a liga inglesa é a mais competitiva liga doméstica do mundo (e os seus media são brutais).

Se Mourinho assumir o comando no Old Trafford este verão e se a química entre o mesmo e Ed Woodward – vice-presidente executivo – florescer o Manchester United irá desfrutar de um renascimento. Como irá Guardiola lidar com isso? A sua rivalidade com Mourinho é grande e o seu ego tendencialmente maior. Irá Pep aguentar a pressão dos seus chefes dos Emirados e respetivas expetativas quanto ao seu primeiro ano na liga inglesa? Irá Pep levar a sua amargura para o Manchester? Ou irá moderar o seu ego, assumir a responsabilidade, adaptar-se ao campeonato mais competitivo e cumprir aquilo a que se propõe?

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