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8 de Agosto de 2017

Um utilizador do Reddit decidiu recordar o que esteve por detrás do aparecimento da Bitcoin. Veja o resultado.

No passado costumava-se pagar em ouro e prata. No entanto, eram opções difíceis de transportar – e de dividir.

Foi inventado o dinheiro em papel – que representava o ouro armazenado nos cofres dos bancos e era mas fácil de transportar e de dividir.

Os bancos começaram a dar mais dinheiro em papel do que o correspondente ao ouro nos cofres. Executavam “reservas fracionárias” – o que correspondia a real produção de dinheiro. No entanto, de vez em quando os bancos entravam em colapso por corridas aos bancos.

Foi criada a banca central. Os bancos centrais seriam mutuantes de último recurso. As corridas aos bancos foram assim mitigadas – com os bancos a garantirem os depósitos uns dos outros através de um banco central – mas o seu risco não diminuiu (diminuiu a frequência mas aumentou o impacto).

Já na altura os bancos permaneciam basicamente insolventes neste esquema de reserva fracionada – e hoje, se um banco se envolver em problemas todos ficam em apuros ao mesmo tempo. Os governos têm de intervir para salvá-los.

Todos os laços entre o sistema financeiro e o ouro foram cortados em 1971, quando Nixon, antigo presidente dos EUA, decidiu que o dólar já não seria cambiável por uma quantia fixa de ouro. Tal agravou o problema pois passou a não haver limite para a quantidade de dinheiro em papel que os bancos podiam criar.

Deste momento em diante, todo o dinheiro passou a ser criado como crédito. O dinheiro deixou de ser suportado por um ativo. Quando contrai um empréstimo, é criado dinheiro que lhe é emprestado. Os bancos esperam receber esse dinheiro de volta com juros. As reservas dos bancos são muito inferiores aos empréstimos realizados.

Tal conduziu a explosão de oferta de dinheiro. O Banco Central Europeu tem relatado aumento da oferta de euro de cerca de 5% ao ano.

Tal conduz a aumento anual de preços. O aumento de preços é um pouco menor que o aumento da oferta de dinheiro. Tal deve-se a aumento da produtividade. A sociedade torna-se constantemente melhor a produzir de forma mais barata. Assim, na ausência de criação de dinheiro os preços cairiam todos os anos. Não caem devido à criação de dinheiro.

O que resta é uma taxa de inflação ao redor de 2%.

Os bancos descobriram que podem aproveitar o aumento de produtividade a cada ano para inflação na ordem de 2% (sem as pessoas se queixarem muito). Conseguem-no ao aumentar a oferta de dinheiro em 5% ao ano, obtendo o dinheiro de volta com juros.

Além disso, os bancos tomam a sociedade como refém a cada dois anos. Em caso de crise financeira, os bancos precisam de resgates ou o sistema entrará em colapso.

Aparte desses problemas, os bancos e os governos estão agora a trabalhar para eliminar o dinheiro – o que significa que deixará de ser possível qualquer transação sem intermediação de um banco. Se acredita que transacionar é um direito fundamental, tal deverá assustá-lo.

A ausência de dinheiro foi, então, a raiz do problema. Fomos forçados ao dinheiro em papel porque não havia boas alternativas. Entretanto, o ouro e a prata continuam difíceis de usar.

Quando se tentou lançar uma moeda privada baseada em metais preciosos (liberty dollar) a iniciativa foi afastada pois enfraquecia o sistema monetário dos EUA.

Era, assim, necessário um sistema de dinheiro eletrónico peer-to-peer. Foi o que Satoshi Nakamoto descreveu em 2009. Tratou-se da resposta a todos os problemas descritos acima. A Bitcoin (Bitcoin: BITCOIN) destinava-se a ser uma alternativa ao atual sistema financeiro.

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